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Clarinetista e saxofonista Caetano Brasil é indicado ao Grammy Latino

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Caetano Brasil concorre a melhor álbum instrumental no Grammy Latino por “Cartografias”, seu segundo disco autoral. (Foto: Igor Tibiriçá/Divulgação)

O diálogo com o mundo está na gênese do álbum “Cartografias”, do clarinetista Caetano Brasil. Diálogo que se amplia e se aprofunda com o anúncio de sua inclusão entre os indicados a melhor disco instrumental no Grammy Latino 2020. A divulgação dos escolhidos pela Academia Latina de Gravação foi feita nesta terça (29), e o trabalho do músico juiz-forano concorre com outros quatro álbuns: “Plays Daniel Figueiredo”, do uruguaio Leo Amuedo; “Sotavento”, do grupo venezuelano Compasses; “Festejo”, dos brasileiros Yamandu Costa e Marcelo Jiran; e “Terra”, do espanhol Daniel Minimalia.

Lançado em dezembro do ano passado, o segundo álbum autoral de Caetano Brasil revisita sonoridades diversas do mundo relacionando-as ao choro. “Concretizar ‘Cartografias’ num álbum, que foi uma grande pesquisa, é como mostrar ao mundo como vejo a música instrumental, o choro e o futuro do choro”, sintetiza o compositor, apontando para o amadurecimento de linguagem exposto no trabalho que louva o gênero. “O choro é como uma janela através da qual vejo o mundo. O disco é a consumação em som, num álbum que conta uma história, da minha perspectiva sobre a música. Reforço as minhas raízes e a partir dela posso ver o que quiser, onde quer que eu esteja.”

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‘Estou vivendo a euforia’
Entre as mais de 18 mil inscrições no prêmio que é considerado um dos mais importantes do globo, estava a de Caetano Brasil, que preencheu o formulário, tendo como referência o selo Tratore, que faz a distribuição digital do disco. “Li que o resultado sairia hoje, mas não fiquei com isso na cabeça”, conta. “Acordei com a mensagem de uma amiga me parabenizando, fui ao site e conferi nas categorias e estava lá. Demorou para cair a ficha e estou vivendo a euforia desse momento”, comemora o músico, que gravou “Cartografias” ao lado dos músicos Adalberto Silva (contrabaixo), Gladston Vieira (bateria) e Guilherme Veroneze (piano).

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“A gente faz arte para tocar as pessoas, mas quando temos o reconhecimento público, por uma autoridade pública, é muito bom e importante. É a visibilidade que pode trazer para o trabalho e a possibilidade de expandir nosso nicho. A indicação, para mim, já é um prêmio e um estandarte que representa muita gente”, pontua Caetano, citando os artistas independentes, os artistas de interior, os artistas negros e os artistas LGBTQIA+, todos representados em sua vivência.

Da esquerda para a direita: o contrabaixista Adalberto Silva, Caetano Brasil, o pianista Guilherme Veroneze e o baterista Gladston Vieira. (Foto: Igor Tibiriçá/Divulgação)

‘Minha arte voa’
Em 2020, Caetano Brasil completa dez anos de carreira, metade dela, segundo ele, ouvindo das pessoas se permaneceria em Juiz de Fora ou sairia para viver no Rio de Janeiro ou em outra capital. “Eu decepcionava as pessoas ao dizer que não era um plano meu”, narra ele, nascido em 1994 e crescido junto da expansão e do aprimoramento da rede mundial de computadores. “Minha geração se adaptou muito bem ao universo digital e entendeu que a internet é um espaço que precisa ser bem ocupado. Embora tenhamos perdido o contato direto com as pessoas, a rede nos permite lançar um trabalho e chegar ao mundo inteiro. A notícia circula uma vez que você se faz presente e de forma consistente”, avalia o clarinetista e saxofonista.

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Entusiasta do choro dentro e fora de Juiz de Fora, Caetano ajudou a idealizar o projeto “Chora, Princesa – um painel do choro contemporâneo de Juiz de Fora”, cujo primeiro álbum foi lançado ano passado, e também o “Mão na roda”, com sua roda de choro didática. Parceiro constante de diferentes artistas da cidade, o músico tornou-se um importante agitador cultural. “Sou comprometido com ser artista. Impactar a realidade com a minha arte lá fora é tão importante quanto impactar as pessoas que estão aqui ao meu lado. Estou marcando meu pouso em Juiz de Fora e isso não é uma prisão. Tenho rodado o Brasil inteiro, fui para o Uruguai em 2018, e estou comprometido com o meu trabalho”, assegura o artista, para logo concluir: “Minha arte é livre, voa e é ilimitada.”

Faz dez anos de carreira este ano: Caetano Brasil venceu, ano passado, o prêmio BDMG Instrumental e o XVIII Prêmio Nabor Pires Camargo Instrumentista. (Foto: Marcelo Veiga/Divulgação)

Emicida, Caetano Veloso, Pabllo Vittar
São Paulo (AE) – Além de Caetano Brasil e Yamandu Costa, outros brasileiros foram nomeados, como Emicida com Majur & Pabllo Vittar por “Amarelo” (Sample: “Sujeito de sorte” – Belchior), João Bosco por “Abricó-de-Macaco”, Elza Soares & BaianaSystem com Virgínia Rodrigues por “Libertação” e Céu na música “Pardo”, todos na categoria Melhor canção em língua portuguesa.

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A cantora Anitta foi indicada na categoria Melhor canção urbana (“Rave de favela”), parceria com Diplo e MC Lan. Zeca Pagodinho, Maria Betânia, Martinho da Vila, Fernando e Sorocaba, Caetano Veloso, Zeca Baleiro, Ana Vitória, Marcelo Jeneci disputam categorias regionais. Dentre as novidades, foram criadas as categorias de Melhor canção pop/rock, Melhor interpretação de reggaeton e Melhor canção de rap/hip hop.

Confira a lista completa dos representantes brasileiros no Grammy Latino:

Melhor Álbum Instrumental

Plays Daniel Figueiredo – Leo Amuedo
Cartografias – Caetano Brasil
Sotavento – Compasses
Festejo – Yamandu Costa e Marcelo Jiran
Terra – Daniel Minimalia

Melhor Álbum de Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa

N – AnaVitória
Enquanto Estamos Distantes – As Bahias e a Cozinha Mineira
Apká! – Céu
Guaia – Marcelo Jeneci
Eu – Melim Featuring Você

Melhor Álbum de Rock ou de Música Alternativa em Língua Portuguesa

AmarElo – Emicida
Little Electric Chicken Heart – Ana Frango Elétrico
Letrux Aos Prantos – Letrux
Universo do Canto Falado – Rapadura
Na Mão As Flores – Suricato

Melhor Álbum de Samba/Pagode

Mangueira – A Menina dos Meus Olhos – Maria Bethânia
Martinho 8.0 – Bandeira da Fé: Um Concerto – Martinho da Vila
Samba Jazz de Raiz, Cláudio Jorge 70 – Cláudio Jorge
Fazendo Samba – Moacyr Luz e Samba do Trabalhador
Mais Feliz – Zeca Pagodinho

Melhor Álbum de Música Popular Brasileira

O Amor no Caos – Volume 2 – Zeca Baleiro
Belo Horizonte – Toninho Horta & Orquestra Fantasma
Bloco na Rua (Deluxe) – Ney Matogrosso
Planeta Fome – Elza Soares
Caetano Veloso & Ivan Sacerdote – Caetano Veloso & Ivan Sacerdote

Melhor Álbum de Música Sertaneja

#Isso é Churrasco (Ao Vivo | Deluxe) – Fernando & Sorocaba
Origens (Ao Vivo em Sete Lagoas) – Paula Fernandes
Livre – Volume 1 – Lauana Prado
Churrasco do Teló – Volume 2 – Michel Teló
Por Mais Beijos Ao Vivo – Zé Neto & Cristiano

Melhor Álbum de Música de Raízes em Língua Portuguesa

Veia Nordestina – Mariana Aydar
Aqui Está-se Sossegando – Camané & Mário Laginha
Acaso Casa Ao Vivo – Mariene De Castro e Almério
Targino Sem Limites – Targino Gondim
Obatalá – Uma Homenagem a Mãe Carmen – Grupo Ofa
Autêntica – Margareth Menezes

Melhor Canção em Língua Portuguesa

A Tal Canção Pra Lua (Microfonando) – Vitor Kley e Samuel Rosa
Abricó-de-macaco – João Bosco
AmarElo – Emicida feat Majur e Pabllo Vittar
Libertação – Elza Soares & BaianaSystem feat Virgínia Rodrigues
Pardo – Céu

Melhor Álbum de Música Cristã em Língua Portuguesa

Catarse – Daniela Araújo
Reino – Aline Barros
Profundo – Ministério Mergulhar
Maria Passa À Frente – Padre Marcelo Rossi
Memórias II (Ao Vivo em Belo Horizonte) – Eli Soares

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