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Veja dicas para que a casa própria não vire pesadelo

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Construir uma residência é o sonho de muitas pessoas. Dentre as vantagens em optar por erguer o imóvel próprio em vez de comprá-lo pronto estão o fato de que ele será projetado para atender as reais necessidades da família e, exatamente por isso, as reformas serão dispensáveis, já que a escolha de materiais e o acabamento serão feitos de acordo com as preferências do proprietário.

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Em contrapartida, executar este tipo de obra requer uma série de cuidados. A inexperiência em questões técnicas de construção e legislação pode ser um entrave para tornar o projeto idealizado uma realidade. Neste sentido, especialistas orientam que o primeiro passo para quem deseja construir a casa própria é contar com o auxílio de um arquiteto. A consultoria do profissional será necessária em todas as etapas do processo, que vão desde a escolha do terreno até à conclusão das obras.

No detalhamento do passo a passo para a construção, especialistas também alertam para quais aspectos o proprietário deve ficar atento. Paralelo às obras, é importante dar atenção às documentações exigidas pela Prefeitura para garantir que toda a tramitação seja feita de forma regular.

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Como escolher o terreno

O ponto de partida para quem deseja construir é decidir onde será a construção. Para esta escolha, o engenheiro civil Márcio Deotti destaca três aspectos, sendo o primeiro deles afetivo. “É preciso considerar onde se quer morar. Muitas vezes, a pessoa tem raízes em determinado bairro ou região, e ficar longe dessa realidade pode causar uma insatisfação no futuro.”

A partir desta definição sobre a localização, Márcio aconselha a observação sobre a prosperidade econômica. “O terreno tende à valorização. Por isso, a importância de verificar a especulação imobiliária da região em que se pretende comprá-lo.” Ele dá o exemplo do Bairro Estrela Sul, onde há alguns anos os terrenos custavam até sete vezes mais barato. “Foi uma região que prosperou muito nos últimos anos, e os imóveis encareceram e se tornaram um bom negócio para quem investiu.”

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O terceiro aspecto destacado por Márcio é que o consumidor deve pesquisar sobre quem está fazendo o loteamento. “É fundamental conhecer o trabalho e se certificar que a empresa é realmente séria. Empreendedores corretos já garantem o terreno com registro de imóvel, e a documentação necessária que mostra que o loteamento é regular, feito de acordo com critérios legais estabelecidos pela Prefeitura”

Aspectos físicos

Márcio ressalta, ainda, a importância da consultoria do profissional de arquitetura e urbanismo para a análise dos aspectos físicos do terreno. “Ele irá auxiliar o proprietário a fazer o melhor aproveitamento do espaço e, também, a gerenciar os custos da obra.”

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O professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora (CES-JF), PC Lourenço, explica que a orientação do profissional evita situações de risco ao consumidor. “Às vezes, um terreno mais barato pode demandar um valor mais alto para a construção por conta das características que apresenta. O profissional possui um olhar apurado para analisar a viabilidade do projeto que se pretende executar.”

Da idealização à construção

As características físicas do terreno influenciam na execução da obra, conforme alerta o presidente do Sindicato da Construção Civil de Juiz de Fora (Sinduscon-JF), Aurélio Marangon. “Dependendo da topografia, há necessidade de terraplanagem, por exemplo. Se o projeto é uma casa plana ou de dois andares, a forma de execução também dependerá do que o terreno oferece.”

A partir da análise destas circunstâncias, o arquiteto irá estabelecer o que o proprietário deseja, conforme as condições do espaço. “A formatação do projeto se dá em conjunto entre as duas partes. Nesta etapa, são definidas as características do imóvel e, também, já é possível ter uma ideia do custo da obra.”

O professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do CES/JF, PC Lourenço, diz que este contato entre o arquiteto e o proprietário permite a realização do chamado programa de necessidades. “É uma análise que tem um lado quantitativo e outro qualitativo sobre o que o cliente precisa. Este programa é o ponto de partida para iniciar o projeto propriamente dito. É claro que ele não é engessado e pode sofrer ajustes.”

Com o projeto definido e aprovado pela Prefeitura, é iniciada uma nova etapa com o ingresso de outros profissionais. “Aqui teremos os responsáveis pela estrutura e pelas instalações trabalhando sob a coordenação do arquiteto. Esta fase de compatibilização é a interface do projeto de arquitetura com os projetos complementares.”
Feito isso, é chegada a hora de “mãos à obra”. Neste processo, é aconselhável que o proprietário acompanhe o andamento da construção de perto.

Orçamento

Os especialistas orientam que o orçamento é uma das diretrizes para a realização do projeto de construção. Por isso, é importante definir o que se quer e em quanto tempo se pretende realizar. “É um trauma e um desgaste muito grande quando a pessoa precisa interromper ou desistir de uma obra. Por isso, a importância de se planejar quanto ao custo e ao prazo”, destaca o arquiteto.

Documentação exige atenção

Na hora de comprar o terreno, o consumidor deve exigir a documentação comprobatória de que o loteamento é regularizado. Os projetos regulares são desenvolvidos por especialistas e obedecem critérios que reduzem os impactos ambientais e asseguram a oferta adequada de redes de luz e esgoto, abastecimento de água e escoamento da chuva. “Somente de posse desta documentação, o proprietário terá acesso aos financiamentos oferecidos pelos bancos públicos”, esclarece o engenheiro civil Márcio Deotti.
Num segundo momento, o proprietário terá que submeter o projeto da construção do imóvel à aprovação da Prefeitura. “Somente após este aval, com a documentação que aprova o projeto, é dado início às obras”, explica o professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do CES/JF, PC Lourenço.

Erros que devem ser evitados

Alguns erros comuns a quem deseja construir a casa própria podem ser evitados. O primeiro deles é não se aventurar neste processo sozinho. “Construir o projeto da própria cabeça sem procurar uma orientação profissional pode trazer uma série de transtornos. Este é um tipo de erro primário, mas que acontece muito”, afirma o arquiteto PC Lourenço. “Dispensar ajuda profissional não é sinônimo de economizar, pelo contrário, pode significar prejuízo. O espaço do terreno pode ser mal aproveitado ou dependendo do tipo de construção proposto pode ser que o projeto não seja nem aprovado pela Prefeitura”, diz o presidente do Sinduscon-JF, Aurélio Marangon.

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