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Comércio juiz-forano tem expectativa positiva para o Dia dos Namorados

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A data mais romântica do ano promete marcar também um passo importante para a recuperação gradual do comércio em Juiz de Fora. Ao menos é a expectativa dos empresários da cidade para o Dia dos Namorados, que será celebrado no próximo sábado (12). Ainda abalado pelo impacto econômico causado pela pandemia de coronavírus, o setor econômico reserva esperança de aumento nas vendas este ano em comparação a 2020, quando as severas medidas de restrições sanitárias impuseram dificuldades, uma realidade de preocupação que viraria regra nas datas comemorativas que se seguiram.

Investindo nas vendas on-line desde o início da pandemia, o proprietário da loja de moda feminina Arpel, Eduardo Belmonte, afirma que o Dia dos Namorados tem surpreendido positivamente. Ele evita traçar uma meta de crescimento nas vendas, mas acredita em dias de comércio aquecido. “No que diz respeito a (venda de) presentes, acredito que vá ser positivo. Mas mostrar expectativa de aumento de venda ainda é vago por causa do momento, porque não temos base de comparação”, opina Belmonte.

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Além de estarem com as portas abertas, lojas mantêm vendas pelas redes sociais, uma forma de aproximação com o cliente (Foto: Fernando Priamo)

Segundo o empresário, as vendas da Arpel estão divididas entre o presencial e o on-line. A loja tem atraído clientes pelas mídias sociais durante os 15 meses de pandemia, o que garante maior continuidade na relação com os consumidores. “A gente tem as nossas vendas pelo site e temos as vendas pelas redes sociais, que são expressivas para o contato (com o comprador)”, explica.

Tradicionalmente populares entre os namorados, as floriculturas já observam crescimento das vendas em consequência do Dia dos Namorados. “A gente está bem otimista, acreditando bastante que as vendas serão boas”, relata Renê Mendonça, designer floral e proprietário da Floricultura Dois Amores. Com opções de presentes que variam de R$ 10 a até R$ 500, o apelo emocional da data é celebrado por Mendonça. “A gente procura fazer um trabalho temático bem romântico para o Dia dos Namorados. Temos buquês, pelúcias, chocolates, vinhos… Tem para todos os gostos e para todos os bolsos”, afirma.

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Movimento em floricultura já começou a aquecer, trazendo boas perspectivas para o setor (Foto: Fernando Priamo)

Impacto em todo o setor econômico

A última data comemorativa do primeiro semestre deve ter grande capilaridade nas empresas mineiras, impactando 57,4% do comércio varejista do estado, segundo pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG). De acordo com o levantamento da entidade, 45,7% dos empresários acreditam em vendas melhores este ano em relação ao anterior. Entre os que estão mais pessimistas (29%), a maioria citou a pandemia como o principal motivo para a descrença, enquanto outros lembraram também da crise econômica.

Entre os segmentos econômicos mais citados no levantamento, estão: livros, jornais, revistas e papelaria (90%); tecido, vestuário e calçados (75,9%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (60,7%); supermercados, hipermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (48,6%); e móveis e eletrodomésticos (42,9%). A pesquisa foi realizada com 402 empresas de dez regiões do estado, incluindo a Zona da Mata.

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Já conforme a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o Dia dos Namorados deve movimentar R$ 1,8 bilhão em todo o país. Considerando apenas o estado de Minas Gerais, o aporte financeiro deve chegar a R$ 177,6 milhões, segundo o órgão.

CDL e Sindicomércio projetam respiro

No sábado, os estabelecimentos comerciais estão liberados a funcionar até às 17h. O horário estendido, segundo representantes do setor, será importante para evitar a concentração de clientes apenas no período da manhã, o que poderia causar aglomerações. “Só de estar funcionando (o comércio), a autoestima já está melhorando (…). No ano passado, a instabilidade e a insegurança eram muito grandes. E, onde há insegurança, não há investimento”, analisa o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Juiz de Fora (CDL-JF), Marcos Casarin.

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A expectativa da CDL-JF é que o Dia dos Namorados marque mais um passo no retorno gradativo da economia. “Por mais que o consumo tenha diminuído, as pessoas ainda consomem. Naturalmente, (as vendas) não vão voltar ao que eram de uma hora para a outra. Mas será gradativamente”, afirma Casarin.

O Sindicato do Comércio de Juiz de Fora (Sindicomércio), por sua vez, aponta as lojas de vestuários, perfumes, cosméticos e floriculturas como estabelecimentos que, tradicionalmente, são os mais procurados na semana dos Namorados. Para o presidente Emerson Beloti, a data deve dar um respiro aos empresários, mas apenas a recuperação dos postos de trabalho pode retornar as vendas ao patamar anterior à pandemia. “Creio que alguns segmentos podem ter um alívio (…). Só empregando nós vamos conseguir aumentar o consumo. Seguramente, os quatro mil empregos que nós perdemos no ano passado ainda não foram recuperados. Temos que ter a segurança e a estabilidade de que o comércio não vai fechar para dar a condição ao empresário de contratar”, reflete Beloti.

Hotéis movimentados

O final de semana promete movimentar também os hotéis da cidade. De acordo com levantamento do Juiz de Fora Convention & Visitors Bureau (JFC&VB), os hotéis associados estão com 100% da ocupação permitida para o final de semana, lembrando que, pelos protocolos sanitários adotados no município, é preconizada a lotação de 50% dos espaços físicos. Alguns estabelecimentos optaram por promover o jantar à parte no restaurante, enquanto outros preferiram vender pacotes com jantar no quarto, o que facilita a higienização, de acordo com a JFC&VB.

Já o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Juiz de Fora (SHRBSJF) lembra da possibilidade de o cenário epidemiológico, que ainda é grave, causar receio aos consumidores, mas ainda relata a esperança de uma movimentação expressiva. “Nós estamos na faixa vermelha e isso pode inibir as pessoas a saírem. Mas temos uma expectativa maior porque, agora, nós estamos em uma fase menos aguda (das restrições sanitárias). Então, temos a expectativa de um faturamento maior”, afirma o coordenador executivo e advogado do sindicato, Rogério Barros.

Bares e restaurantes pedem flexibilização

Pelo lado dos bares e restaurantes, os proprietários aguardam a definição da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) quanto ao horário de funcionamento do setor durante o final de semana. As entidades que representam a categoria fizeram solicitação à Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Inclusivo, da Inovação e Competitividade (Sedic) para que seja liberada a abertura com consumo interno até meia-noite.

“Nós fizemos o pedido, excepcionalmente, porque é uma data especial. Durante o Dia das Mães nós tivemos as vendas dentro das expectativas e, agora, a gente espera que o Dia dos Namorados nos ajude também a dar um fôlego”, afirma Barros, lembrando o impacto econômico sofrido pelo setor durante a pandemia. “O setor está arrasado. São muitos fechamentos e muito desemprego. Está muito complicado”, lamenta.

A Regional Zona da Mata da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel/Zona da Mata) também dá corpo à demanda do SHRBSJF de ampliar o horário de funcionamento do setor durante o final de semana. Pelo hábito dos consumidores do setor, segundo a Abrasel, a maior demanda corresponde ao período noturno, de modo que o limite de horário que vigora atualmente seria insuficiente para atender os clientes. “Estamos aguardando um posicionamento da Prefeitura sobre o nosso pedido de dilatação do horário, até porque todos os outros setores de atacado, varejo e comércio em geral estão funcionando na integralidade. O que estamos pedindo é uma isonomia no tratamento”, explica a presidente da Abrasel, Francele Galil.

Para Francele, é difícil apostar em uma recuperação do setor apenas com a data comemorativa, mas a expectativa é que a semana dos namorados represente um alívio para os empresários que passam por severas dificuldades desde o início do período epidêmico. “Não tem que se falar em recuperação nos próximos dois anos. O que temos é um alívio ao setor, pela procura maior do que a tradicional”, constata.

Procurada, a Prefeitura não se posicionou sobre o assunto até o fechamento desta edição.

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