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Alta dos produtos sazonais leva consumidores a pesquisar antes de comprar para a Páscoa

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Com a aproximação do domingo de Páscoa (17), a procura por produtos relacionados à data comemorativa tem aumentado. De acordo com estudo feito pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), os itens tradicionais desta época do ano apresentaram alta de cerca de 3,93% de um ano para o outro, abaixo da inflação acumulada no mesmo período (9,18%). Nas ruas, é comum encontrar consumidores buscando produtos acessíveis, que não tenham sofrido aumento expressivo de preços.

A Tribuna conversou com supermercados e lojas que vendem produtos sazonais, além de consumidores que estavam buscando essas opções. A esteticista Isabela Fernandes Alves Tavares, 26 anos, estava fazendo compra de ovos de chocolate e conta que se assustou com o valor gasto para a Páscoa. “Foram apenas ovos para as crianças da família e priorizando sempre as opções mais baratas. Tudo aumentou o preço e diminuiu o tamanho”, diz. Já o barbeiro Carlos Eduardo Pires, 26, costuma comprar chocolate todos os anos para o sobrinho, considerando a preferência dele por ovos de personagens infantis. Mas, esse ano, Carlos conta que conferiu os preços e resolveu optar pelos que estavam com valor mais acessível. “Tudo encareceu esse ano”, reclama. De acordo com o estudo da FGV, os bombons e chocolates tiveram elevação de 3,92% no valor ante 2021.

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A profissional de saúde bucal Renata Faria, 34, costuma comprar sempre para consumo próprio, para filha e para o namorado produtos de chocolate nessa época do ano. Apesar de não ter notado diferença tão expressiva de preços, explica que optou por comprar mais barras de chocolate. “As barras são uma opção mais econômica, mas não abro totalmente a mão dos ovos, porque são mais tradicionais”, explica. A avaliação coincide com dados divulgados pela Agência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon/JF) que coletou preços de produtos de chocolate em 26 estabelecimentos comerciais do município e constatou que caixas de bombom e barras de chocolate oferecem preços mais atrativos do que os ovos.

Apesar de a procura na Quaresma ter ficado abaixo da expectativa, peixarias começam a identificar aumento na movimentação de clientes esta semana (Foto: Fernando Priamo)

Procura nos supermercados já cresceu

No Mart Minas, de acordo com o gerente Emerson da Silva, foi identificado aumento de 80% na venda de peixes e de 30% na procura por vinhos. Os ovos da Páscoa, no entanto, tiveram, até agora, crescimento menor do que o esperado – elevação que não ultrapassou 10%. “A procura esse ano foi diminuindo muito por conta do aumento dos preços. Em 2022, inclusive, decidimos investir menos, porque não houve o retorno esperado no último ano”, explica Emerson. Além disso, ele nota que os consumidores têm procurado opções mais acessíveis para a Páscoa, com substituições, como por exemplo barras de chocolate de 2 quilos. “Essas barras têm tido um aumento de vendas no último mês, e já podemos ver um aumento ainda maior essa semana”, diz.

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No Carrefour, de acordo com informações repassadas pela assessoria, os produtos de marca própria tiveram destaque, passando de nove para 17 opções. A comercialização desses itens representou 12,7% das vendas líquidas totais de alimentos no último trimestre de 2018. No último trimestre de 2021, no entanto, a proporção saltou para 19,4%. A rede ressalta, ainda, que os ovos de Páscoa do Carrefour são, em média, 30% mais baratos que os de marcas tradicionais, o que justificaria o aumento da procura.

Expectativa positiva

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De acordo com o vice-presidente da Associação Mineira de Supermercados (Amis), Álvaro Lage Filho, a expectativa para 2022 é que ocorra um aumento de 10% nas vendas em relação ao ano passado. O cenário positivo é resultado do maior controle da pandemia da Covid-19, com boa parte da população vacinada, e a liberação quase total das atividades. As lojas, desde março, se preparam para receber os clientes, com exposições mais agressivas dos produtos típicos da Páscoa. “É uma data forte no nosso calendário de vendas. Estamos otimistas, principalmente nesta semana que antecede a data.”

Ainda de acordo com Álvaro, este ano, devido à recessão econômica, a procura ocorre principalmente por ovos de Páscoa menores, caixas de bombons e barras de chocolate. Devido aos reajustes na tabela de preços, a Amis aconselha que o cliente pesquise as melhores ofertas para que seja possível encontrar os produtos que se adequem ao seu perfil. “Além dos chocolates, temos o aumento de vendas do bacalhau e outros peixes, assim como outros ingredientes para uma refeição de Páscoa em família. Os vinhos também tiveram um aumento de vendas nessa época.”

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Nesta segunda-feira, peixarias registraram movimentação por parte dos consumidores com a aproximação da Páscoa (Foto: Elisabetta Mazocoli)

Preço de peixes e vinhos subiu mais que o de chocolates

De acordo com a pesquisa da FGV, o aumento médio constatado no vinho foi de 6% e o de pescados frescos, 8,33%, superando os aumentos verificados em chocolates e bombons. Nesse cenário, a gerente da Granjamar Bellini, Débora Helena de Oliveira, afirma que o movimento ao longo de março e começo de abril não foi o esperado. “A partir desta segunda, a loja já está mais cheia, mas com a Quaresma mesmo o movimento não cresceu tanto quanto gostaríamos. Até ano passado tinha sido melhor, mesmo com a pandemia”, conta. Ela diz que o setor de peixaria fez o possível para manter os preços mesmo mediante a alta inflacionária, e que os consumidores também optaram por pescados mais baratos, como sardinha e filé de merluza.

A sócia proprietária da Garrafaria, Camila Matheus Repetto, avalia que, nesse período de Páscoa, há um aumento de 60% na venda de vinhos brancos e de 30% em vinhos portugueses. “Isso é muito impactado pelo bacalhau, por ser o prato da celebração. As pessoas logo o associam ao vinho português”, diz. Em relação aos preços, Camila afirma que, apesar da queda do dólar agora, “os produtos foram comprados ainda com dólar muito alto”. Ela observa que a tendência tem sido de os clientes procurarem por opções com um custo-benefício melhor. “A gente antes vendia menos garrafas por preços maiores, e hoje vendemos mais garrafas por preços menores”, afirma.

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