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Professores dão dicas para concurso da Câmara

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Conhecer a banca organizadora de um concurso público é uma das principais estratégias para quem quer ser aprovado. A familiarização com o estilo de prova e a forma de cobrança do conteúdo pode ser um diferencial. Quem se dedica aos estudos já está acostumado com estas informações, mas no caso do Concurso da Câmara de Juiz de Fora, até os concurseiros mais experientes foram surpreendidos. A empresa que venceu a licitação para a realização do certame é a Consulpam Consultoria Público-Privada, ainda pouco conhecida na cidade. A Tribuna conversou com professores de cursinhos preparatórios e reuniu orientações e dicas para os quase 23 mil candidatos inscritos para a prova que acontece no próximo domingo, dia 22.

A Consulpam tem sede em Fortaleza, no Ceará, e é considerada nova no mercado de concursos, com dez anos de atuação. Dos trabalhos já realizados, muitos são voltados para prefeituras e câmaras municipais. Nos últimos tempos, ela tem conquistado espaço na região Sudeste, sendo responsável por organizar seleções nos municípios mineiros de Camanducaia e Pirajuba, e em cidades do interior de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Sobre a organização do concurso da Câmara Municipal de Juiz de Fora, a presidente Gisele Borges afirmou que o número de inscritos surpreendeu as expectativas. “Estamos preparados para garantir a escolha dos profissionais mais qualificados para o serviço público da cidade.”

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‘Questões tendem a ser mais simples’

A primeira orientação para os estudos é solucionar provas elaboradas pela organizadora que estão disponíveis na internet. “A maior dificuldade para o candidato é justamente por se tratar de uma banca desconhecida, por isso, é interessante buscar os concursos anteriores realizados por ela para compreender a forma que o conteúdo é cobrado”, diz o professor do Análise Concursos, Cristiano Santos. O fato da empresa estar há pouco tempo no mercado pode ser positivo. “As questões tendem a ser mais simples, prendendo à literalidade do texto da lei e sem se estender para outras fontes jurídicas, como jurisprudência ou doutrina”, avalia o professor do Curso Logos, Luiz Antônio de Oliveira Lima. Na comparação com bancas mais tradicionais, Luiz diz que o estilo da Consulpam Consultoria Público-Privada se assemelha com o da Fundação Carlos Chagas, conhecida por aplicar provas que cobram “a letra da lei”.

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Apesar de cobrar o conteúdo de forma simples e direta, isto não significa que os candidatos estarão imunes às famosas “pegadinhas”. “O estilo da banca é o de ‘copiar’ e ‘colar’ uma disposição normativa e alterar uma palavra, trocando o ‘mas’ por um ‘deve’, o ‘pode’ por um ‘obrigatoriamente’, por exemplo”, alerta o professor do Curso Logos, Emmanuel Pedro Soares Pacheco. Neste sentido, para realizar uma boa prova de legislação, o professor do Análise Concursos, Cristiano Santos, destaca a importância de memorizar prazos. “Também é interessante dar uma atenção especial aos capítulos que falam da organização política e administrativa do município. Neste concurso, surpreendentemente, não serão cobradas questões de direito administrativo e direito constitucional, o que geralmente ocorre em seleções desta natureza. Imagino que deve haver uma compensação exigindo conhecimento do aluno na área de organização política e administrativa. É essencial saber como se dá a relação entre Executivo e Legislativo.”

Com relação ao conteúdo de matemática, a expectativa é que sejam cobradas operações mais simples. “O programa é bastante extenso, mas acredito que as questões serão simplificadas, pois a prova é destinada aos candidatos de ensino médio”, analisa Cristiano. Já na prova discursiva, ele orienta que os estudantes se atentem não somente ao bom português. “Existe a possibilidade do tema da redação ser sobre política. Sendo assim, o ideal é tentar se manter neutro e não expressar muitas convicções. Estamos num momento em que o país está muito dividido, e as pessoas têm opinião sobre tudo. É importante entender que é uma avaliação, é o momento de mostrar conhecimento e não de defender valores pessoais.”

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Escolha

Em janeiro deste ano, a Consulpam Consultoria Público-Privada venceu o certame para a realização do concurso público da Câmara Municipal de Juiz de Fora, que oferece 30 vagas para profissionais de nível médio, técnico e superior, com salários de até R$ 4.725,07. O pregão presencial contou com a participação de cinco empresas. A ganhadora, ofertou o valor de R$ 86.248,60.
Inicialmente, o concurso estava previsto para janeiro de 2017. A Câmara havia firmado contrato com a Fundação Mariana Resende Costa (Fumarc), mas em março daquele ano, o Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) questionou a contratação sem licitação. À época, o promotor Paulo César Ramalho, titular da Promotoria de Direitos Humanos e Patrimônio Público, recomendou a realização da concorrência. A situação acentuou os atrasos no cronograma. O concurso chegou a ser prometido para outubro do ano passado, mas a escolha da banca organizadora ocorreu apenas em janeiro deste ano, e a publicação do edital para os candidatos, em março.

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