Atualizada às 17h16
Em meio ao risco de fechamento de 250 agências dos Correios no país, parte da categoria em Juiz de Fora decidiu parar a partir desta segunda-feira (13) contra o déficit de pessoal e o consequente comprometimento de serviços básicos, como a entrega de correspondências na cidade. Neste início da semana, o movimento ficou concentrado no Centro de Distribuição Domiciliar (CDD) da Zona Norte, localizado no Santa Terezinha. Pelas contas do sindicato de classe, 22 carteiros, o equivalente a 38% dos 58 trabalhadores da unidade, cruzaram os braços. O movimento segue por tempo indeterminado, e uma das consequências esperadas é o atraso da entrega na região atendida, que abrange toda a Zona Norte, além de bairros como Santa Terezinha e Bandeirantes, na Região Nordeste.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios, João Ricardo Guedes, a paralisação, que segue por tempo indeterminado, tem por objetivo dar visibilidade ao sucateamento e à falta de mão de obra na unidade.Conforme Guedes, o déficit de pessoal afeta todos os setores dos Correios na cidade, mas a situação do CDD Norte é ainda mais grave. Pelas suas contas, seria necessário reforço de, pelo menos, dez profissionais para atender a demanda.
A situação, afirma, deve se agravar com a saída de aposentados, fruto do programa de demissão voluntária deflagrado pela estatal, cujo prazo de adesão terminou em fevereiro. “A empresa não contrata nem realiza concurso público, e a população, cada vez mais, sente os malefícios dessa situação. É um processo de desmonte.”
Conforme o sindicalista, o desconhecimento da situação motiva até conflito entre carteiros e clientes, já que o primeiro costuma ser acusado de não estar trabalhando de forma eficaz, sendo que os problemas são motivados por falta de estrutura e de pessoal.
Contingenciamento
Sobre o anúncio de que os Correios pretendem fechar, aproximadamente, 250 agências em cidades com mais de 50 mil habitantes nas cinco regiões do país, o Sindicato dos Trabalhadores afirma que não há um posicionamento oficial sobre o fechamento de agências na cidade, mas há a preocupação de que a medida possa afetar unidades localizadas em cidades menores, que integram a base sindical, o que prejudicaria – e muito – os moradores desses municípios.
A estratégia de fundir agências, antecipada pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, faz parte de um plano de economia que visa a reverter a crise enfrentada pela companhia, que acumularia quatro anos seguidos de prejuízo.
Por meio de nota, os Correios afirmaram que, das 27 agências mineiras que farão parte do projeto de fusão, está a Agência Filatélica de Juiz de Fora, de atendimento exclusivo a colecionadores, localizada na Rua Oscar Vidal. A estatal ainda não se posicionou sobre a paralisação de parte do funcionalismo na cidade.