Na tentativa de tornar menos complexa a logística de distribuição do óleo diesel após a greve dos caminhoneiros na última semana, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) criou a medida de flexibilizar a obrigatoriedade de mistura de biodiesel no diesel A e de etanol anidro na gasolina A, combustíveis ainda nas refinarias. Desta forma, o percentual de adição do biodiesel que estava fixado em 10% foi modificado para até 10%, enquanto o do etanol anidro, que era de 27%, foi alterado para entre 18% e 27%. De acordo com a assessoria da ANP, a medida “libera os distribuidores a já expedirem os produtos para venda”, reduzindo o fluxo rodoviário da cadeia.
A ANP não informou se as alterações podem causar interferências no funcionamento dos veículos. Em Juiz de Fora, alguns consumidores relataram problemas após abastecerem nos últimos dias. Um contador de 58 anos, que preferiu não se identificar, diz que o carro parou de funcionar no dia seguinte à ida ao posto. “Levei ao mecânico, e a avaliação dele é que era que o combustível estivesse adulterado, com uma mistura de água. Depois que ele retirou o que eu tinha abastecido, o carro voltou a funcionar.” Ele conta que, apesar do prejuízo, optou por não recorrer ao estabelecimento ou órgãos de defesa do consumidor.
Outros relatos semelhantes foram divulgados por juiz-foranos nas redes sociais. No entanto, o Procon/JF destacou que, até o momento, nenhum caso foi comprovado na cidade, e que os consumidores que desconfiarem de qualquer situação devem denunciar pelo aplicativo Colab, na aba “Crise de combustível – Prática abusiva” ou pelos telefones 3690-7610 e 3690-7611.