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Preço de produtos natalinos mais que dobra em Juiz de Fora

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Frutas lideram ranking dos maiores aumentos em comparação com o ano passado. Quilo da ameixa argentina subiu 115,22% (Foto: Marcelo Ribeiro)

O Natal bate à porta. Em função do forte apelo comercial da data, é preciso cautela antes de encher o carrinho para reunir a família na ceia. A Tribuna fez a comparação de preços entre mais de 30 itens, alguns dos mais consumidos nesta época do ano e identificou que o valor de um mesmo produto chegou a dobrar de um ano para o outro em Juiz de Fora. A análise dos 36 produtos, entre enlatados, frutas, carnes e bebidas, apontou que a grande maioria (25 ou quase 70) subiu na comparação entre 2017 e 2018. Para chegar a este resultado, foram usados como base os valores apurados em pesquisas equivalentes realizadas pela Secretaria de Agropecuária e Abastecimento (SAA) nos dias 7 de dezembro de 2017 e 6 de dezembro de 2018.
As frutas lideram o ranking das maiores altas. O quilo da ameixa argentina, que custava R$ 8,08 no ano passado, já chega a R$ 17,39 este ano, alta de 115,22%. Em segundo lugar na lista, está a manga Hadden, cujo quilo subiu de R$ 2,99 para R$ 5,99 (100,33%). O quilo da melancia, de marca mais barata, também disparou, de R$ 1,01 para R$ 1,99 de um ano para o outro (97,02%). Na lista com as maiores altas estão, ainda, o vinho tinto nacional (89,01%), o azeite extra virgem (68,26%) e a uva rubi (65,64%) – ver quadro.

Mesmo em menor número, também houve queda em alguns dos produtos preferidos nesta época. O figo, de marca mais barata, encabeça a lista, com redução de preço na ordem de 85,74%. A pesquisa da SAA aponta que o quilo, que custava, em média, R$ 27,99, pode ser encontrado a R$ 3,99. O tender sem osso apresentou redução de 34,87% no preço médio, caindo de R$ 25,95 para R$ 16,90. O panetone em caixa, de marca mais barata, está em terceiro lugar na lista e apresentou redução de 18,49%, seguido pelo pernil com osso (-16,46%) e o litro do uísque White Horse (-15,52%).

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De olho no resultado da comparação de preços, o assessor da SAA, Dalton José Abud, avalia que o mercado de produtos natalinos, este ano, ainda não está consolidado. “Existe muita expectativa de como o mercado vai reagir. Há uma preocupação grande por causa da crise que enfrenta o setor público, grande empregador em todo o estado, e a iminência de não pagamento do 13º salário, que pode afetar a procura substancialmente.” Segundo ele, as próximas pesquisas, publicadas sempre às quinta-feiras, podem comprovar (ou não) essa tendência.

Sobre a escalada das frutas, o assessor avalia que a temporada de chuvas, acima do esperado, reflete na produção dos hortifrútis, em especial das frutas, o que pode justificar a elevação nos preços. Para Dalton, mediante o risco de que a procura não seja a esperada, muitos artigos, como os perecíveis, podem chegar a um patamar mais baixo nos próximos dias, já que são sazonais e precisam ser vendidos mais rapidamente.
Outro fator considerado preocupante, diz, é o patamar alto do dólar, beirando a casa dos R$ 4. Na segunda-feira (10), por exemplo, a moeda norte-americana fechou em alta de 0,64% a R$ 3,92, maior patamar desde 2 de outubro. Dalton também destaca a disparada do petróleo internacional, que deve impactar os preços das commodities, como a soja, impactando toda a cadeia.

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Supermercados mineiros esperam alta de 2,5% nas vendas

Para a Associação Mineira de Supermercados (Amis), não há como aumentar preços em tempos de baixa demanda e alta concorrência. “Não estamos prevendo preços maiores do que os índices de inflação do setor.” O posicionamento é de que os supermercadistas negociam muito com a indústria, para que não haja repasse de altas ao consumidor, sob pena de a procura ser impactada. Na avaliação da entidade, quem aumentar preços poderá não ter o desempenho esperado no período. A expectativa é de crescimento de 2,5% nas vendas ante igual período do ano passado.
Na avaliação da Amis, a recuperação, ainda que tímida, nos níveis de emprego, e a maior confiança do mercado na melhora contínua da economia levam o setor a acreditar que as vendas continuem crescendo. A projeção de crescimento para o ano, que era de 2,8%, inclusive, deve ser revista para cima.

Entre os produtos mais demandados, as apostas estão concentradas nos itens tradicionais da época, como carnes diversas, vinhos, panetones e bebidas. “O que pode mudar em relação ao ano passado é que o consumidor, após conter os gastos por vários anos, volte a comprar itens de marcas líderes com maior valor agregado.” Quantos aos importados, a avaliação é que foi mais difícil segurar os preços porque o câmbio estava muito valorizado na época das encomendas. “Mesmo assim, as negociações também ocorrem para não ter grandes repasses.”

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No país, o setor supermercadista projeta crescimento nominal de 10,27% nas vendas de final de ano, de acordo com a Pesquisa Natal 2018 realizada pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Mesmo com perspectivas positivas, a maioria dos empresários mantém cautela em relação às encomendas. Cerca de 66% deles projetam compras no mesmo patamar junto às indústrias/fornecedores, e apenas 18% estão mais otimistas e acreditam em vendas superiores em relação a 2017.

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De acordo com o presidente da Abras, João Sanzovo Neto, o setor de supermercados segue com resultados positivos e no caminho da recuperação econômica, o que contribui para um melhor otimismo dos empresários em relação às vendas de final de ano. “Nossa Pesquisa Natal mostra que alguns itens tiveram crescimento nas apostas na comparação com 2017, o que demonstra melhor confiança dos supermercadistas para o período.”

Vinho e panetone devem ser os mais vendidos

Em relação à expectativa de venda dos produtos mais consumidos no Natal e no Réveillon, o vinho importado (13,81%) e o panetone (13,06%) lideram as perspectivas dos empresários, seguidos por refrigerante (12,44%), carne bovina (12,35%), cerveja (12,19%) e frango congelado (12,11%). Dentre os produtos típicos do Natal, além do panetone, os supermercadistas estão apostando na procura por frutas nacionais da época (11,38%) e frutas secas (9,70%). O peru, uma das aves mais tradicionais da época, registrou 7,14% das expectativas de venda, leve acréscimo nas encomendas ante o ano anterior (7,07%). Entre as carnes, o pernil concentra 11,91% de expectativa de vendas, seguido pelo peixe fresco (11,25%) e o bacalhau (8,85%).

A Abras apontou, ainda, que a estimativa de vendas para os itens importados ficou em 6,92%, acima dos 5,83% registrados em 2017. Os vinhos importados tiveram acréscimo nas encomendas (13,81%) contra 5,77% no ano passado. As frutas importadas também estão entre as principais apostas (11%) em 2018. Em relação aos preços, as frutas importadas (11,46%), os importados em geral (10,80%) e os vinhos importados (10%) foram os que apresentaram maior variação, devido à alta do dólar no período.

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