Juiz de Fora não terá a edição do Minas Láctea este ano. Por conta da crise, um dos maiores e mais tradicionais eventos da cidade sofreu reformulações e passará a ser bienal. A mudança foi solicitada em 2014 pelas empresas participantes, ano em que a atração chegou a ser cancelada, e se concretizou, agora, diante do agravamento das dificuldades econômicas que o país atravessa. Desta forma, a Epamig prepara para julho a Semana do Laticinista, evento em formato reduzido destinado ao congraçamento do setor e à geração de negócios.
Após um ano de ruptura na realização do evento, os números do Minas Láctea continuaram expressivos em 2015. Foram cerca de dez mil participantes e R$ 100 milhões em negócios. Mesmo com os resultados positivos, a decisão das empresas foi mantida. “Elas alegam que é um evento caro e que exige uma logística mais complexa. Diante do pedido para que a realização fosse bienal, formalizado em carta, elas também não prepararam orçamento para este ano”, explica o chefe geral do Instituto de Laticínios Cândido Tostes (ILCT), Cláudio Furtado Soares.
Ele afirma que, por entender a importância do evento para o setor e para a cidade, foram buscadas alternativas. “Decidimos por realizar a Semana do Laticinista, mantendo o Concurso Nacional de Produtos Lácteos e a Exposição de Produtos Lácteos (Expolac). Também teremos palestras e inovaremos com a realização do table top, espécie de rodada de negócios em que as empresas irão mandar representantes para realizar apresentações em moldes mais simples.” Apesar de o evento ainda não ter sido aberto para confirmação de participantes, Cláudio garante que o novo modelo tem tido boa receptividade entre os empresários.
Impactos
Com a estrutura mais enxuta do evento deste ano, o retorno para a economia local tende a ser menor. “Acredito que haverá uma movimentação na rede hoteleira e nos restaurantes, mas em menor proporção do que acontece com a realização do Minas Láctea. Temos que entender que, em um período de crise, todos são afetados.” A expectativa de geração de negócios para a Semana do Laticinista não foi divulgada.
Fábrica
Depois de cinco anos de reforma e sete anos de inoperância, a perspectiva é que a fábrica do ILCT esteja em funcionamento até julho. “Já encaminhamos os documentos para o Ministério da Agricultura e buscaremos o convênio com uma fundação que será responsável pela gestão financeira. Nossa ideia é realizar o evento com a fábrica operando.”