Atualizada às 18h50
Estudantes e trabalhadores juiz-foranos já sentem no bolso o reajuste de 10% no valor da passagem do transporte coletivo urbano que entrou em vigor ontem, quando a tarifa passou de R$ 2,50 para R$ 2,75. Na manhã do primeiro dia do novo valor, a Tribuna percorreu os pontos das avenidas Getúlio Vargas e Rio Branco, na região central, e constatou o clima de preocupação entre os usuários. “Tudo está aumentando, menos o nosso salário. Hoje, para levar meu filho ao médico, já paguei a diferença para mim e para a minha esposa”, comentou o trocador Weligton Fernandes, 23 anos.
A sensação de perda de poder aquisitivo é compartilhada pela estudante Leidiane Souza, 18. A docente ressalta que, daqui a uma semana, os gastos com ônibus vão aumentar até R$ 1,50 ao dia. “No meu cartão ainda está debitando o valor antigo, pois ainda não fiz a recarga deste mês. Gasto seis passagens por dia. Pela manhã, para ir à escola, à tarde para o trabalho e à noite para o cursinho.”
A auxiliar de produção Francisca Guedelha, 38, comemora o fato de não precisar gastar com ônibus para ir trabalhar, pois a empresa que está empregada oferta este serviço. Porém, a preocupação está com as idas ao Centro para resolver demandas pessoais. “Penso que no dia que precisar trazer minha filha comigo, R$ 10 não serão suficientes para pagar a passagem. Vai ficar bem mais caro andar de ônibus.”
De acordo com o decreto 12.626, assinado pelo prefeito Bruno Siqueira (PMDB) e publicado na última quarta-feira, a justificativa para o aumento seria que “a atualização do preço da passagem é o único meio capaz de assegurar a continuidade, boa qualidade dos serviços públicos prestados aos usuários e o equilíbrio econômico-financeiro do sistema”. O reajuste foi aprovado pelo Conselho Municipal de Transporte no dia 28 de março.
Apesar da justificativa do Poder Executivo, os questionamentos acerca do novo valor persistem em várias frentes da sociedade. Também na última quarta-feira, um grupo de aproximadamente 200 manifestantes foi às ruas para questionar o reajuste. Os manifestantes planejam realizar um novo ato hoje.
Outra ponderação sobre o reajuste partiu do vereador Jucelio Maria (PSB). Na última sexta-feira, o parlamentar protocolou um ofício na 13ª Promotoria de Justiça do Ministério Público (MP) questionando a nova tarifa. No documento, Jucelio pede o congelamento da tarifa sob o argumento de que o “reajuste foi acima da inflação, aconteceu em menos de um ano referente ao aumento de 2014, não seguiu a recomendação do Tribunal de Contas do Estado (TCE)”. O MP confirma o recebimento do pleito, que deverá ser analisado pelo promotor de Defesa do Patrimônio Público, Paulo César Ramalho.
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