O mês de outubro teve saldo positivo de 455 vagas de emprego em Juiz de Fora, resultado das 4.816 admissões frente aos 4.361 desligamentos no período. O resultado foi impulsionado pelo setor de serviços, enquanto os demais setores tiveram aumento tímido ou fechamento de postos. Os dados são da parcial do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgada pelo Ministério da Economia na terça-feira (30).
O saldo positivo, o sexto consecutivo, foi superior ao registrado no mês de setembro, quando 215 empregos formais foram criados na cidade, e inferior a agosto, mês em que o saldo foi de 824 vagas. O resultado também é inferior quando comparado aos dados de outubro de 2020, quando 862 empregos formais foram criados.
Apenas em 2021, a cidade tem saldo positivo de 5.582 vagas nos dez meses em que os dados já foram divulgados. Quando comparados os resultados deste ano com os de 2020, ano em que Juiz de Fora fechou com balanço negativo de 4.393 empregos formais, o cálculo aponta para 1.189 empregos criados durante os dois anos, que foram fortemente afetados pela pandemia de Covid-19.
Serviços puxam o resultado
Quando destrinchado por atividade econômica, os serviços têm grande peso no saldo do mês de outubro em Juiz de Fora: foram 443 vagas criadas apenas pelo setor. O comércio e a indústria também criaram vagas, mas com resultados tímidos: 56 e 49, respectivamente. A construção civil teve estoque negativo de 92 empregos, enquanto a agropecuária praticamente se manteve estável no município, com redução de uma vaga.
Chama a atenção o segundo mês consecutivo de retração na construção civil, que já havia perdido 232 postos de emprego em setembro. “Isso é natural. Quando alguma obra termina, a empresa dispensa e começa a projetar outra. São construções que terminam, mas com a perspectiva de começar outras, quase imediatamente”, explica o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil em Juiz de Fora (Sinduscon-JF), Aurélio Marangon. “A previsão para o ano que vem é de melhora, e já teve uma ligeira melhora no segundo semestre deste ano”, afirma.
Expectativa do comércio
Já a discreta colaboração do comércio no resultado do município é tido como natural pelo presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL/JF), Marcos Casarin. Segundo ele, os lojistas têm optado por atrasar as contratações visando as vendas do período natalino. Se, antes, os empresários admitiam novos funcionários já a partir de outubro, em 2021 a escolha é contratar a partir de novembro, para cortar custos. “É uma estratégia para conter gastos, pela estabilidade que estamos vivendo. Mas vai haver crescimento (de contratados) e, em torno de 60%, mesmo sendo temporário, continua trabalhando depois (do final do ano)”, projeta.
Mesmo que com efeito tardio, Casarin acredita em uma melhora consistente no número de empregos gerados pelo setor no final do ano, com um desempenho superior ao de 2020. “A expectativa é bem melhor que no ano passado. Em 2020, nós estávamos praticamente fechados, funcionando com muitas restrições. Não significa que nós não devemos ter cuidado com a pandemia, mas, pelo menos, estamos operando”, analisa.
Caged em Minas Gerais
A nível estadual, Minas Gerais teve saldo positivo de 21.327 empregos formais em outubro, resultantes das 185.362 contratações reduzidas dos 164.035 desligamentos no período. No ano, o resultado é de 300.660 vagas criadas.
No estado, os serviços também representaram a maior parte dos empregos criados, com 13.231 vagas, sendo que, dentro do setor, a subcategoria de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas representam 5.567 dos empregos surgidos em outubro. O segundo setor que mais criou emprego em Minas foi o comércio, com 5.470.