Juiz de Fora criou 361 empregos com carteira assinada em agosto, resultado de 4.377 contratações e 4.016 demissões. Este é o segundo mês do ano com resultado positivo até agora. A performance de abril, aliás, foi melhor do que a do mês passado. Na época, foram criados 464 empregos formais. Em todos os outros meses, o quadro é de retração: janeiro (-541), fevereiro (-391), março (-410), maio (-133), junho (-37) e julho (-254). Os dados integram o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
No ano, a performance continua deficitária na cidade, totalizando 927 empregos celetistas extintos. Considerando o período de 12 meses, o recuo é ainda maior – 2.473. Em relação a agosto de 2016, houve melhora no desempenho, na ordem de 52,9%. Na época, foram criados 236 empregos com carteira assinada. Na análise do desempenho do acumulado de janeiro a agosto, o resultado também é melhor. Na época, o déficit era ainda maior (-1.962), assim como a performance em 12 meses (-3.545).
O economista Antônio Flávio Luca do Nascimento avalia que os dados apontam uma “mutação positiva”. Segundo ele, além do crescimento de 52,9% na criação de empregos formais, na comparação com igual período do ano anterior, ele destaca as sinalizações positivas da macroeconomia, como perspectiva de crescimento do PIB e controle da inflação, recuperação (mesmo lenta) da indústria e a redução (ainda tímida) do desemprego. “Os números são altamente positivos. O que a gente tem visto é que está havendo uma recuperação.” Conforme o economista, a recessão demora a ser corrigida, mas há sinais de melhora. Antônio Flávio volta a destacar a expectativa de que o segundo semestre apresente recuperação por conta das contratações temporárias, assim como a aposta de que a retomada dos investimentos no setor produtivo possa permitir a geração de emprego.
No país, em agosto, o número de novas vagas de trabalho com carteira assinada somou 35.457. Agosto foi o quinto mês seguido com mais oportunidades de trabalho formal abertas do que fechadas no país. No mês anterior, julho, foram geradas mais 35.900 vagas celetistas. “Os números do Caged em agosto confirmam o processo de retomada gradual, mas firme e consistente da nossa economia, como resultado das medidas adotadas pelo Governo para o país voltar aos trilhos do crescimento”, afirmou o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira. Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no entanto, mostram que o desemprego continua alto. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), no trimestre de maio a julho, 12,8% dos brasileiros estavam desocupados, número que representa um quantitativo de 13,3 milhões de pessoas.