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Proposta de APL do Queijo Minas Frescal pretende suprir demandas de pequenos produtores rurais

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O setor de laticínios é referência em Juiz de Fora. Segundo a Emater, a cidade reúne cerca de 1.100 agricultores familiares, cuja principal atividade desenvolvida é a produção de leite e derivados. Na última terça-feira (3), a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) esteve em laticínios do município para apresentar a proposta de criação, apoio e fomento a um Arranjo Produtivo Local (APL) do Queijo Minas Frescal. De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Inclusivo, da Inovação e Competitividade (Sedic), o projeto, caso seja concretizado, pode contribuir para atender uma das principais queixas dos produtores, que é a dificuldade de acesso ao mercado.

A visita, realizada por representantes das secretarias de Desenvolvimento Sustentável e Inclusivo, da Inovação e Competitividade (Sedic) e Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), contou com a participação de integrantes da Cooperativa de Economia da Agricultura Familiar da Microrregião de Juiz de Fora (Coopeafamijf), além da Fiemg. Segundo a PJF, o objetivo da ação foi conhecer os atores da cadeia produtiva do queijo minas frescal no município e apresentar o projeto.

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Agricultores familiares foram visitados, com o objetivo de conhecer os atores da cadeia produtiva do queijo minas frescal na cidade (Foto: Divulgação)

Neste primeiro momento, foram realizadas três visitas a pequenos produtores familiares rurais que produzem queijos, tendo a atividade como única fonte de sustento. Todos os produtores fazem parte da cooperativa, composta por 60 famílias. Conforme explica a assessora da Sedic, Adriana Freitas Oliveira, a princípio, foi apresentada a proposta de iniciar as articulações e as discussões para o diagnóstico e o reconhecimento da existência de um APL de queijos e laticínios na cidade, assim como a criação de um grupo de trabalho para elaborar ações de fortalecimento.

“Os produtores estão precisando muito do apoio do Poder Público, com políticas públicas voltadas para esse setor, que estava há um tempo parado. Esse movimento do APL está sendo muito importante para acompanhar o dia a dia dos produtores e ver de perto o que eles produzem”, avalia a presidente da Cooperativa de Economia da Agricultura Familiar da Microrregião de Juiz de Fora, Renata Montenegro.

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Diagnóstico da cadeia produtiva

A Prefeitura, em parceria com o Sebrae e a Fiemg, pretende realizar, em julho, o primeiro encontro de fabricantes de queijos e laticínios em Juiz de Fora e, em seguida, elaborar diagnóstico da cadeia produtiva para requisitar ao Estado de Minas Gerais a certificação deste APL na microrregião de Juiz de Fora. A ideia é promover feiras em regiões movimentadas da cidade destinadas a esse setor.

“O reconhecimento da existência de um APL em um município comprova a importância econômica e social deste setor produtivo para a população da cidade e para o Poder Público, pois demonstra a capacidade da geração de emprego, renda e impostos deste arranjo, tanto para o Município, quanto para o Estado”, destaca Adriana.

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Já a assessora da Seapa, Fabiana Cirino, destaca que Juiz de Fora é referência mundial no desenvolvimento de queijos e na área de pesquisa e tecnologia para o setor de laticínios, além de sediar instituições importantes da área. “Tudo isso comprova a importância e a urgência em diagnosticar e certificar este Arranjo Produtivo de Laticínios no município.”

Produtores reclamam de dificuldade de acesso ao mercado

A principal queixa dos produtores, hoje, é a dificuldade de acesso ao mercado. Conforme a cooperativa, os entraves para adquirir crédito para compra de equipamentos e melhoria de processos, visando a otimizar a produtividade, dificultam a concorrência com os grandes laticínios nos pontos de venda tradicionais. Outra expectativa é que o projeto ajude no escoamento da mercadoria. “A gente não quer sair da roça. Se temos uma política que conseguimos acessar, porque vamos sair? Vamos produzir”, ressalta Renata.

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Como produtora, a presidente da Coopeafamijf avalia que um problema recorrente é a falta de acesso a informações, já que muitos produtores desconhecem políticas públicas as quais têm direito. “É isso que está acontecendo na nossa região, ficou uma área empobrecida, com os produtores distantes dos seus direitos. O APL vai servir para orientar o produtor.”

As secretarias de Agricultura (Seapa) e Desenvolvimento Sustentável e Inclusivo (Sedic) afirmaram que pretendem apresentar, em breve, projeto para criação de uma feira específica para este segmento. A intenção é, além de facilitar o escoamento da produção do setor, também oferecer à população a possibilidade de comprar um produto local, valorizando os pequenos produtores e as pequenas indústrias do município.

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