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Cine-Theatro Central comemora 92 anos com atividades on-line

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Palco do Central não recebe atrações há um ano (Foto: Fernando Priamo)

A longevidade de espaços culturais como o Cine-Theatro Central deveria ser comemorada todos os dias, ou pelo menos em toda ocasião que houvesse uma apresentação teatral, de dança, show, ópera, balé. Aniversários, então, deveriam ser uma celebração à sua história, aos artistas que pisaram em seu palco, a todos que trabalham nos bastidores, ao público. Porém, a pandemia tem afetado a sociedade como um todo, e a cultura é um dos setores que mais sofre por não poder promover a aglomeração festiva do fazer artístico. O que é possível, então, são as ações virtuais, e restou ao Central, então, comemorar seus 92 anos, que serão completados na próxima terça-feira (30), com uma programação nas redes sociais.

Desde o último dia 1º, o Central começou a publicar depoimentos em vídeo de artistas, produtores, funcionários e do público, que vêm sendo veiculados nos perfis do teatro no Instagram (@cinetheatrocentral) e Facebook. Dentre os nomes que já tiveram seus depoimentos publicados estão o do maestro Jaime Alem, dos cantores Paulinho Pedra Azul, Arnaldo Baptista e Daniela Aragão, do vigilante do teatro Maurício, do artista plástico Ramon Brandão e da escritora Mary França. Os depoimentos seguirão sendo publicados até o final deste mês e também durante o próximo, e fazem parte da lista a banda Eminência Parda, o sambista Mamão e a educadora Andrea Firmino, entre outros.

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Também faz parte da programação o vídeo de uma gravação da Orquestra Sinfônica Pró-Música, que será disponibilizado nas redes sociais do Central na próxima terça, às 20h. Com regência do maestro Victor Cassemiro, 25 músicos apresentarão uma versão do tango “Por una cabeza”, imortalizado na voz de Carlos Gardel. Devido à necessidade de isolamento social, cada músico gravou seu vídeo diretamente de casa, com posterior edição para reunir todos os artistas na interpretação.

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Atividades virtuais

Diretor do Cine-Theatro Central, Luiz Cláudio Ribeiro, o Cacáudio, destaca que, mesmo fechado, o espaço realizou uma série de atividades durante o último ano. Entre elas estão o “Detalhes Central”, com fotos e informações sobre algum espaço, pintura ou detalhe do teatro; “Quiz do CTC”, com perguntas sobre o teatro para estimular a interação com o público; “TBT”, postagens que destacam o passado do teatro; “Você no Central”, que convida o público a postar fotos no teatro, compartilhadas depois nas redes sociais do Central. Também foram realizados o “Visita na tela”, uma visita guiada virtual; o “QI Cultural”, que estimula a divulgação de artistas locais por meio de uma corrente de indicações feita pelos próprios artistas; e foi criada uma playlist no Spotify, a Cine-Theatro Central- Luz da Terra.

Quanto à não realização de eventos presenciais nesse período, Cacáudio diz ser uma situação difícil, principalmente por ter acontecido num momento em que a direção do Central e a Pró-Reitoria de Cultura da UFJF desenvolviam ações para aproximar a população do teatro. “Quando estávamos conseguindo esse objetivo, veio a pandemia, e estamos pelo segundo ano sem poder realizar eventos presenciais para comemorar o aniversário. O teatro acaba não cumprindo seu papel de aglutinar as pessoas em seus eventos”, lamenta Cacáudio.

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O diretor reforça a lembrança das atividades virtuais realizadas em pouco mais de um ano. “O primeiro deles foi no aniversário de 91 anos do teatro, em que fizemos lives com alguns artistas de Juiz de Fora. Realizamos uma pequena entrevista e uma live de uma hora com cada. Depois realizamos esses diversos projetos para manter o nome do Central na memória das pessoas, além de aproximar aquelas que não têm o costume de frequentar o teatro. Nesse momento, o que temos é a lembrança dos bons momentos, tanto dos artistas quanto do público, e a esperança do Central retomar suas atividades. Pelo menos tivemos um bom retorno do público, que tem enviado depoimentos de momentos que viveram no teatro, por escrito e por vídeo.”

Maestro Jaime Alem foi uma das personalidades que gravou depoimentos para comemorar o aniversário do Central (Foto: Divulgação)

Planos futuros e manutenção

Após as comemorações de aniversário, Cacáudio diz que ainda não definiram quais serão as próximas ações, mas ideias não faltam. “Elas estão surgindo. Temos uma equipe de profissionais e bolsistas excelente. E tenho que destacar que os bolsistas são uma turma comprometida, com boas ideias e que ajudam a renovar nossa forma de expressão, com uma ligação com o público mais jovem, com as redes sociais. Seguimos discutindo as novas propostas, além de seguir com os projetos que tiveram mais sucesso.”

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Com o Central fechado, outra preocupação diz respeito à conservação de manutenção do teatro. Segundo Cacáudio, foi concluída uma grande obra de adequação às normas do Corpo de Bombeiros pouco antes do início da pandemia, e desde então são realizados apenas serviços de manutenção, além de terem aproveitado para fazer a descupinização do espaço. “A manutenção é até mais difícil com o teatro fechado para o público”, afirma. “Nesse contexto (de pandemia e fechamento), o que temos para fazer é a manutenção básica; sempre tem alguma coisa no período de chuva forte, alguma infiltração. Mas uma questão que nos preocupa é a das pessoas em situação de rua que ficam no entorno do Central, principalmente na Rua São João. Entramos em contato com a Prefeitura, pois esses moradores têm um volume grande de material inflamável que pode colocar em risco o patrimônio”, alerta. “Solicitamos à Prefeitura que tomasse providências, sempre respeitando a individualidade das pessoas. É uma situação bastante delicada, sei que não é fácil para a Prefeitura, mas dependemos dela para que isso seja solucionado da melhor forma possível para todos.”

 

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