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Juiz de Fora fecha 2022 com a criação de quase quatro mil vagas de emprego

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O balanço da geração de emprego em 2022 foi positivo para Juiz de Fora, com a criação de 3.785 novas oportunidades. O dado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado na terça-feira (31), corresponde ao saldo entre as 62.530 admissões e 58.745 demissões registradas ao longo do ano passado. Dos quase quatro mil novos postos de trabalho formal, cerca de 94% foram criados no setor de serviços, que, sozinho, respondeu pela abertura de 3.558 novas vagas.

Os números de 2022 foram impactados pelos 1.037 postos de trabalho fechados em dezembro último, conforme o Caged. A retração foi a maior para o mês em comparação aos anos de 2021, quando houve saldo negativo de 523 vagas celetistas; e 2020, quando 632 postos foram encerrados.

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No comparativo anual, o resultado de 2022 foi superado pelo saldo positivo de 6.336 empregos criados no ano anterior. Em 2020, ano de eclosão da pandemia, Juiz de Fora terminou o ano com balanço negativo de 4.393 vagas.

Serviços puxam resultado para cima

Dois setores foram responsáveis pelo saldo positivo na geração de emprego em Juiz de Fora: serviços e comércio. Além da disparada dos serviços, o setor do comércio conseguiu abrir 635 novos postos no ano passado. Por outro lado, a indústria fechou 2022 com saldo negativo e a perda de 308 postos; a agropecuária também perdeu 84 vagas e o setor de construção teve resultado negativo de 16 empregos.

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O presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL-JF), Marcos Casarin, considerou 2022 positivo para o comércio de Juiz de Fora. Para o representante do setor, além da abertura de vagas nos estabelecimentos comerciais, a geração de empregos impulsionada pelos serviços impacta positivamente toda a economia juiz-forana. “O comércio depende da economia. Com a economia estável, todos têm mais tranquilidade e consomem mais. Isso, para o comércio, é fundamental”, avalia.

Já o presidente do Sindicato do Comércio de Juiz de Fora (Sindicomércio-JF), Emerson Beloti, avalia que o setor ainda busca alcançar o patamar pré-pandemia. “Ainda que a pandemia esteja, de certa forma, controlada, muitos setores ainda estão se recuperando (…). Às vezes, demora alguns anos para você começar a se recuperar em sua plenitude”, diz. “No setor do varejo, essas contratações muito se devem ao setor alimentício, pela abertura de unidades de supermercados que empregam até 80 funcionários novos. O restante do setor ainda não contribuiu da maneira que poderia, em função de todos os problemas”, analisa.

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Pandemia está controlada, mas achata salários

A perda de mais de quatro mil vagas durante a pandemia já foi praticamente superada, segundo o economista e professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Wilson Rotatori. Para ele, o pior momento da pandemia já passou, visto que a taxa de desemprego no Brasil diminuiu até mesmo em relação a períodos pré Covid-19.

“A herança que nós tivemos foi a diminuição do salário. As pessoas voltaram a trabalhar, mas não viram seu salário subir ou não tiveram condição de fazer uma negociação de aumento de salário.” Rotatori explica que a perda de poder de compra durante os últimos anos se deu, principalmente, por conta da inflação.

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Foi também a inflação a responsável, em parte, pelo desaquecimento da economia. De acordo com Rotatori, a Selic em 13,75% ao ano apresentou seus primeiros impactos nos últimos meses, entre agosto de 2022 e início de 2023. “A gente vê esse impacto negativo se materializando em termos de dificuldade de crédito. Em Juiz de Fora, cujos serviços são muito fortes, o crédito tem uma relevância enorme. É justamente esse setor que é mais atingido por dificuldades de crédito e isso reflete diretamente no número de empregos gerados.”

2023 deve seguir com queda na geração de empregos

A projeção para este ano, segundo o economista e coordenador do Curso de Administração da Estácio, Bruno Dore, é que o número de empregos formais gerados seja ainda menor. O que deve influenciar nesse cenário, além da alta nos juros, é a empregabilidade. “As pessoas que perderam seus empregos entre 2020 e 2021, em sua maioria, já estão realocadas no mercado de trabalho. A alta geração de empregos nos últimos anos se deve a base baixa que as restrições a Covid-19 impuseram. Com isso, a tendência é que 2023 entre em uma curva decrescente de empregos puxada pelo último ano.”

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