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Funcionários da Mercedes cruzam os braços contra suspensão de produção

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Do lado de fora da montadora, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos fala aos trabalhadores

Atualizada em 8 de outubro de 2014, às 10h

Pelo segundo dia consecutivo, os trabalhadores da Mercedes-Benz devem cruzar os braços nesta quarta-feira (8) em protesto contra a intenção da montadora de suspender a produção de caminhões na planta local, que ficaria responsável apenas pela montagem bruta (estrutura das cabines) e pintura de veículos. Conforme o Sindicato dos Metalúrgicos, a comunicação teria acontecido na terça, em reunião entre executivos da empresa e direção do sindicato. Em seguida, a categoria realizou paralisação. Para esta quarta está prevista assembleia para definir os “passos de resistência”. A Mercedes, por meio de sua assessoria, informou que divulgará, nos próximos dias, informações sobre o assunto. Adiantou, no entanto, que “desativar a planta de Juiz de Fora não é uma opção para a empresa”.

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Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos, o encerramento da produção do caminhão leve Accelo aconteceria em 2016 e o do extrapesado Actros, em 2018. Os modelos passariam a ser fabricados em São Bernardo do Campo, em São Paulo. “É o pior cenário que a gente poderia imaginar”, considerou o presidente João César da Silva. A principal preocupação, diz, é em relação a situação dos trabalhadores, hoje 750 diretos, contando os 168 que estão em lay-off, suspensão temporária dos contratos de trabalho por cinco meses. O receio é maior em relação aos 300 funcionários que não atuam diretamente no chamado setor operativo.

O sindicalista analista o impacto em toda a cadeia produtiva, especialmente terceirizados que prestam serviço no parque de fornecedores. No mês passado, a Randon, uma das fornecedoras da montadora, encerrou as atividades na cidade, dispensando 22 funcionários. O presidente sindical diz que, desde o ano passado, tem alertado autoridades sobre o risco de esvaziamento da unidade. “Infelizmente, não vimos aqui uma mobilização para defender a fábrica na mesma proporção que houve em São Bernardo do Campo.” Para ele, não existe uma fundamentação técnica, financeira ou logística para a medida.

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A Prefeitura, por meio de sua assessoria, informou que foi procurada pela montadora, que teria se comprometido a divulgar, em breve, “uma nota afirmando que não procedem as informações divulgadas pelo sindicato”. O Poder Público afirmou, ainda, que “reforça que está acompanhando, de perto, o assunto para defender os interesses dos trabalhadores e da cidade”.

Após saber da notícia, a deputada federal Margarida Salomão (PT) se disse não só preocupada, mas “indignada” com a situação. Ela afirmou que fez contato com o governador eleito Fernando Pimentel (PT), que faria contato direto com o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Mauro Borges, com o objetivo de “adiar este tipo de decisão antes que haja conclusão de nova rodada de entendimentos”.

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Conversão

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Considerada uma das fábricas mais modernas da indústria automobilística da América do Sul, a planta juiz-forana foi inaugurada em abril de 1999 e era usada para a produção de automóveis até 2010. No ano seguinte, recebeu investimentos da ordem de R$ 450 milhões, para ser convertida para a fabricação de caminhões, especificamente os modelos Actros e Accelo. Pelas contas da entidade de classe, a fábrica contou com incentivos fiscais da ordem de R$ 1 bilhão até 2009.

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