Mais uma vez, Juiz de Fora seguiu a tendência verificada ao longo do ano e demitiu mais do que contratou, mesmo em menor ritmo. Em julho, a cidade extinguiu 254 empregos com carteira assinada, 23% a menos do que o verificado no mesmo período de 2016, quando 330 vagas celetistas foram eliminadas. Considerando o acumulado do ano, são menos 1.330 oportunidades, cerca de 60% do resultado em igual período do ano anterior (-2.211). Desde o início de 2017, apenas abril apresentou saldo positivo (464). Em todos os outros meses, o quadro é de retração: janeiro (-541), fevereiro (-391), março (-410), maio (-133) e junho (-37).
Ainda conforme os dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), os setores de comércio (-934) e serviços (-468) continuam sendo os recordistas em fechamento de postos. A construção civil aparece em terceiro lugar na lista (-22). Já a indústria da transformação vai na contramão, criando mais oportunidades do que demitindo. O resultado é positivo em 168 oportunidades, sempre considerando o acumulado de janeiro a julho em Juiz de Fora.
O economista Antônio Flávio Luca do Nascimento identifica sinais de melhora, tendo por base a redução do saldo negativo em relação a igual período do ano anterior. Na sua avaliação, a queda de 23% no estoque de julho já reflete o movimento de preparação para atender as demandas das festas de final de ano. Tradicionalmente, o segundo semestre apresenta recuperação por conta das contratações temporárias. Apesar da sinalização positiva, o economista destaca que a recuperação é lenta e depende de uma política macroeconômica e monetária capaz de garantir a retomada do investimento no setor produtivo, permitindo, assim, a geração de emprego. “Estamos saindo do negativo, para um negativo menor, o que é um crescimento, mas ainda não é um resultado positivo”, pondera.