O gás de cozinha está mais caro. O preço do botijão de 13 kg foi reajustado ontem em todo o território nacional com variação de valores entre as regiões, conforme permitido pela legislação brasileira, que não estabelece custo tabelado para o produto. Em Minas Gerais, o aumento previsto é de até 6,5%, conforme estimativa do Sindicato do Comércio Varejista Transportador e Revendedor de Gás Liquefeito de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sirtgás-MG). Em Juiz de Fora, porém, o consumidor pode se deparar com a alta de até 11,5%.
De acordo com pesquisa feita pela Associação Nacional de Petróleo (ANP), os juiz-foranos encerraram agosto pagando o preço médio de R$ 47,53 pelo gás de cozinha. O valor mais barato praticado pelos estabelecimentos da cidade era de R$ 40, e o mais caro, R$ 55. Desta forma, com a previsão de aumento feita pelo Sirtgás-MG, a partir de agora, os consumidores da cidade encontrarão o produto pelo custo de até R$ 58,50.
A Tribuna entrou em contato com estabelecimentos da cidade e se deparou com alta de preços superior ao percentual previsto pelo Sirtgás-MG. Em uma distribuidora localizada na Zona Norte, o valor do botijão subiu 11,5%, saltando de R$ 52 para R$ 58. O proprietário do estabelecimento não foi localizado para falar sobre o assunto. Em outro local, situado na região Nordeste da cidade, o produto passou de R$ 52 para 54, alta de 3,8%. De acordo com um funcionário, que preferiu não se identificar, a alteração do valor cobrado ao consumidor final se deu para “cobrir” o aumento que veio do fornecedor.
O motivo é o mesmo dado pela proprietária de um estabelecimento da região Sul, que subiu o valor do botijão de R$ 55 para R$ 58 (5,4%). “Recebemos uma carta informando sobre o reajuste nacional das distribuidoras. Segundo o comunicado, a alteração de preços foi feita frente ao aumento dos custos operacionais”, conta a empresária, que também preferiu não se identificar.
O presidente do Sirtgás-MG, Nelson Ziviani, diz que o aumento de preços era esperado, mas mesmo assim surpreendeu os revendedores. “O mês de setembro é a data-base para o aumento de salário dos funcionários das distribuidoras, por isso, o reajuste era esperado. Mas o percentual de 6,5% foi superior ao que estimávamos.” Em nota, o Sindicato Nacional das Empresas de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás) informou que “os preços do Gás LP são livres em todos os elos da cadeia e sofrem variações para cima e para baixo de maneira não uniforme”. Desta forma, “cabe ao consumidor pesquisar aquele revendedor que tem condições comerciais mais vantajosas.”
Comparação
Os dados da ANP mostram que o valor médio do gás de cozinha cobrado aos juiz-foranos em agosto era superior aos valores médios praticados em Minas Gerais (R$ 46, 37) e no Brasil (R$ 42,66). No estado, o botijão era comercializado na faixa de R$ 34,10 a R$ 55. Já no país, o custo variava entre R$ 28,99 e R$ 65. A Associação destaca que “vigora no país, o regime de liberdade de preços. Assim, não há qualquer tipo de tabelamento. Os principais objetivos da pesquisa são contribuir para que os consumidores busquem as melhores opções de compra, e permitir a identificação de mercados com indícios de infração à ordem econômica.”