Após fechar 2015 com redução de 3.084 empregos formais, conforme o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulgado ontem, Juiz de Fora pode sofrer novos cortes de vagas. O Sindicato da Indústria do Vestuário (Sindivest-JF) informou que as perspectivas para 2016 não são favoráveis e que irá ocorrer novas demissões na indústria têxtil, um dos principais segmentos do setor industrial local.
A estimativa de redução de postos de trabalho se dá pela projeção da continuidade do cenário econômico de crise, conforme explica o presidente do sindicato Guilherme Marcon. “Vivemos a expectativa de queda do consumo em razão do encolhimento da economia. As medidas de encarecimento do crédito e ajuste fiscal causarão um grande impacto no PIB brasileiro e haverá mais demissões no setor.” Ele observa, ainda, que o aumento das contas de água, energia elétrica e da carga tributária provocará uma pressão sobre a indústria, que terá dificuldades em não repassar o aumento de custos para o consumidor.
O presidente do Centro Industrial de Juiz de Fora, Leomar Delgado, faz a mesma avaliação. “Com a economia em baixa e sem demonstrar uma melhora significativa, a porcentagem de faturamento e a quantidade de empregos gerados com certeza sofrerão queda novamente.” Em todo o Brasil, a indústria têxtil teve perdas superiores a 30% em investimentos e diminuição de mais de 20 mil vagas no ano passado. Em Juiz de Fora não foi diferente. “O período resultou no aumento do número de desempregados, seguido pelo grau de endividamento das empresas. No mercado interno, a retração pode ter chegado a 15%”, diz Marcon.