A banda juiz-forana Beatles Forever, que há quase quatro décadas se dedica a celebrar a trajetória do grupo inglês, faz seu tradicional concerto de Natal nesta quarta-feira (25), às 20h, no Cine-Theatro Central. Desde sua formação, em 1982, o quarteto formado por Lau Aversa (guitarra e baixo), Helcio Leão (bateria), Walter Sandro (gaita, guitarra, baixo e violão) e Francisco Bustamante (baixo, piano e violão) aproveita o 25 de dezembro para realizar o show, com exceção de 1997. E desde 1999 o Beatles Forever se apresenta no Central.
O repertório do show é um pouco diferente a cada ano. Segundo Francisco Bustamante, entre os motivos, estão o espaço (um teatro) e também o público, que ele define como “10% a 15% de fãs que conhecem todas as músicas dos Beatles” e uma maioria que gosta de música em geral, mas ouvem apenas as mais famosas do quarteto de Liverpool. Por isso, não faltarão “Help!”, “Let it be”, “Twist and shout” e “A hard day’s night”, entre outras, além de “Yesterday”. “Esta é uma que não costuma fazer parte do repertório durante o ano, mas que não pode faltar no concerto”, reconhece.
O que sempre muda de um ano para o outro são so clássicos menos populares. Se há anos em que entram mais canções de “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band”, em 2019 será a vez de “Abbey Road”, lançado há 50 anos e o último a ser gravado – mas não lançado – pelos Fab Four. O público poderá esperar, entre outras, “Come together”, “Here comes the sun”, “Something” e “Oh! Darling”, talvez mais algumas que decidam só no dia do show, durante a passagem de som. “Sempre reservamos espaço para algumas menos conhecidas, mas que tenham a mesma essência. E são 50 anos de ‘Abbey road’, da icônica foto dos quatro atravessando a rua, e daquele que é considerado por muitos o melhor álbum dos Beatles.”
‘Virando o Paul McCartney’
O Beatles Forever é um dos responsáveis por manter viva a memória do quarteto inglês; logo, os integrantes do grupo mais que conhecem as músicas de John, Paul, George e Ringo, pois são quase 40 anos nessa toada. Por conta desse amor ao grupo, Francisco é um dos que não perderam a oportunidade de assistir a “Yesterday”, filme de Danny Boyle lançado há alguns meses e que mostrava um mundo em que, do nada, apenas uma pessoa – um músico fracassado – lembrava da existência dos Beatles.
“Achei muito interessante o enfoque, mesmo sendo algo que todos os beatlemaníacos já pensavam. Eu já sonhava com isso há 30 anos, ir para um lugar em que ninguém conhecesse os Beatles, imaginava voltar no tempo, à Liverpool do início dos anos 1960, conhecer o John Lennon, mostrar minhas músicas. Ver isso no filme foi bem legal, coisas que são para quem é muito fã (as referências a Penny Lane, Strawberry Fields), mas que ainda assim atingem todos públicos. O filme é muito emocionante, em especial no final.”
Caso fosse o único sujeito na Terra que lembrasse dos Beatles, Francisco não pensaria duas vezes. “Claro que ia tocar as músicas, seria uma oportunidade surreal. Ia virar o Paul McCartney (risos). E nem precisaria lembrar de nada, no dia seguinte já poderia gravar todas elas”, diz, acrescentando que o maior prazer seria poder sentir a reação do público àquelas canções. “A fama, a fortuna são sedutoras, mas uma coisa importante – e que foi realçada no filme – é que o protagonista, como artista, percebeu que a melhor sensação não é a do dinheiro entrando, de pedirem autógrafos, e sim a reação das pessoas, de como aquilo modifica essas vidas, assim como aconteceu comigo e meus amigos da banda. Minha vida sem os Beatles seria muito diferente, bem mais chata. Claro que haveria pessoas com talento fazendo coisas boas, mas essas músicas fariam muita falta.”
Beatles Forever
Nesta quarta-feira (25), às 20h, no Cine-Theatro Central