Evento que há mais de duas décadas faz parte do cenário cultural do distrito de Conceição de Ibitipoca, em Lima Duarte, o Ibitipoca Blues realiza sua 22ª edição até o próximo domingo, unindo música, cidadania e conscientização ambiental. A última edição presencial do festival aconteceu em 2019, sendo que em 2020 e 2021, devido à pandemia, foram realizados eventos on-line.
Para essa edição de retorno, uma das responsáveis pela organização, Flávia Oliveira, explica que o Ibitipoca Blues ampliou o número de dias com atrações, de dois para quatro, a fim de não ter uma concentração tão grande de público, ainda pensando nos efeitos da pandemia. Com isso, o festival tem início nesta quinta-feira (25) com o show de prêmios na praça de alimentação no Ibitilua, onde acontecem os shows. Para a sexta-feira (26), a programação tem início às 18h, com o cortejo comandado pela Blues Box Street Band, da Igreja Matriz até o Ibitilua, onde estão agendados o show em tributo a Celso Blues Boy, seguido por A Zagaia, Mamá Trindade & Vasco Fáe e FolkSe com Toyo Bagoso.
No sábado, na parte da tarde, a Blues Box Street Band repete o cortejo saindo da Igreja Matriz ao meio-dia; na sequência, as atrações serão uma apresentação de capoeira, a banda Os Trutas, o maculelê de bastão e facão, workshop “Blues além dos palcos” e shows de Bessie’s Blues Duo e Back2Blues. Mais adiante, às 20h, novo cortejo a partir da Igreja Matriz e apresentações começam com o tributo às divas do blues, com Mayra Aveliz, Bruno Marques & Netto Rockfeller Band; Ana Clemesha e Lancaster Ferreira; e o artista norte-americano Lorenzo Thompson.
Em seu último dia, no domingo, o Ibitipoca Blues tem início às 13h com o último cortejo comandado pela Blues Box Street Band, seguido pela Banda e Escola de Música Maximiniano Nepomuceno e Banda Nova Aurora. Na sequência, a programação terá os remanescentes de quilombolas Colônia do Paiol, seguidos pelos shows de Chiko Baldutti e Big Joe Manfra & Pedro Quental, numa apresentação acústica.
Ingressos quase esgotados
“Estamos muito felizes com o retorno, pois nesses dois anos o público deixou claro que estava com saudades do evento”, diz Flávia Oliveira, acrescentando que ficaram surpresos com a procura pelos ingressos. “Já vendemos cerca de 80% dos dois mil ingressos disponíveis, o que dá mais vontade de continuar nos próximos anos.”
Ainda de acordo com Flávia, essa cobrança do público vinha desde o momento em que outros eventos começaram a ser liberados e realizados. “Foi o público que nos ‘convidou’ a retornar. Decidimos em maio que era hora de retomar o Ibitipoca Blues, e graças a Deus atingimos as nossas metas.”
Sobre a programação da edição de retorno, Flávia destaca a diversificação de artistas e gerações. “Teremos artistas veteranos e novos talentos, além de homenagens. Na sexta-feira faremos o tributo ao Celso Blues Boy, que é nossa referência de blues no Brasil, e no sábado teremos nossa atração internacional com o Lorenzo Thompson, além do Big Joe Manfra no domingo. À tarde, o festival busca fazer essa ligação com a cultural local e a afro-americana. E o público pode esperar por atrações inovadoras do cenário do blues”, antecipa. “E faremos também uma ação de conscientização com a distribuição de sacos de lixo para o público cuidar do próprio descarte, pois esta é uma preocupação nossa aqui em Ibitipoca.”
Além de começar a trabalhar na preparação do evento, a organização do Ibitipoca Blues realizou outras atividades nesse período. Em julho, aconteceu a iniciativa “Ibitipoca Blues além do blues”, em que foram realizadas cinco oficinas em localidades de Lima Duarte, com o nome de “Ibitipoca Blues vai às comunidades”. O objetivo é levar música e arte para a vizinhança onde o festival já atuava por meio do Amigos da Escola, inserindo o Ibitipoca Blues como um projeto de sustentabilidade, arte, economia e empreendimento, além de abrir portas para um turismo sustentável no município. “Além das oficinas, ‘abrimos’ o festival no último sábado com o evento ‘Blues na estrada’, realizado na Casa do Sol, na localidade de Lopes”, finaliza.