“Reconstrói seu poder, não se dê por vencido”: é com este espírito que a cantora e compositora Carol Tavvares lança, neste sábado (30), nas principais plataformas de streaming musical, o EP “O que vale”, com três músicas que buscam resgatar a história de nossa ancestralidade e a reverência da força feminina em composições que misturam MPB com hip-hop e soul music.
As aspas que abrem o texto vêm do convite que Carol faz na canção-título, sobre “ancestralidade, da nossa força e de onde habita o nosso verdadeiro poder”, como diz o texto de divulgação do trabalho. “Ser mulher”, por sua vez, é mais um convite feito pela cantora, desta vez para que as mulheres se libertem de todas as amarras e soltem suas vozes numa sociedade em que elas são vítimas de violência, assédio, abusos, e discrepância e/ou desvalorização no mercado de trabalho. Por fim, “Luta nossa” é sobre a dura rotina encarada por boa parte da população brasileira, mas que mesmo assim agradece a Deus pela saúde e pela família reunida.
Responsável por todas as composições, Carol Tavvares diz que as músicas do EP são inspiradas na própria história e no que observa das histórias de outras mulheres e homens. “Compor é algo natural desde o meu início de carreira; hoje tenho mais de 200 canções a serem lançadas, e agora, como produtora musical, consigo disponibilizar ao público todas canções nas plataformas musicais e com parcerias em rádios”, diz a artista.
“As minhas canções já nascem com sua própria personalidade e propósito”, prossegue. “Nesse EP, que alimenta a força da mulher, da nossa ancestralidade, o tambor, o violão, o pandeiro e cavaquinho, que são instrumentos utilizados no samba e em canções ancestrais, estão presentes de forma natural, somados à força do hip-hop, que vem resgatando a voz negra nas mazelas americanas e criando força no mercado musical brasileiro.”
“Sou fruto de toda essa desigualdade”
Carol comentou, ainda, sobre as origens das letras de seu mais recente trabalho. “Eu já sofri violência, abuso, preconceito, sou fruto de toda essa desigualdade e dou voz, assim, a todas as minhas irmãs, que ainda estão presas a essas correntes, que ainda não tiveram força para sair da construção patriarcal e do jogo manipulativo, independente de qual seja a relação”, acredita. “Venho de coração, em cada canção, falar que nenhuma delas está sozinha, que a luta delas é a luta nossa, estamos conectadas! A dor de uma é a dor de todas. A música ‘Ser mulher’, em especial, é esse recado, que ‘você tem você, e esse axé, nega, só você tem’. Foi como uma conversa para passar aquilo que vivi, percebi, amadureci e compartilho agora com as mulheres, transexuais e todos que se identificam. Não precisa ser mulher para apoiar e acreditar na causa feminista, assim como não se precisa ser negro para ser antirracista.”
A força para compartilhar sua voz e suas experiências também está presente na produção do EP, que teve gravação, mixagem e masterização feitas por Carol no próprio quarto.
“Já dirijo todo meu show nos palcos, foi natural fazer essa mesma direção em minhas canções, que já nascem com sua própria personalidade”, afirma. “Antes da pandemia comecei a investir num home studio, e, através de muito estudo e necessidade, aprendi a desenvolver esse lado de produtora musical. A Abramus (Associação Brasileira de Música e Artes) me deu o registro de produtora fonográfica, e, assim, consigo ter minha própria distribuição. Pretendo lançar outros artistas com a minha produção, e, atualmente, já estou investindo em novos equipamentos e cursos.”
Além de divulgar seu mais recente disco, e dos planos de trabalhar com outros artistas, Carol Tavvares segue com outros projetos. “Em agosto completo 12 anos de carreira e, com a estabilização da situação sanitária no Brasil, vamos fazer uma grande comemoração. No meu Instagram produzo conteúdos diários, no YouTube lanço vídeos novos toda quarta-feira e, com certeza, teremos muitos lançamentos nas plataformas musicais. E não esqueçam que há várias outras canções e playlists já lançadas. É só entrar nas plataformas e me seguir.”