Apesar das igualmente tradicionais reclamações de que o Halloween não faz parte da nossa cultura e folclore, a verdade é que o Dia das Bruxas pegou desse lado da Linha do Equador, e o cinema é uma das expressões culturais que melhor se aproveitam da data no Brasil. Após o lançamento, há duas semanas, de “Halloween kills – O terror continua”, o terror na tela grande aumenta seu espaço nas telas de cinema de Jufas a partir desta quinta-feira (28) com lançamentos para todas as idades: adultos e adolescentes poderão pular de susto com “Espíritos obscuros”, enquanto a criançada e os saudosistas têm tudo para se divertir com a animação “Família Addams 2 – Pé na estrada”.
Sinistro, muito sinistro
“Espíritos obscuros” chega aos cinemas com direção de Scott Cooper e a grife de Guillermo del Toro (“Círculo de Fogo”, “A forma da água”) como um dos produtores. A história, baseada em um conto de Nick Antosca, trafega entre o terror absoluto, o suspense e traumas do passado a partir de uma antiga lenda não esquecida em uma pequena cidade do estado norte-americano do Oregon.
A protagonista do longa é a professora Julia Meadows (Keri Russell, de “The americans”). Ela deixou a cidade ainda jovem para fugir do pai abusivo, mas deixou o irmão (Jesse Plemmons, que concorre para substituir Kevin Bacon como o ator que vai provar que a teoria dos seis graus de separação faz sentido) comendo o pão que papai amassou. Ao retornar para sua terra natal, ela consegue emprego na escola local e não demora para descobrir que um de seus alunos, Lucas (Jeremy T. Thomas), apresenta sérios problemas psicológicos, que ela imagina serem de origem familiar.
Disposta a enfrentar os demônios de seu passado – incluindo aí reconstruir a relação como irmão, que se tornou o xerife local – Julia decide assumir a responsabilidade pelo bem-estar do garoto. Aos poucos, entretanto, ela descobre que os desenhos feitos pelo menino têm ligação com uma antiga lenda da cidade, sobre uma criatura sobrenatural e maligna que viveria por lá. Quando mortes violentas e inexplicáveis começam a ser descobertas, os dois vão embarcar em uma jornada muito sinistra, que pode resultar na morte de professora e aluno.
Os Addams estão de volta
A Família Addams é um patrimônio cultural de gerações. Criados por Charles Addams na década de 1930, eles começaram nas histórias em quadrinhos, ganharam série de TV nos anos 60, depois viraram desenho animado e alcançaram o ápice da popularidade nos anos 90, graças aos filmes estrelados por Raul Julia, Anjelica Houston, Christopher Lloyd e Christina Ricci. Até no teatro a sombria, incomum e divertida família foi parar. Mais recentemente, os personagens voltaram à tela grande, desta vez numa animação que fez sucesso suficiente para ganhar uma continuação.
“Família Addams 2 – Pé na estrada” pode ser considerada uma versão com toques de humor negro da série “Férias frustradas”, que fez sucesso nos cinemas e locadoras lá pela década de 80, com o personagem de Chevy Chase obcecado com as férias ideais para sua família. No caso da animação, Gomez e Mortícia Addams estão preocupados com seus filhos, Wandinha e Feioso, que estão entrando na terrível fase da adolescência. Como bons (maus?) adolescentes, eles começam a se distanciar dos pais, que não querem perder os laços com a prole.
A solução encontrada por Gomez provavelmente é a menos inteligente de todas. Colocar a família para pegar o trailer-mansão assombrada da família e fazer um grande viagem de férias pelos Estados Unidos, que ele vê como a melhor estratégia para aproximar pais e filhos. O rolê pela América, obviamente, será cheio de percalços, confusões e encontros com vários parentes da família nada convencional, criando situações que devem agradar marmanjos que se lembram dos filmes dos anos 90 e, principalmente, a criançada.