Uma das maiores referências quando o assunto é moda, a grife italiana Gucci comemorou seu centenário de fundação em 2021. Sua trajetória é marcada pelo início modesto em Florença, quando Guccio Gucci iniciou a produção artesanal de peças feitas de couro. Com o passar das décadas, a marca tomou dimensões globais, ganhou o status de símbolo da “doce vida” italiana, foi à falência e, atualmente, é controlada pelo grupo francês Kering.
A história da Gucci tem várias características: luxo, extravagância, uma família pouco convencional e, por isso mesmo, muitos conflitos. Um deles, que terminou em um chocante assassinato em 1995, é o ponto de partida de “Casa Gucci”, longa de Ridley Scott que chega aos cinemas nesta quinta-feira. A produção tem roteiro de Becky Johnston e Roberto Bentivegna, baseado no livro de Sarah Gay Forden. O elenco tem o peso de nomes como Lady Gaga, Adam Driver, Al Pacino, Salma Hayek, Jeremy Irons e Jared Leto, que dão vida a alguns dos integrantes do clã Gucci e de figuras que orbitavam o universo de uma das mais conhecidas famílias da Itália.
A protagonista da história, porém, é uma intrusa no seio familiar. Patrizia Reggiani (Lady Gaga) é uma jovem de classe média que trabalhava na empresa do padrasto e conhece Maurizio Gucci (Driver) em uma festa. Os dois se apaixonam e o casamento acontece no início dos anos 70. Os conflitos vão surgindo progressivamente. Ao mesmo tempo que fica deslumbrada com a opulência e as extravagâncias da nova família, Patrizia se mostra mais ambiciosa que o próprio marido em relação aos negócios que envolvem a grife, disposta a se intrometer na administração e controle da Casa Gucci.
O longa mostra, ainda, as sucessivas crises na relação do casal, culminando com a separação, em 1985, e um turbulento processo de divórcio, crises de ciúme e o assassinato, quase uma década depois, de Maurizio, a mando da ex-esposa, que foi condenada a quase 30 anos de prisão pelo crime.
Além da trágica história do casal, “Casa Gucci” também tem espaço para mostrar os principais integrantes da família durante o período _ no caso, o pai de Maurizio, Rodolfo (Jeremy Irons), e os tios Aldo (Al Pacino) e Paolo (um irreconhecível Jared Leto). Quase todos, assim como os protagonistas, com um estranhíssimo sotaque italiano, que faz a produção ganhar um clima de novela das oito (ou seria das nove?).
Vale destacar, ainda, que este é o segundo filme de Ridley Scott lançado em 2021, na sequência do fracasso de “O último duelo” _ que também tinha Adam Driver no elenco.