A segunda etapa da pesquisa “Perfil do Consumidor Juiz-forano”, realizada pela Sieg Informação e Pesquisa em parceria com o Grupo Solar Comunicação, revelou a rotina e os hábitos dos moradores da cidade. Além de conhecer a atividade que desempenham e a principal forma usada para deslocamento, foram perguntadas questões sobre práticas esportivas, lazer e frequência de compras no supermercado.
Os resultados apresentaram um perfil geral do município e, também, as especificidades das dez regiões analisadas. Para a divisão destas áreas, o levantamento considerou a presença de bairros que polarizam o consumo.
Conhecer mais sobre o cotidiano dos consumidores contribui para a compreensão de quem é o público das empresas e qual é a melhor forma de chegar até ele, conforme explica o economista e diretor da Sieg Informação e Pesquisa, Antônio Carlos Vandanezi Alvim. “Este trabalho é uma oportunidade para o pequeno comerciante e prestador de serviços ter informações sobre quem é o consumidor da região em que ele atua e, assim, direcionar melhor a oferta de produtos.”
Metodologia
Para a realização do estudo, foram considerados os dados oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do plano diretor municipal e a base de dados da própria empresa. A equipe de pesquisa foi a campo entre os dias 12 e 20 de outubro, quando entrevistou 2.466 famílias. Os entrevistados tinham idade a partir de 15 anos.
Trabalhadores são maioria na cidade
O universo da pesquisa foi a população residente na sede do município, estimada em 560.909 habitantes pelo IBGE. Deste total, 58% têm o trabalho como principal atividade. Este percentual só não é maior porque, apesar de integrarem a população economicamente ativa (PEA) da cidade, outros 10% afirmaram estar desempregados.
Os aposentados integram o segundo principal grupo consumidor, somando 15%. Estudantes e donas de casa correspondem a 9% e 8%, respectivamente.
Regiões de São Mateus e Benfica concentram mais trabalhadores
Na análise de regiões, a concentração dos trabalhadores juiz-foranos é maior na área de São Mateus e adjacências, chegando a 63%. Na avaliação de Vandanezi, esta informação pode ser explicada a partir do cruzamento de dados apresentados na primeira etapa da pesquisa. “Lembrando a correlação com a faixa etária e a renda verificadas nesta área, podemos fazer a leitura de que temos a presença de pessoas que já teriam chegado na idade de se aposentarem, mas continuam trabalhando. Neste perfil, podemos identificar empresários e donos do próprio negócio.”
A região de Benfica e bairros do entorno também apresentaram percentual de trabalhadores acima do verificado na média geral da cidade, um total de 62%. Para o pesquisador, o resultado era esperado pela própria história local. “A ocupação da Zona Norte começou pelas empresas, com o Distrito Industrial, que atraiu os operários para morarem mais perto do local de trabalho, o que pode ser uma justificativa para esta concentração.”
Área central tem maior público estudantil
Ainda de acordo com a análise regional, a presença dos estudantes tem destaque na área central, com extensão do Bairro Granbery até o Mariano Procópio. Nesta faixa, o público estudantil chega a 15%. “Também é o local onde está presente a maior parte das escolas. Muitas famílias optam por morar perto de onde os filhos estudam para facilitar o deslocamento no dia a dia”, analisa Vandanezi.
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Ele destaca a importância deste resultado para a ótica de diferentes setores. “Esta é uma informação importante, pois pode nortear muitos tipos de negócio. Os estudantes são público-alvo de uma série de produtos e serviços.”
Ônibus urbano é o meio de transporte mais usado
A pesquisa também perguntou aos entrevistados qual é o principal meio utilizado para deslocamento. “Vale destacar que não se trata de análise de fluxo diário, nem de uma estimativa de número de viagens por cada meio de transporte. O levantamento mostra o percentual da população que utiliza cada meio de transporte com maior frequência”, alerta o especialista. Os ônibus urbanos aparecem como a primeira opção, sendo a escolha de 57% dos entrevistados.
Segundo ele, o inverso também é observado. “O uso do sistema de transporte por aplicativo é maior nas áreas próximas ao Centro, como as regiões 3 e 6 (bairros da área central, São Mateus e adjacências), onde o deslocamento é menor, e as viagens são mais baratas.” Nestas duas áreas, a participação dos aplicativos é de 6%, enquanto a média no município é 4%.
Outros dados relacionados a deslocamento que foram destaques na pesquisa são os 35% dos moradores de São Pedro e bairros adjacentes que afirmaram usar automóvel próprio, o que, para o especialista, “em parte, pode explicar os constantes problemas de trânsito na Cidade Alta”, e os 22% da região central que disseram andar a pé.
Caminhada é a principal atividade física
Quando o assunto é prática esportiva, 54% dos consumidores juiz-foranos não fazem atividade física de forma regular. Mas, entre aqueles que se exercitam, 28% realizam caminhada. “As academias também apresentam uma participação importante, abrangendo um quarto deste público”, observa Vandanezi.
Ele explica que a prática esportiva é um hábito que interfere nas ações de diferentes empreendimentos. “Há muitos negócios relacionados ao esporte e às atividades de lazer, por isso, estas questões foram consideradas no nosso estudo.”
Bares estão entre os favoritos na hora de lazer
As atividades realizadas no período de lazer também foram tema do estudo. De acordo com o levantamento, 64% dos consumidores têm o costume de aproveitar o tempo livre. Dentro deste grupo, os esportes são a preferência de 27%.
Os bares aparecem em segundo lugar, sendo a resposta apontada por 11% dos entrevistados. “Este era um resultado esperado, pois sabemos que o juiz-forano tem este hábito como uma atividade de lazer”, diz o pesquisador. “Outras opções, mesmo que não estejam no topo da lista, também merecem destaque, como é o caso do “fazer churrasco/festa”, com muitos negócios na cidade direcionados a estes eventos.” O economista ressalta que 3% em um universo de mais de 560 mil habitantes é um número considerável.
Compra mensal perde força
A análise sobre a frequência das compras feitas nos supermercados mostrou uma mudança significativa no comportamento do consumidor. “A compra mensal, que era tradicional antigamente, já não tem sido tão utilizada. No passado, o dia de pagamento era quando as pessoas iam ao supermercado e adquiriam os produtos para todo o mês”, relembra o especialista. “Agora 37% das pessoas vão ao supermercado semanalmente, e 32% vão mais de três vezes na mesma semana.”
Para ele, a mudança de comportamento está atrelada ao aumento da oferta de lojas na cidade. “O número de estabelecimentos aumentou, o que facilitou o acesso. Não há motivos de você ir ao supermercado uma vez no mês e estocar produtos.” Outra justificativa está no aumento da economia informal. “Há muitos trabalhadores nesta situação. Para eles, não há um dia específico de pagamento. Eles recebem o dinheiro aos poucos, pode ser por semana ou quinzena. Isto propicia a realização das compras em menor quantidade e com maior frequência.”
Próxima edição
No próximo domingo (15), a Tribuna irá divulgar os resultados da terceira etapa do estudo, que irá mostrar a relação dos consumidores com os animais de estimação. Para isso, foi feito um “Censo Pet”, que identificou o número da população pet na cidade. Também foram questionadas as mudanças de hábito e a frequência a locais comerciais em função dos bichinhos.