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Importações crescem quase 50% em Juiz de Fora

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Entre as 14 empresas exportadoras, destaque para o setor metal-mecânico, incluindo fio-máquina de ferro ou aço. Foto: Fernando Priamo

Ao contrário do verificado no país, Juiz de Fora apresentou balança deficitária no primeiro semestre deste ano na comparação com igual período de 2016. O resultado ficou negativo em US$ 158,52 milhões, resultado da prevalência das importações (US$ 214,29 milhões) ante as exportações (US$ 55,77 milhões). Enquanto as importações apresentaram alta de 49,24%, as exportações tiveram recuo de 16,22% no município no mesmo período avaliado. Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic).

Com 14 empresas exportadoras na cidade, o volume movimentado a partir de Juiz de Fora respondeu por 0,4% das exportações no estado, fazendo com que a cidade ocupe o 45º lugar no ranking de exportações mineiro. No balanço nacional, o município ocupa a 296ª colocação. Dentre os principais produtos exportados estão zinco em forma bruta (64%), fio-máquina de ferro ou aço (15%) e instrumentos e aparelhos para medicina, cirurgia, odontologia e veterinária (11%). O valor exportado chegou a US$ 35,84 milhões nos seis primeiros meses deste ano contra US$ 22,6 milhões no mesmo período de 2016, considerando o principal produto da pauta. Os principais países parceiros são África do Sul (36%), Argentina (27%), Equador (8,9%) e Estados Unidos (6,6%).

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Já considerando as importações, 52 empresas importaram produtos do exterior, resultando em participação da ordem de 6% nas importações mineiras. Neste segmento, Juiz de Fora ocupa a quinta colocação no ranking mineiro e a 77ª no cenário nacional. Entre os principais itens da pauta estão minério de zinco e seus concentrados (27%), automóveis para o transporte de dez ou mais pessoas (18%) e veículos para o transporte de mercadorias (17%). Neste segmento, a Argentina aparece como o principal país parceiro, com participação de 43%, seguido por Peru (27%) e Alemanha (8%). O valor importado da Argentina chegou a US$ 92,73 milhões. No mesmo período de 2016, o volume era de US$ 35,95 milhões. Vale lembrar que a quantidade de exportadores e de importadores considera tanto operadores pessoas físicas quanto jurídicas.

 

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Sem agropecuária, sem efeito compensatório

Para o professor da Faculdade de Economia da UFJF, Weslem Rodrigues Faria, o resultado deficitário da balança comercial de Juiz de Fora no primeiro semestre era esperado dado o perfil econômico do município. Segundo ele, a cidade possui indústrias que necessitam de insumos e equipamentos importados para produzir. A produção, por sua vez, tem como destino principal o mercado doméstico, em alguns casos, municípios da Zona da Mata que têm a indústria incipiente ou inexistente. Em contrapartida, avalia o professor, o resultado da balança comercial nacional foi positivo no mesmo período, em grande parte, por conta do desempenho do setor agropecuário. “O município não possui a agropecuária desenvolvida no patamar comercial para alcançar o mercado internacional substancialmente. Portanto, Juiz de Fora não possui o efeito compensatório fornecido pelo setor que o Brasil como um todo possui.”

O professor e economista José Jamil Adum acrescenta ainda que, apesar de ações de vários atores e de diversos setores, com propostas para melhorar o desenvolvimento econômico, a cidade ainda não conta com uma cultura enraizada pela exportação. “Além disto, somos bastante dependentes de produtos que oscilam muito de acordo com os preços dos mercados externos e que participam com um percentual muito grande no resultado da nossa balança comercial, sofrendo profundamente interferência de variáveis exógenas, ou seja, sem capacidade de controle.”

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Reaquecimento

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No país, a balança comercial acumulou recorde histórico de US$ 36,219 bilhões no primeiro semestre de 2017, valor 53,1% superior ao alcançado no mesmo período do ano passado, o que representa o melhor resultado de toda a série histórica, iniciada em 1989. O desempenho recorde se repete na avaliação isolada do mês de junho, cujo superávit (US$ 7,195 bilhões) também foi o melhor da série histórica. O resultado do semestre deverá provocar uma revisão na previsão do saldo anual deste ano. “A nossa previsão para 2017 era de pouco mais de US$ 55 bilhões. Considerando que, em seis meses, chegamos a quase US$ 40 bilhões, é possível prever superávit aproximado de US$ 60 bilhões para este ano”, avalia o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira. Para o ministro, o resultado também sinaliza um reaquecimento da economia.

 

 

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