Quando chegou à Redação o release de divulgação de “Champagne Bottles”, single de estreia da banda Michael Collins lançado no último dia 22, o primeiro pensamento foi: “esse nome não me é estranho”. E realmente não era, pois a tripulação da Apollo XI, primeira missão a colocar um homem na Lua, tinha em sua tripulação um astronauta com esse nome, nascido em 1930. Seria então uma homenagem a um dos desbravadores da fronteira final?
Pois a resposta é não. “O nome da banda é Michael Collins porque é sonoro”, explica o vocalista e guitarrista Gabriel Acaju, que formou a banda este ano com outros dois nomes da cena roqueira de Juiz de Fora, a baixista Anna Luísa Moraes (Blizterin’ Sun) e o baterista Felipe Spinelli, da banda Traste. “Nós três já nos conhecíamos, aí com a amizade e a vontade de tocar nos juntamos para formar a banda.”
Se o astronauta não foi homenageado pelo trio, é inegável que a primeira aventura sonora da Michael Collins coloca o ouvinte para viajar. Com quatro faixas, o single está disponível no Spotify e também no YouTube. A produção, além de independente, foi no esquema mais “faça-você-mesmo” possível. “Ela foi feita bem low budget (baixo orçamento) e usando apenas os recursos ao alcance das mãos, que no caso era o celular (um iPhone), um fone de ouvido e uma guitarra. As quatro faixas foram produzidas em cerca de dois meses; algumas demoraram um dia, outras o tempo todo”, conta.
Além de elementos do jazz, noise e música industrial, o trabalho de estreia do trio teve duas influências praticamente “na marra”, por força das circunstâncias: “Blackstar”, derradeiro álbum de David Bowie, e os também locais do Baco Doente. “Na época da produção, eu fiquei sem carregador de celular, aí só usava o Spotify no modo avião, que estava com o ‘Blackstar’ e o Baco Doente baixados, resultando na influência direta”, explica, adiantando que não deve demorar para a banda fazer seu primeiro show. Quanto a um álbum completo, ele diz que já têm algumas faixas na fila. “Mas é tudo que temos para falar por enquanto.”