Já está em vigor o reajuste de 10,139% no coeficiente tarifário do serviço regular de transporte rodoviário coletivo interestadual e internacional de passageiros. O aumento foi autorizado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira. A regra não se aplica ao serviço semiurbano (com distância de até 75 quilômetros). Em 2017, o aumento praticado foi de 1,447% sobre o coeficiente. O reajuste a cada 12 meses é previsto nos contratos com as empresas concessionárias. Procurada, a ANTT não se posicionou sobre o assunto.
No Terminal Rodoviário Miguel Mansur, os passageiros calculam o impacto do aumento no bolso. A estudante Ana Carolina Albuquerque mora em Juiz de Fora e costuma viajar com frequência a Duque de Caxias (RJ), para visitar a família. As viagens, comenta, costumam acontecer uma ou duas vezes ao mês. Ana Carolina percebeu que a passagem, que custava cerca de R$ 39 na semana passada, subiu para mais de R$ 43 esta semana. “Como não compro só uma passagem por mês e não vou deixar de fazer essa viagem com frequência, o aumento pesa no bolso.” Já o destino frequente do funcionário público Leonardo Silva é Angra dos Reis (RJ), para onde viaja duas vezes ao mês à trabalho. Ele comprou a passagem por R$ 112,45 nesta segunda-feira e afirmou que, por viajar constantemente, existe um impacto orçamentário. Ele diz que não há concorrência na linha que utiliza, o que complica ainda mais a situação.
Vale lembrar, porém, que o percentual de reajuste refere-se somente ao coeficiente e não significa que o preço da passagem subirá nesse patamar. Os coeficientes tarifários são diferentes para cada tipo de ônibus, como, por exemplo, convencional com sanitário, convencional sem sanitário, executivo sem ou com ar condicionado e outros. O valor da tarifa por passageiro é calculado pela distância do trajeto multiplicado pelo coeficiente tarifário. Ao resultado, é acrescentado o valor de tarifa de embarque, ICMS estadual e rateio dos pedágios – quando houver – por passageiro.
O gerente da Sinart (empresa que administra a rodoviária), Artur Bittencourt, avalia que a demanda pelo transporte interestadual é elevada, já que o estado do Rio de Janeiro é um dos principais destinos do juiz-forano. Além da cidade do Rio, ele cita também Três Rios e São Paulo como outros destinos demandados, todos impactados pelo reajuste. Procurada, a Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati), por meio de sua assessoria, informou que o reajuste é calculado e informado pela ANTT e que as “empresas associadas só cumprem a determinação da agência”.