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Terceira edição do ‘Mulheres do samba’ acontece nesta quinta-feira

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Projeto já realizou duas apresentações, no São Mateus e Santa Luzia, e volta a acontecer nesta quinta no Mirante São Bernardo (Foto: Divulgação)

As cantoras, compositoras, instrumentistas e sambistas de Juiz de Fora ampliam cada vez mais seus espaços. Se desde 2018 elas já uniram forças com a participação no Encontro Nacional de Mulheres na Roda de Samba, que é anual, em abril elas deram início ao projeto “Mulheres do Samba de JF”, que tem por objetivo unir e trazer para os encontros “mulheres que já tocam e cantam, mulheres que nunca tiveram oportunidade de tocar numa roda e mulheres que estão aprendendo um instrumento”, como explica o material de divulgação do evento. A pretensão é fazer um encontro por mês em espaços públicos da cidade; o primeiro, em abril, na Praça do São Mateus, celebrou o centenário de D. Ivone Lara; em maio, foi a vez de comemorar o aniversário de Beth Carvalho no Bairro Santa Luzia; nesta quinta-feira, às 18h30, no Mirante São Bernardo, elas voltam a se reunir a fim de homenagear o aniversário de Elza Soares, que completaria 92 anos em 23 de junho.

Para celebrar a vida e obra da cantora morta em janeiro, o repertório terá clássicos como “Lata d’água na cabeça”, “Malandro”, “Beija- me”, “Se acaso você chegasse” e “Salve a mocidade”. “Tocaremos também sambas de D. Ivone Lara, Leci Brandão e sambas históricos interpretados por Beth Carvalho, Jovelina Pérola Negra, Alcione e Clementina de Jesus, entre outros”, adianta Andrea Mello, uma das responsáveis pelo projeto e que explica o que levou à criação do “Mulheres do samba de JF”.

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“Desde o I Encontro Nacional de Mulheres na Roda de Samba, em 2018, que a gente pensava em reunir as mulheres algumas vezes durante o ano. Veio a pandemia e nada aconteceu. Unir e descobrir as mulheres do samba de Juiz de Fora é um dos nossos objetivos e desafios. Tem muita mulher tocando, cantando e aprendendo instrumentos, mas elas não tinham oportunidade e, às vezes, nem coragem de tocar numa roda. Por sermos todas mulheres e uma incentivando a outra, essa insegurança vem se transformando em aprendizado, coragem e diversão.”

Empoderadas

De acordo com Andrea, os dois primeiros encontros contaram com um grupo que variou de 15 a 30 mulheres, entre aquelas que já tinham alguma experiência e outras que estão começando. Participaram de pelo menos um dos encontros nomes como Sil Andrade, Juliana Stanzani, Thailis Carneiro – que veio de Cataguases para fortalecer o movimento – e mulheres que participam de outros grupos da cidade e que se uniram ao “Mulheres do samba de JF”.

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“O resultado tem sido incrível, pois as mulheres estão se empoderando, acreditando, chamando outras e estudando mais para o próximo encontro. As novatas que não têm essa vivência estão tendo a oportunidade de ter essa troca, estão se desenvolvendo e aprendendo bastante”, comemora. “Esse movimento é para unir e acolher as mulheres que cantam, tocam ou estão aprendendo, mas, se não tocam ou cantam, podem vir também para sambar, bater na palma da mão e para reforçar a roda. Porque roda de samba não é só o batuque e o canto, é todo o conjunto. É a dança, o riso, a comida, o comportamento, a roupa, e esse somatório é que faz o poder do samba acontecer. A cultura e a arte precisam dessa união. Nós precisamos nos unir para fortalecer, e todas são bem-vindas e todas serão acolhidas.”

Andrea Mello destaca, ainda, o fato de o projeto ocupar os espaços públicos de Juiz de Fora, e que serão democráticas nas escolhas do próximos bairros a receberem o “Mulheres do samba de JF”. “Quem quiser saber mais pode entrar em contato pelo perfil @visueldumelo no Instagram.”

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Espaço para todas

Sobre o projeto, a violonista Raquel Pereira afirma que este é um movimento que vem para somar e fortalecer a cultura do samba na cidade. “A ocupação voluntária das praças dá visibilidade ao movimento e nos traz a sensação de pertencimento, além de servir como forma de expressão do empoderamento feminino. Mostra também o engajamento das mulheres no cenário artístico e musical da cidade.”

“Um dos objetivos do movimento é acolher e dar espaço a toda mulher que sempre desejou participar de uma roda de samba, e homenageando mulheres consagradas do samba evidenciamos a importância e lugar da mulher”, acrescenta Juliane Lopes, vocalista da banda Margaridas Peludas. “Mostramos que mulher tem muito mais que rebolado e samba no pé. Temos samba nas mãos e dedos, na boca e garganta, na alma.”

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Para a cantora e violonista Janaina Gentil, de Cataguases, o movimento veio pra fazer a diferença em todos os sentidos. “Inclusive o empoderamento da mulher, que antigamente era banida de tudo… agora sim, ‘Mulheres no samba’ é o grito a ser dado: ‘Sou mulher brasileira, não estou de brincadeira, e quando dá eu canto samba’.”

“A importância é cultural para o samba e para a música juiz-forana”, acredita Carla Friend. “É a visão da mulher fazendo samba, dividindo com a sociedade a importância da agregação feminina no samba. E que isso aconteça em outras áreas. Com isso, resgatamos as sambistas da cidade, a história do samba, que é linda! É a mulher mostrando que é capaz, que sabe, que pode, e faz com honra e amor sua arte para muita gente!”

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