A decisão de a Mercedes-Benz do Brasil conceder, desde esta segunda-feira (15) e por tempo indeterminado, licença remunerada aos cerca de 10 mil trabalhadores da fábrica de São Bernardo do Campo, com exceção daqueles que exercem atividades essenciais, não afeta a unidade juiz-forana. Pelo menos este é o posicionamento oficial da montadora. Com isso, a produção será interrompida por tempo indeterminado.
Por meio de nota, a Mercedes afirmou que “a medida está sendo tomada em razão da drástica redução de vendas de veículos comerciais nos últimos anos, que provocou um excedente de mais de duas mil pessoas na unidade”. Ainda segundo a montadora, apesar de “todos os esforços feitos pela empresa desde 2014” para gerenciar o excesso, como a adoção de medidas de flexibilidade e oportunidades de desligamentos voluntários, “só nos resta estender a licença remunerada a todos os colaboradores dessa planta”. No início do mês, a empresa admitiu a necessidade de reduzir o quadro de pessoal em São Paulo. A manutenção do nível de emprego, em São Bernardo do Campo, vale até 31 de agosto.
Apesar de não ter divulgado data para iniciar os cortes, em boletim divulgado pelo Setor de Recursos Humanos, a montadora afirmou que, nas próxima semanas, informará a data de retorno às atividades e “individualmente, a todos os envolvidos sobre o encerramento de seus contratos de trabalho”. Alguns trabalhadores, inclusive, já receberam telegramas, comunicando sobre a rescisão dos contratos de trabalho a partir de setembro.
Em Juiz de Fora, está acordado que, em setembro, a Mercedes e o Sindicato dos Metalúrgicos voltam a se reunir para conversar sobre excedente de mão de obra na fábrica local, reajuste salarial e participação nos lucros e resultados (PLR) de 2017. O acordo de manutenção do emprego na cidade, que protegia os 750 trabalhadores diretos, venceu no dia 30 de junho. Conforme a entidade de classe, há o compromisso de não haver demissões em Juiz de Fora até lá.