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“Amor e monstros”: Quando o amor é o melhor inseticida

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Joel (Dylan O’Brien) terá a companhia do cão Boy para enfrentar os gigantescos insetos predadores de “Amor e monstros” (Foto: Divulgação)

Alguns filmes, logo no ato da matrícula, dão aquela impressão de que não vale a pena perder tempo com eles, seja pela sinopse ou um trailer que não desperta a vontade de ficar em frente à tela da TV ou do cinema por quase duas horas. Mas aí você resolve arriscar mesmo assim, e descobre que a surpresa não poderia ser mais positiva. Foi o que aconteceu com o divertido “Amor e monstros”, que entrou no catálogo da Netflix no último dia 14 com a moral de ter recebido uma indicação ao Oscar na categoria de melhores efeitos visuais.

O longa dirigido por Michael Matthews tem uma sinopse que parece uma versão galhofeira do já galhofeiro clássico “Zumbilândia”: um gigantesco asteroide está em rota de colisão com a Terra e a humanidade destrói o corpo celeste com uma série de foguetes e parece que tudo vai ficar bem, pois apenas alguns fragmentos chegam até o planeta.

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O que ninguém desconfiava, porém, é que o asteroide era composto por materiais que acabam provocando mutações em insetos, anfíbios e algumas criaturas marinhas quando chegam à nossa atmosfera, daí a humanidade passa a ser atacada por aranhas, caranguejos e formigas gigantes, entre outros bichos, e a guerra termina com 95% da população humana morta. Os 5% restantes precisam se esconder embaixo da terra para sobreviver, deixando nosso mundo à mercê dos novos donos do pedaço.

Bichos escrotos, saiam dos esgotos

Esse é o resumo feito logo no início da história pelo protagonista, Joel (Dylan O’Brien), sete anos após o “apocalipse monstro”. Ele vive em um bunker na Califórnia com outros sobreviventes, porém é o único que passou todos esses anos sem sair do abrigo, pois “congela” toda vez que encara um dos insetos gigantes. Por causa disso, ele assume o papel de cozinheiro e responsável por consertar o rádio com o qual se comunicam com outras bases de sobreviventes.

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É por meio do rádio, aliás, que ele descobre que sua namorada, Aimee (Jessica Henwick), também sobreviveu. Depois de algumas semanas só no bate-papo, ele decide que passou da hora de reencontrá-la, e, apesar de todos os perigos, decide encarar – sozinho e sem contar seu plano para ela – os 150 quilômetros que separam as duas bases, numa caminhada a pé que vai durar, no mínimo, uma semana, sendo que ele não tem a menor ideia do que pode encontrar pelo caminho e zero experiência em combate com os novos ocupantes do topo da cadeia alimentar. É o poder do amor e dos hormônios vencendo o medo de ser trucidado por uma centopeia de dez metros.

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Pois nem o DDT pode assim me exterminar

Em sua caminhada, Joel vai encontrar uma série de ameaças mortais, como sapos gigantes e insetos de todo o tipo. A caminhada, porém, terá a companhia de um cão, o simpático – e muitas vezes mais esperto que ele – Boy, e uma dupla de andarilhos que decidiu não se esconder nos subterrâneos (Clyde e Minnow, interpretados por Michael Rooker e a fofíssima Ariana Greenblatt), além de um(a) robô que ficou sozinho(a) desde que o mundo que conheciam deixou de existir.

Quem assistir a “Amor e robôs” vai encontrar – além das semelhanças com “Zumbilândia” – um roteiro que não entrega uma surpresinha sequer, do tipo que dá para saber com minutos de antecedência o que vai acontecer – ou que aquele conselho dado por um personagem vai servir para algo lá na frente. Mesmo assim, o longa surpreende por querer contar uma história sem maiores pretensões além da diversão e uma trama bem desenvolvida, em que o protagonista vai do ponto A para o B, depois para o C, e assim por diante.

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Sem ter que se preocupar com nada além da jornada, dá para mergulhar na aventura sem maiores problemas, ainda mais que Dylan O’Brien faz com que Joel tenha carisma suficiente para fazer com que o público se importe com ele a cada nova ameaça ou aprendizado que ele obtém em sua caminhada. Todo o elenco, no geral, está muito bem – incluindo aí os cachorros que “interpretam” Boy – e as cenas de ação convencem com os surpreendentemente ótimos efeitos especiais, quase todos em plena luz do dia e sem precisar apelar para as cenas noturnas a fim de economizar no CGI.

Ao apostar na diversão sem maiores compromissos, “Amor e monstros” acerta o alvo e deixa o público torcendo por uma continuação – e até mesmo por um filme derivado estrelado por Clyde e Minnow, que têm carisma de sobra e garantiriam ótimas aventuras.

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