A pandemia de coronavírus ainda é sentida pelo comércio varejista de Juiz de Fora, mas as datas comemorativas são uma oportunidade de recuperação econômica. O próximo domingo (8) marca mais um passo para a retomada, com a comemoração do Dia dos Pais, que promete movimentar o setor. Lojistas juiz-foranos apostam no apelo emocional da data para deixar para trás as dificuldades financeiras do período pandêmico.
A recuperação é esperada por Geraldo Lima, gerente da loja de vestuário masculino Duomo Modas. O aquecimento das vendas no estabelecimento ainda tem como aliado a meteorologia, uma vez que as baixas temperaturas têm gerado alta procura por casacos. “A gente começou a semana de maneira bem positiva. Esse ano, com o comércio aberto e a estação fria, estamos vendendo bastante casaco”, diz o gerente, contando também que, tradicionalmente, o Dia dos Pais é como um “segundo Natal” para a loja. “O mês de dezembro é atípico, mas agosto é um mês bom e essa semana (dos pais) ajuda bastante”, pontua.
Os difíceis meses de pandemia, com restrições no funcionamento do comércio, ainda estão na memória dos lojistas. No caso de Marcus Turolla, gerente da loja de artigos esportivos Orion Esportes, a véspera do Dia dos Pais de 2020 foi de vendas zeradas após quatro meses com o estabelecimento fechado, o que aumenta a importância das datas comemorativas deste ano. “A gente preparou bem o estoque (para o Dia dos Pais), então a expectativa é alta. A gente espera que isso se concretize durante esta semana, que é uma semana de pagamento e com o comércio liberado”, projeta.
Data deve movimentar mais de R$ 600 milhões em Minas
O Dia dos Pais é aguardado com otimismo pelos empresários mineiros, segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG). Pesquisa capitaneada pela entidade mostrou que a data deve movimentar R$ 629,3 milhões em Minas Gerais, com 86,4% dos comerciantes esperando resultados iguais ou superiores em relação ao ano passado.
O período deve afetar positivamente 59% das empresas do setor comercial. O otimismo leva 30,7% dos empresários a investirem em promoções ou liquidações, 29,5% em propaganda, 13,5% na diversidade do estoque e 5,3% no atendimento diferenciado para o período. Os segmentos mais mobilizados são os de vestuário e calçados; combustíveis e lubrificantes; produtos alimentícios, bebidas e fumo; joias; ótica; artigos recreativos e esportivos; e eletrônicos, além de móveis e eletrodomésticos.
Por outro lado, 45,5% dos entrevistados manifestaram desconfiança em relação às vendas na data por conta da pandemia. Pouco mais de 9% deles ainda mostraram receio por conta da falta de dinheiro dos consumidores, enquanto 6,1% apontou a crise econômica e a cautela dos clientes como fatores que podem influenciar negativamente os negócios.
Para 45,5% dos entrevistados, a desconfiança em relação às vendas para o Dia dos Pais se deve ao receio por causa da pandemia. Também foram citadas a falta de dinheiro do consumidor (9,1%), a crise econômica e a cautela dos clientes (6,1% cada). Em contrapartida, 44,9% apostam no valor afetivo da data para faturar mais, enquanto 7,1% veem na vacina um impulso para as vendas.
“O comércio ainda não se recuperou”, diz sindicato
O Sindicato do Comércio de Juiz de Fora (Sindicomércio) ainda contabiliza as perdas do setor ao longo de todo o período pandêmico. Segundo o presidente da entidade, Emerson Beloti, a recuperação depende de maior oferta de empregos. “O comércio ainda não se recuperou como gostaria, ainda está muito aquém. Mas, mesmo assim, estamos esperançosos. Alguns setores já estão melhor, mas ainda continuamos com problemas de empregabilidade, que é o grande termômetro do comércio varejista. Se você tem mais pessoas empregadas, mais consumo terá”, avalia.
Ainda assim, a tendência enxergada pelo Sindicomércio é de normalização com o passar dos meses. “O comércio varejista não contrata do jeito que ele quer porque está com medo de fechamento. Mas, havendo uma certa confiança no Poder Público, acredito que nós teremos um bom restante de ano”, sentencia.
A expectativa pela retomada comercial também é compartilhada pelo presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Juiz de Fora (CDL-JF), Marcos Casarin, que lembra a importância do Dia dos Pais no contexto atual. “É uma data familiar, que envolve todo um apego. Com tudo isso que estamos vivendo, nós precisamos restabelecer a normalidade. E a expectativa é a melhor possível.”
Procon fornece orientações para compras do Dias dos Pais
A Agência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon/JF) da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) publicou uma série de orientações aos consumidores para as compras do Dias dos Pais. Dentre elas está a comparação de preços e a opção, se possível, pela compra à vista, o que pode viabilizar descontos e proporcionar vantagens. Além disso, o Procon ressalta que os estabelecimentos podem diferenciar as formas de pagamento, tais como dinheiro ou cartão, mas não podem estabelecer um valor mínimo para as compras no crédito ou no débito.
É aconselhado também que os compradores se planejem com antecedência, visitem os locais de interesse, pesquisem preços e evitem compras por impulso. Outro ponto importante é sempre exigir a nota fiscal, pois ela garante os direitos dos consumidores e os deveres dos fornecedores de produtos ou serviços.
Durante as operações on-line é importante estar atento para não ser vítima de golpes. Para isso, o Procon aconselha pesquisar a procedência da loja virtual, visitando portais de pesquisa e também o site consumidor.gov.br, consultando a opinião de outros clientes e avaliações relacionadas a qualidade do produto, prazo de entrega e políticas de troca.
Para saber se o site garante a segurança de dados é necessário verificar se há símbolo de cadeado no canto esquerdo do campo de preenchimento do endereço. É importante também conferir se a loja on-line informa CNPJ, telefone e endereço no site, informações que normalmente estão localizadas no rodapé da página.
Nas compras on-line, a nota fiscal deve ser disponibilizada assim que o produto for faturado pela empresa. Já o prazo de arrependimento de uma compra feita pela internet é de sete dias após a entrega do produto. A loja deve fornecer informações claras sobre esse direito e devolver todo o valor pago pelo consumidor. Por isso, é importante que o consumidor guarde informações sobre data da aquisição, o que foi comprado, data da entrega, valor do frete e número gerado pela empresa referente a compra, entre outros dados.