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Mesmo sem reajuste da Petrobras, gasolina sobe R$ 0,19 em JF

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Preço médio da gasolina comum em Juiz de Fora subiu R$ 0,19 no último mês (Foto: Leonardo Costa)

O preço da gasolina comum passa por um carrossel ao longo de 2022. Após alcançar quase R$ 8 em junho em Juiz de Fora, uma série de estímulos governamentais fez com que o combustível caísse para um piso de R$ 4,74 em agosto, causando alívio aos motoristas da cidade. Entretanto, nas últimas semanas, mesmo sem alteração no valor cobrado pela Petrobras nas refinarias, a gasolina voltou a registrar aumento nos postos juiz-foranos. Pesquisa de preço divulgada pela Agência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-JF) nesta terça-feira (8) aponta para o retorno do valor médio para a casa dos R$ 5, consolidando R$ 0,19 de aumento em pouco mais de um mês.

Os sete últimos levantamentos realizados e divulgados pelo Procon ilustram a tendência recente de aumento nos valores cobrados em Juiz de Fora. No dia 19 de setembro, o órgão municipal apontou preço médio de R$ 4,81 cobrado pelos postos da cidade, com o menor valor encontrado a R$ 4,77 e, o maior, a R$ 4,99. Na primeira pesquisa de outubro, realizada no dia 3 daquele mês, os valores médio e máximo permaneciam inalterados, na medida em que o preço mínimo havia caído ainda mais e alcançado R$ 4,69, o menor valor encontrado em todo o ano.

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Entretanto, o levantamento do dia 10 de outubro apontou a tendência que seria uma constante até a atual semana. Em sete dias, o custo médio da gasolina comum subiu R$ 0,18 e chegou a R$ 4,99, movimento acompanhado pelos valores mínimo (R$ 4,95) e máximo (R$ 5,09). Na pesquisa mais recente, por sua vez, os valores chegaram a R$ 5 o custo médio, R$ 5,19 o máximo e R$ 4,94 o mínimo.

Chama a atenção o fato de que, neste período, não houve reajuste no valor cobrado pela Petrobras nas refinarias que justificasse o aumento verificado nos postos, tampouco alteração nos tributos que incidem no valor do combustível. A última alteração no valor cobrado pela estatal aconteceu no dia 1º de agosto e, no sentido contrário, representou queda de 7% no preço da gasolina, a quarta redução no valor cobrado pelo insumo desde julho.

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Segundo a supervisora de fiscalização do departamento de práticas infrativas do Procon-JF, Roberta Lade, a equipe de fiscalização da entidade promove, desde o dia 1º de novembro, ação para apurar denúncias de consumidores insatisfeitos com os aumentos no valor dos combustíveis. “O Procon iniciou ação de fiscalização com trabalho investigativo e de análise, solicitando aos estabelecimentos as notas fiscais de compra e venda, com o intuito de averiguar possíveis irregularidades nos preços.”

Variação em refinarias privadas pode explicar alta

Para o economista e professor da Faculdade de Economia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Wilson Rotatori, dois fatores podem ajudar a explicar o aumento no valor da gasolina. O primeiro é a variação no preço do combustível nas refinarias privadas, uma vez que a Petrobras não responde por todas as refinarias do insumo no Brasil. “Parte do refino do petróleo transformado em gasolina é realizada por refinarias privadas e elas seguem o preço internacional.

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Parte desse combustível sobe porque tivemos variação do preço do petróleo no cenário internacional”, explica o professor, que também aponta a alta no custo do etanol, um dos elementos que compõem a gasolina comum, como outro fator influenciador. Rotatori ressalta que o valor do barril do petróleo no mercado internacional aumenta desde meados de setembro, após uma queda significativa nos meses anteriores, e esse aumento não se refletiu em reajuste no valor cobrado pela Petrobras.

A respeito da redução das alíquotas que incidem sobre a gasolina, Rotatori lembra que parte das medidas tem validade apenas até o final do ano. Caso a cobrança retorne ao que era até as políticas de redução dos valores, o combustível deve voltar a subir e impactar na inflação.

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“Em situação normal, retomando as alíquotas, veremos um recrudescimento da inflação. O que vimos de queda na inflação não foi só por conta do combustível, mas também da redução de alíquotas sobre a energia elétrica e os serviços de telecomunicação”, pondera o economista, lembrando que um cenário internacional mais favorável, com queda no valor do petróleo, também amenizaria os efeitos.

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