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‘A música romântica é atemporal’, diz Luiz Carlos, do Raça Negra

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O discurso remonta tempos longínquos. Já no século XI, as cantigas de amigo do trovadorismo português indicavam a ideia que o romantismo, séculos mais tarde, iria explorar ainda mais: o amor prescinde da dor. “Com esse seu jeito/ faz o que quer de mim/ domina o meu coração/eu fico sem saber o que fazer/ quero te deixar/ você não quer, não quer”, canta Luiz Carlos na “Cheia de manias”, cujo refrão exalta o sofrimento e a ideia do amor romântico. “Então me ajude a segurar/ essa barra que é gostar de você.” Somando mais de três décadas de trajetória, o cantor – e seu Raça Negra – mantém-se não apenas contemporâneo como também canonizado por uma arrebatada nova geração.

Alçada ao sucesso nacional com “Caroline”, no início dos anos 1990, a banda é hoje reverenciada do rock ao funk, atraindo até mesmo a publicidade, que convidou a formação para uma recente campanha de uma gigante cervejaria. “Você jogou fora o amor que eu te dei/ o sonho que sonhei, isso não se faz/ você jogou fora a minha ilusão/ a louca paixão/ é tarde demais/ que pena/ que pena, amor”, cantou o Bloco Que pena, Amor em sua estreia no carnaval do Rio de Janeiro deste ano, num desfile que levou mais de dois mil foliões à praça Buraco do Lume, no Centro. Para Luiz Carlos, a homenagem retrata a força de uma produção atemporal.

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De volta a Juiz de Fora, a banda traz sucessos como “Maravilha” (“Maravilha, nossas vidas/ você e eu que bom amar/ Maravilha, nossas vidas/ meu coração é seu lugar”) em show neste sábado, 24, no Capitólio, reforçando a potência dos anos 1990, já tão distantes, porém plenos de sentido. Em entrevista, por e-mail, à Tribuna, Luiz Carlos fala sobre a carreira e o sucesso, sem se esquecer do que faz seu Raça Negra ainda tão atual: “O amor nunca sai de moda!”.

Tribuna – Do Luiz Carlos do início da sua carreira, o que preserva ainda hoje?
Luiz Carlos – O amor pela música, o nosso estilo e a nossa personalidade.

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O Raça Negra viveu a efervescência do pagode nos anos 1990. De suas recordações, o que mais te marcou naqueles anos?
São tantas recordações! Mas ouvir a nossa música pela primeira vez na rádio FM foi muito especial.

Desde que surgiram, o mercado fonográfico mudou bastante, partindo dos LPs e chegando ao streaming. Como foi viver essas transformações?
Maravilhoso! É muito bom saber que pode acontecer a transformação que for, que a nossa música sempre será consumida pelo público.

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O que te motiva a compor?
Uma boa história de amor! (risos) A vida cotidiana também me inspira demais.

A música romântica pode ficar datada?
Com certeza a música romântica é atemporal. O amor nunca sai de moda!

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Como vê esse sucesso do Raça Negra nos últimos anos?
O Raça Negra nunca morreu! (risos) Graças a Deus sempre estivemos ativos. O que aconteceu com o Raça Negra é que nós deixamos de fazer televisão, e a TV é uma grande vitrine. Mas sempre esteve vivo realizando shows pelo Brasil afora.

O que justifica, na sua opinião, esse interesse dos mais jovens pelo som que fazem?
Muitos desses jovens cresceram ouvindo a banda. Começou com seus avós, depois seus pais, e isso foi passando de geração para geração.

Neste carnaval teve um bloco carioca que homenageou as músicas de vocês, o “Que pena, amor”. Como recebe isso?
Foi sensacional! Fico muito feliz em saber do amor que as pessoas têm pela banda. Nos sentimos muito honrados com a homenagem. Só não estive presente para curtir o carnaval com essa galera porque estávamos cumprindo agenda de shows. Mas deixo aqui todo o meu abraço e agradecimento.

O mais recente DVD de vocês traz participações de artistas como Wesley Safadão, Leonardo, Thiaguinho. De que maneira dialoga com esses amigos?
A gravação deste novo projeto foi muito especial! Por ser mais velha, foi a banda Raça Negra (risos) que serviu como referência para todos eles. Fico muito grato quando nos encontramos, e cada um conta uma história ou momento que a nossa música marcou. E eles também com certeza nos influenciam, com esse papo alto astral falando de amor ou com uma mistura de ritmos e gêneros. Quem ganha com tudo isso é o público.

Raça Negra
Na noite de sábado (24) para domingo (25), à 1h, no Capitólio (Av. Deusdedit Salgado 4.088 – Teixeiras

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