O comércio de Juiz de Fora deve abrir cerca de mil vagas temporárias para atender o aumento da demanda dos consumidores neste final de ano. O último trimestre é considerado o melhor período em vendas, pois engloba quatro datas que movimentam o setor: o Dia das Crianças, a Black Friday, o Natal e o Réveillon. O número estimado pelo Sindicato do Comércio de Juiz de Fora (Sindicomércio-JF) é o mesmo de 2018. De acordo com a entidade, não há expectativa de crescimento na oferta de vagas pelo entendimento de que as condições de emprego e renda da população estão semelhantes ao ano passado.
As contratações devem começar a partir deste mês de outubro. “Para o Dia das Crianças devem ser abertas entre cem e 150 vagas. É um número menos expressivo, pois a data movimenta parte do comércio. Mais para frente, estas contratações serão intensificadas”, explica o presidente do Sindicomércio-JF, Emerson Beloti. Segundo ele, a Black Friday, realizada em novembro, vem ganhando cada vez mais força na cidade. “Antes a ação era direcionada ao e-commerce, mas a cada ano temos acompanhado aumento da adesão das lojas de varejo e da procura dos consumidores.”
Já o Natal é considerado a melhor data do calendário comercial, e o Réveillon também é responsável por movimentar o setor. “O final do ano é historicamente um período melhor para as vendas, e os empresários estão otimistas. Sabemos que ainda não houve uma mudança na geração de emprego e renda capaz de promover a retomada do crescimento da economia, o que interfere no poder de compra do consumidor, mas acreditamos que será um período muito positivo para o nosso setor.”
Efetivação
As vagas a serem abertas devem contemplar tanto a área de vendas quanto o setor administrativo das lojas. A expectativa é de que 30% dos profissionais contratados possam ser efetivados em janeiro. De acordo com dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) divulgada pela Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia, o salário médio de admissão no comércio juiz-forano é de R$ 1.162,46.
Com relação ao perfil procurado pelas empresas, Beloti afirma que a experiência não costuma ser pré-requisito. “O comércio busca pessoas motivadas e comprometidas, que compreendam a vaga temporária como uma oportunidade de entrar e crescer na empresa. O setor não exige experiência e, por isso, muitas vezes é a chance do primeiro emprego para muitas pessoas. O importante para ser efetivado é estar consciente de que o comércio pode ser uma alavanca para o futuro e ser compromissado com esta oportunidade.”
País deve abrir 103 mil vagas
Pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em parceria com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostrou que o comércio deve abrir 103 mil vagas temporárias em todo o país até dezembro. O número é 42% superior ao registrado em 2018, quando foram estimadas em torno de 59 mil oportunidades. “O número apresentou crescimento e pode sinalizar que o mercado de trabalho começa a reagir de forma mais efetiva diante da lenta melhora na atividade econômica. Embora o movimento ainda esteja longe de ser suficiente para fazer frente ao elevado número de desempregados no país, já há indícios de um reestabelecimento da confiança do empresário”, analisa o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.
O estudou revelou, ainda, que 40% dos empresários pretendem efetivar os novos funcionários. “O cenário é promissor, o que permitirá a muitos brasileiros que estão fora do mercado de trabalho a encontrar oportunidades. Para aqueles que se dedicarem com afinco, mostrarem proatividade e levarem a sério o trabalho temporário, pode ser a porta de entrada para permanecer na empresa”, orienta a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
Com relação ao perfil, os profissionais com idade média de 28 anos, ensino médio e experiência na área são os mais cobiçados pelo setor. Ainda de acordo com o estudo, a remuneração média para as vagas que serão abertas é de R$ 1.597. As funções mais ofertadas serão as de ajudante (31%), vendedor (26%), balconistas ou atendente de loja (9%), motorista (6%), caixa (4%) e estoquista (4%). Em média, a jornada de trabalho deve ser de oito horas diárias.