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Festival de Fotografia de Juiz de Fora adota formato virtual

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Mostra "2020 somando esforços" - Cláudio Emmanuel (Foto: Reprodução)

O Festival de Fotografia de Juiz de Fora surgiu em 2018 para preencher o vácuo aberto pelo JF Foto, que deixou de ser realizado pela Funalfa depois de sete edições consecutivas. Com o desejo de se firmar no calendário cultural da cidade, os organizadores não se deixaram abater pela pandemia de Covid-19 e, assim como tantos eventos do gênero pelo país, partiram para o formato virtual. A terceira edição teve início no último dia 14 e seguirá até 18 de janeiro, com duas galerias virtuais, além de outras atividades já realizadas dentro da programação.

Para a edição 2020, o Festival de Fotografia de Juiz de fora tem como tema “Da memória ao contemporâneo”, dividido em duas galerias. Uma delas é a “Coletivo JF”, com 132 trabalhos de 19 integrantes do coletivo que organiza o festival. A mostra reúne fotografias com tema livre, não obrigatoriamente feitas este ano. Parte do valor obtido com a venda das obras será revertida para a Apae local.

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A outra mostra é a “2020 somando esforços”, com 34 fotógrafos do Brasil e do exterior, com o objetivo de promover a reflexão sobre o difícil ano que vivemos e como ações conjuntas, por menores que sejam, podem ter a capacidade de estimular o bem comum. O Festival de Fotografia tem, ainda, a seção “Retalhos de memórias”, retrospectiva sobre as edições de 2012 a 2017 do JF Foto, com a exposição de seus catálogos virtuais e registros visuais dos eventos. Toda a programação pode ser conferida no site do festival: jffotografico.com.br.

Desafio coletivo

Um dos responsáveis pela organização do evento, o fotógrafo Paulo Soares conta que a ideia de fazer uma edição virtual surgiu em agosto, em uma conversa entre três integrantes do Coletivo JF Fotográfico, a exemplo de outros eventos. “A ideia inicial era fazer uma espécie de ‘foto solidária’, em que as pessoas enviariam seus trabalhos para vender e ajudar entidades que passavam por necessidades”, explica. “Porém, no meio do caminho, um dos membros da organização pegou Covid. Combinamos que não faríamos nada enquanto ele estivesse internado, e neste intercurso pensamos em fazer o festival para não criar o hiato, pois desde 2018 temos realizado de forma heroica, sem dinheiro. O coletivo entrou este ano com a infraestrutura que tínhamos e arcamos com os custos. Fizemos com o coração.”

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A decisão de realizar o festival acabou sendo o primeiro passo para a realização de uma ambição do grupo, que é criar um modelo que misturasse o virtual com presencial em edições futuras. Para a edição deste ano, já definido o formato virtual, a organização se dividiu em grupos: um cuidou da criação do site e estrutura virtual, outro se dedicou à galeria e um terceiro ficou por conta das lives.

Olhares sobre a pandemia

O passo seguinte foi convocar os artistas. No caso do Coletivo JF Fotográfico, cada um dos integrantes poderia enviar até oito fotografias, com tema livre e caráter beneficente. Para a “2020 somando esforços”, foi feita em outubro uma convocatória nacional e internacional. “O resultado acabou sendo melhor que o esperado, pelo tempo que tivemos”, analisa Paulo. “As pessoas responderam com uma genialidade, um talento e carinho que emocionou muito o pessoal da organização, e deram ao festival deste ano uma importância ímpar.”

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“Percebemos que muitas foram feitas em cenários que precisavam frequentar ou que estivessem próximas de sua realidade”, prossegue. “Não colocamos (na convocatória) que a pessoa precisava sair para fazer suas fotos. O objetivo era mostrar o lado positivo desse processo, o que acontecia próximo à vida da pessoa. Queríamos mostrar o que cada um estava observando de forma positiva nessa história.”

De acordo com Paulo Soares, realizar o festival no formato que foi possível teve entre seus resultados provocar uma mudança de paradigma dentro do grupo, ainda mais em um ano em que planejavam que o festival se espalhasse por Juiz de Fora, ocupando espaços diferenciados onde não se esperaria encontrar uma exposição.

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“Conquistamos um espaço que considerávamos complexo (o virtual) e por onde transitávamos, do qual tínhamos uma perspectiva mas onde não realizávamos nada. Foi um marco para nós, pois vai continuar existindo para 2021. Provavelmente faremos o ‘Varal de fotografias’ e outros festivais nesse formato.”

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