Entender as sutilezas, metáforas, subjetividades, sarcasmo e ironias da comunicação humana nem sempre é fácil, e a cultura pop tem exemplos em personagens como Drax, dos filmes da Marvel; Sheldon Cooper, da finada série “The Big Bang Theory”, ou na série de tirinhas do Homem Literal, de André Dahmer. Mas tem gente que passa por essas situações no mundo real, e este é o caso do humorista Stevan Gaipo, que apresenta neste domingo, às 20h, no Teatro Solar, a comédia stand up “Literalmente falando”.
No espetáculo, o artista comenta o modo de vida bem peculiar das pessoas que não estão acostumadas a entender metáforas – como é o caso dele, que por levar tudo ao pé da letra é visto muitas vezes como uma pessoa chata. O show acaba sendo uma forma de Stevan se defender, dizendo que é um sujeito que é apenas “literal demais”.
“Minha mãe diz que pareço muito com o personagem principal do desenho ‘O fantástico mundo de Bob’. Costumo entender errado muita coisa, e desse conflito foram surgindo as situações do show, que analisa diversas situações do cotidiano, das relações entre as pessoas”, diz o comediante, que acrescenta que o problema dele vai além do ser “literal demais”. “Eu também não sei mentir, e aí em diversas situações sou obrigado a falar a verdade. Minha vida se resume a saias justas em várias situações.”
Nascido na cidade de Oliveira, Stevan Gaipo começou no teatro, em sua terra natal, ainda na adolescência. A mudança para a comédia stand up veio quando alguns amigos o convidaram para participar do espetáculo “Comédia de Quinta”, que misturava o stand up com esquetes. “Gostei muito desse estilo de humor, de observar as coisas e levar para o texto. Eu sempre quis escrever comédia, e gostei do stand up porque é um gênero prático e eu sou uma pessoa genuinamente preguiçosa. Esse gênero não tem cenário, figurino, maquiagem, dá para ensaiar de casa, então é perfeito para mim.”
“Comédia de Quinta” teve várias temporadas até Stevan estrear seu primeiro espetáculo solo, “Agora vai”, em 2018. Segundo ele, era preciso aprender a escrever, se sentir mais seguro para encarar, sozinho, um espetáculo com uma hora de duração. Na sequência, ele começou a trabalhar com Thiago Carmona no espetáculo “Quase classe média”, e com Bruno Berg e Paulo Araújo em “Dois mineiros e meio” – esses dois últimos continuam sendo apresentados.
A estreia de “Literalmente falando” se deu em 2019, mas ficou parado por quase dois anos por causa da pandemia. O retorno aconteceu em novembro passado, em Belo Horizonte, e a segunda apresentação – e a primeira do ano – será a que acontece no Teatro Solar. “Já tenho apresentações agendadas em Pará de Minas, Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Goiânia, Uberaba, Uberlândia e Divinópolis, entre outras. É muito legal estar com a agenda cheia, esperamos muito por isso”, diz o comediante.