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‘Slender Man’: (Des)necessário, de mau gosto, ou apenas mais um filme de horror?

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Sabe aquelas situações em que todo mundo diz “deixo isso pra lá, não vai dar certo, só vai causar dor de cabeça”, mas o sujeito vai lá e faz assim mesmo? Pois este é o caso de “Slender Man – Pesadelo sem rosto”, longa de terror que estreia nesta quinta-feira (23) no Brasil após uma série de atrasos em seu lançamento nos Estados Unidos, sem contar todas as polêmicas que envolvem a produção – massacrada pela crítica mas que faturou US$ 21 milhões nos dez primeiros dias de exibição, cobrindo com folga os US$ 10 milhões empenhados para rodar o filme.

Obsessão de jovem pela suposta criatura sobrenatural transforma em pesadelo a vida de um grupo de adolescentes (Foto: Divulgação)

A trajetória de Slender Man” até seu lançamento é tortuosa e polêmica – o que não deixa de ser normal no ramo do entretenimento, mas neste caso tem muito a ver com uma boa dose de insensibilidade por parte dos produtores. Explicando: o Slender Man surgiu em 2009 como uma fanfic publicada em fórum da internet. Criado pelo americano Eric Knudsen, ele seria uma figura sobrenatural alta, magra, sem rosto, de braços anormalmente compridos e sempre de terno e gravata pretos, cujo objetivo é perseguir, sequestrar ou apenas atormentar pessoas até a loucura, principalmente crianças. Ele se tornou tão popular que foi criado todo um cânone ao redor do personagem – que foi retratado inclusive em games -, em histórias escritas por outras pessoas. Ou seja, um ícone do terror criado por meio da web.

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O problema é que muita gente começou a levar o personagem a sério, e não demorou a acontecer uma tragédia. Em março de 2014, duas jovens de 12 anos esfaquearam 19 vezes uma colega da mesma idade na cidade americana de Waukesha, no Wisconsin, sob influência do personagem. A jovem conseguiu sobreviver. Ao serem presas, declararam ter cometido o crime com o objetivo de se tornar representantes da criatura e para que ele não matasse seus familiares. Após uma série de análises de especialistas e das investigações, as duas foram julgadas e condenadas, cada uma, a passar 25 e 40 anos em uma instituição psiquiátrica.

Outros casos envolvendo o Slender Man surgiram na América, o que provocou uma onda de protesto quando a produtora Screem Gems anunciou, em maio de 2016, que um filme inspirado no personagem seria produzido. Muita gente achou a ideia de extremo mal gosto, apelativa, exploradora da dor alheia e insensível às vítimas dos ataques ocorridos até então. Um dos pais de uma das jovens condenadas pelo esfaqueamento em Wisconsin condenou a produção, acusando-a de ter o mal gosto de popularizar a tragédia. Uma rede de cinemas do estado onde aconteceu o crime se recusou a exibir o longa, que teve sua estreia adiada de maio para agosto. Além disso, reações negativas de quem assistiu ao longa em eventos-teste fez com que a Sony, responsável pela distribuição, cortasse algumas cenas mais violentas a poucos dias da estreia, o que fez – de acordo com a crítica – que o filme não fosse apenas ruim, mas também tivesse sérios problemas de continuidade.

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Um dos motivos para a crítica detonar “Slender Man – Pesadelo sem rosto” é o fiapo de história desenvolvido para os 93 minutos do longa dirigido por Sylvain White. A ação se passa em uma pequena cidade do Estado de Massachussetts em que quatro amigas (papéis de Joey King, Julia Goldani Telles, Jaz Sinclair e Annalise Basso), sem ter muito o que fazer, resolvem invocar o Slender Man de brincadeira, afinal não acreditam que o sujeito exista. Só que uma delas desaparece misteriosamente uma semana depois, sem que a polícia descubra seu paradeiro. Dispostas a tentar resolver o caso por conta própria, elas fuçam no computador da amiga e descobrem que ela era meio que obcecada pelo Slender Man, e a partir daí a vida do trio vai se tornar um verdadeiro pesadelo, com direito a ataques de pânico, desaparecimento, mortes, loucura e a descoberta (será?) que a lenda da internet pode ter os dois pés na realidade.

Slender Man: Pesadelo sem rosto
UCI 3 (dub): 13h40, 17h50. UCI 3 (leg): 15h45, 19h55, 22h. Cinemais Alameda 4 (dub): 15h10, 21h10. Cinemais Alameda 4 (leg): 19h10. Cinemais Jardim Norte 2 (dub): 15h10, 21h10. Cinemais Jardim Norte 2 (leg): 19h10. Santa Cruz 1 (dub): 16h45, 19h, 21h10.
Classificação: 12 anos

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