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‘Robin Hood – A origem’ estreia nesta quinta-feira em JF

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Taron Egerton assume em ‘Robin Hood: A origem’ o arco e a flecha que já esteve nas mãos de astros como Sean Connery, Russell Crowe e Kevin Costner (Foto: Divulgação)

Mais recente das inúmeras versões cinematográficas para a história do lendário herói inglês, “Robin Hood – A origem” chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (29) depois de amargar um fracasso retumbante em sua estreia no último final de semana nos Estados Unidos e em outros países. Alvejada por uma metralhadora de críticas negativas, a produção de US$ 100 milhões faturou pouco mais de US$ 22 milhões, sendo apenas US$ 14 milhões nos EUA — valor catastrófico para uma produção do porte, que precisaria iniciar sua carreira com algo entre US$ 40 milhões e US$ 60 milhões para não antever um fracasso. O desempenho já coloca “Robin Hood – A origem” como a pior estreia de blockbuster com orçamento superior a US$ 90 milhões em 2018. Mal, muito mal, para Leonardo DiCaprio, pois a sua Appian Way é uma das produtoras que colocaram dinheiro no longa distribuído pela Lionsgate.

Se o longa realmente fracassar, ninguém poderá dizer que não foi por falta de aviso. Já não é de hoje que Hollywood vem tentando — e fracassando muitas vezes — estabelecer franquias para todo tipo de história, seja ela adaptação de histórias em quadrinhos, livros, games, séries, jogos de tabuleiro, brinquedos, atrações de parque temático, abrindo mão de histórias originais. E aí entram remakes, reboots e versões “atuais” de clássicos da literatura, contos de fada, eventos históricos e figuras lendárias — caso do pobre Robin Hood, mítico herói fora-da-lei que teria vivido no século XIII e um dos símbolos da Inglaterra, que já foi interpretado no cinema por gente como Douglas Fairbanks, Errol Flynn, Sean Connery e Kevin Costner, agora com Taron Egerton (“Kignsman”) no papel do herói.

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Não faltam exemplos recentes de produções que fracassaram neste e em outros filões. Em 2017, “Rei Arthur: A lenda da espada”, de Guy Ritchie, naufragou de maneira espetacular. Entre outros longas que ninguém consegue explicar a que vieram, estão “Deuses do Egito”, “João e Maria: Caçadores de Bruxas”, “O Cavaleiro Solitário”, “O sétimo filho”, “John Carter: Entre dois mundos”, “World of Warcraft”, “Speed Racer”, “Peter Pan”. Nem sempre, aliás, a ideia é se criar uma franquia, mas mesmo assim são histórias que ninguém perguntou se o público queria assistir — e, pelas bilheterias de histórias como “Alexandre”, “Cruzada”, “Êxodo: Deuses e Reis”, “Ben-Hur”, não queria assistir mesmo. A mais recente tentativa de levar Robin Hood aos cinemas, lançada em 2010 e dirigida por ninguém menos que Ridley Scott, já mostrava que o personagem não tem o mesmo apelo de outrora.

Herói medieval e ‘moderno’

Mas a vida e Hollywood são assim, e de repente a capital mundial do cinema tinha não apenas um, mas três roteiros de “Robin Hood” rodando por estúdios diferentes. Um deles começou a tornar realidade ainda em 2015, e aos poucos foi montanda sua equipe. Otto Bathurst, da série “Black Mirror”, faz sua estreia na direção, com Taron Eggerton sendo confirmado no papel principal ainda em 2016. Além deles, Eve Hewson — a filha de Bono Vox, do U2 — ficou com o papel de Marian, Jamie Foxx foi escalado para o papel de Little John, Ben Mendelsohn, como o Xerife de Nottingham, e F. Murray Abraham, como um cardeal da Igreja Católica. Como toda boa produção que se pode dizer “isso não vai dar certo”, “Robin Hood” passou por problemas como o adiamento do início das gravações e da data de lançamento.

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E a história? Para tentar fazer um herói mais “moderno”, o roteiro de Ben Chandler e David James Kelly tenta trazer o icônico personagem para um universo mais conhecido pelo que eles acreditam ser o “público médio” do cinema atual: a turma que só vai ao cinema para assistir aos filmes de super-heróis ou produções cheias de explosões, frases de efeito, a marra de um “Velozes e Furiosos” e as câmeras lentas de Zack Snyder. Robin retorna das Cruzadas desiludido com tudo e mais um pouco, só para descobrir que sua amada Lady Marian (Hewson) está namorando Will “Scarlett” Tillman (Jamie Dornan).

É do Oriente que ele traz, além da desilusão, o mouro Little John (Foxx), que conheceu durante uma batalha e — a despeito de mouros e cristãos se matarem aos montes na época — se tornou um grande amigo a ponto de levá-lo para as ilhas inglesas. E seu mentor também: revoltado com o que vê na futura Inglaterra, Little John resolve treinar Robin de Loxley na arte de roubar dos ricos para distribuir entre os pobres. E é aí, sem mais nem menos, que Robin Hood, além de ter se tornado um desertor, vira o líder de uma revolução que será combatida pelo cruel Xerife de Nottingham (Mendelsohn).

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A produção de “Robin Hood: A origem” parece acreditar que “enquanto tem bambu, tem flecha”. A questão é saber se o público também está na mesma sintonia da versão “revisionista” do personagem.

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