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Ocupação de praças abre oportunidades de negócios

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Edição de maio do Mercado Aberto no Parque Halfeld (Foto: Marcelo Ribeiro)

A ocupação planejada dos espaços públicos de Juiz de Fora tem trazido oportunidades para a interação social e o desenvolvimento econômico da cidade. Com a realização de feiras e pequenos eventos, alguns locais passaram a oferecer lazer gratuito à população e chances aos pequenos produtores de fazerem negócio. Neste sábado, o Parque Halfeld recebe a 13ª edição do Mercado Aberto, uma feira ao ar livre que irá reunir 55 expositores dos segmentos de moda, artesanato, decoração e gastronomia. A expectativa é que, ao longo do dia, cerca de cinco mil pessoas passem pelo local. De acordo com a organização, o evento deve movimentar R$ 90 mil em negócios.

A edição do Mercado Aberto integra o evento Câmara na Praça, iniciativa que visa a ocupar as escadarias do Palácio Barbosa Lima e seu entorno com atividades culturais. Na programação ainda estão agendadas uma feira de adoção de animais resgatados pelo Canil Municipal, shows com Alessandra Crispim e Sambalelê, além de orientações à população. “Será um evento para família juiz-forana, com gastronomia e boa música, além de ser uma ação de utilidade pública por disponibilizar os serviços que a Câmara oferece”, explica o presidente da Casa, o vereador Rodrigo Mattos (PSDB). O evento começa a partir das 10h e tem participação gratuita.

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Para os pequenos produtores, a iniciativa também é positiva. “Possibilita a inserção em uma nova forma de comércio, com um público bem específico, que valoriza e consome os produtos. Também estimula os produtores a se profissionalizarem mais, visto que eles entram em contato direto com os consumidores e também com outras marcas”, analisa Diego Casanovas, um dos idealizadores do Mercado Aberto.

O evento teve início em 2014 com a proposta de fomentar as vendas do artesanato local a partir de uma ocupação planejada de áreas públicas. “Muitas marcas de produção artesanal não eram absorvidas pelo comércio formal e vendiam apenas pela internet. Havia muitos locais ociosos, que poderiam ser ocupados com algum evento cultural. Juntamos amigos que eram artesãos de áreas variadas, estudamos o lugar que mais se enquadrava no que precisávamos e realizamos a primeira edição, com a participação de 24 marcas apenas.”

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Diego conta que a receptividade do público e dos expositores sempre foi positiva. “Isso nos motivou a continuar com o evento e melhorar nossa estrutura física, atrações e atrair um maior número de participantes. O público se tornou cativo.” Ele destaca que outras iniciativas com foco semelhante ao do Mercado Aberto surgiram na cidade abrindo espaço aos pequenos produtores.

 

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Detalhe de artesanato vendido da Praça Cultural na Praça da Estação (Foto: Fernando Priamo)

 

Oportunidade de prospecção e fidelização

Ana Cláudia Gomes, doceira e proprietária da marca Cucca, participa desde o primeiro evento. Segundo ela, a cada edição há oportunidade de prospecção e fidelização dos consumidores. “A participação abriu minha carta de clientes, muitos me conheceram pelo Mercado Aberto”, diz. Ana Cláudia diz que a proposta da marca é aliar gastronomia e memória afetiva. “Produzo doces tradicionais que lembram aqueles que a gente comia na infância feitos pela vovó.” Na lista estão o bolo gelado de coco, amor em pedaços, quindim, além dos tradicionais brigadeiro, beijinho e cajuzinho.

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O posicionamento no mercado não é tarefa fácil para artesãos e pequenos produtores. “Criei a marca em 2010, quando trabalhava como professora. Fazia os produtos nas horas livres, quase sempre madrugadas. Em 2013, comecei a me dedicar de forma exclusiva. A participação em feiras e eventos ajudou a consolidação. Além do Mercado Aberto, há outras iniciativas das quais também participo. Sinto que as pessoas estão mais envolvidas e abertas ao trabalho dos pequenos produtores, mas ainda assim não é fácil.”

Raquel Salgado, proprietária da marca Madama Salga, concorda que tem ocorrido um movimento de fomento às atividades de artesãos e pequenos produtores. “É uma situação mais recente, mas ainda sinto que falta valorização por parte dos juiz-foranos com a produção local.” Há quase dois anos, ela e a mãe, Telma Bonfante, começaram a confeccionar artigos decorativos com personagens famosos. “É o que traz uma renda extra para nossa família. Participar de feiras é uma oportunidade de incrementar as vendas.” Apesar de manter produtos para pronta entrega, a maior parte da produção é feita por encomenda.

 

Edição de junho da Praça Cultural no Parque Halfeld (Foto: Marcelo Ribeiro)

 

Praça Cultural movimenta, em média, R$ 20 mil

O projeto Praça Cultural, idealizado pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), também tem incentivado o uso dos espaços públicos para eventos abertos à população e que também fomentam a economia local. Já foram realizadas edições nas praças da Estação e Três Poderes, no Largo do Riachuelo, com a participação de artesãos, cervejeiros, food truck e atrações musicais. O evento atrai, em média, três mil pessoas e movimenta cerca de R$ 20 mil.
“O objetivo do projeto é melhorar a ocupação das praças e proporcionar à população lazer e entretenimento gratuito”, afirmou Diego Farnezi, um dos organizadores. Para o secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo da PJF, João de Matos, a iniciativa é uma forma de desenvolver identidade para Juiz de Fora por meio do artesanato.

Outras iniciativas
A Praça Jarbas de Lery Santos, no São Mateus, tornou-se espaço tradicional para a realização da feira de artesanato feita semanalmente pela Associação de Artesãos do bairro. Cerca de 40 artesãs participam da realização. Neste sábado, o local irá sediar uma festa junina com apoio da entidade. Serão montadas barraquinhas de comidas típicas, além de estandes para a customização de roupas caipiras. A participação é gratuita, e a renda arrecadada com as vendas será revertida para Casa São Camilo Guedes, entidade filantrópica.

Também neste sábado, o Parque Halfeld receberá uma roda de mulheres para falar sobre amamentação. O evento “A Hora do Mamaço” é promovido pela Aliança de Mulheres pela Maternidade Ativa (Amma), em pareceria com Banco de Leite Humano. Na ocasião será discutida a importância, os prazeres e e as dificuldades na hora de amamentar.

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