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Caminhoneiros articulam paralisação para segunda-feira

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Cena de protesto durante greve dos caminhoneiros em maio de 2018. (Foto: Marcelo Ribeiro/Arquivo TM)

Um dos representantes locais dos caminhoneiros na greve que paralisou o Brasil em maio de 2018, José Fabiano da Silva, de 38 anos, confirmou, na manhã deste sábado (20), a mobilização que está sendo formada para uma possível paralisação da categoria na próxima segunda-feira (22). Segundo ele, a baixa adesão e a possibilidade de diálogo com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, podem fazer com que o movimento atrase. “A categoria já tem muitos grupos (de WhatsApp) que estão se mobilizando, mas maciçamente não chegou a um todo. Ainda não nos organizamos como na greve passada. A princípio seria para segunda agora, mas creio que ainda não está muito orquestrada, muita gente não está por dentro do que está acontecendo, mas essa paralisação é possível, sim”, reconhece. “Acredito que, se nossa situação não for resolvida nesta semana, até no próximo final de semana certamente teremos uma greve em massa”, assegura.

A indignação, de acordo com a liderança local, se deve à nova tabela de preço de frete mínimo, uma das principais reivindicações dos caminhoneiros na greve do ano passado. Em vigor a partir deste sábado, o documento publicado na última quinta-feira (18), pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), traz valores que, segundo a categoria, estão muito abaixo do esperado. “(Os valores) caíram para mais da metade. A categoria não está satisfeita com isso”, aponta Silva, reivindicando, ainda, uma maior participação dos caminhoneiros na atual tomada de decisão. As novas regras foram elaboradas pelo Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial (Esalq-Log), ligado ao Departamento de Economia, Administração e Sociologia da Universidade de São Paulo (USP).

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“Essa nova tabela só coloca o custo do diesel. O lucro fica para ser acertado com a transportadora, mas a gente sabe que isso não acontece na realidade. Não é bom para o embarcador”, afirma Silva, otimista em relação à reunião com o ministro. “Ele vai receber a turma lá para rediscutir isso. Mas a categoria está insatisfeita. E por mais que os representantes vão lá tentar um novo acordo, estamos nos mobilizando para uma próxima greve”, acrescenta, afirmando existirem grupos distintos com a mesma pauta, o que impossibilita precisar o número de caminhoneiros envolvidos. “Em Juiz de Fora, por enquanto, está tranquilo. Agimos conforme as lideranças lá de cima, de acordo com o que for determinado nacionalmente. E vamos agir com a razão, quando forem esgotadas as possibilidades”, pondera, apostando numa adesão de 85% da categoria na cidade.

As principais representações formais da categoria pelo país, no entanto, ainda não confirmaram a paralisação. Segundo nota da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), que afirma representar cerca de 900 mil caminhoneiros no Brasil, uma avaliação técnica da nova tabela está sendo feita. Já a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), que reúne 600 mil motoristas, afirma, também em nota, esperar “que não seja necessário chegar a uma nova e traumática paralisação. A expectativa é de que cinco audiências públicas agendadas pela ANTT para discutir o assunto resultem, de fato, em medidas efetivas que garantam a subsistência do caminhoneiro autônomo”.

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