1926
Quatro amigos – Francisco Campos Valadares, Químico Corrêa, Diogo Rocha e Gomes Nogueira – compram o barracão de ferro e as telhas de zinco do Polytheama, um precário teatro da cidade instalado no terreno entre a rua São João e a antiga rua da Califórnia, hoje Halfeld, onde hoje fica o Central.
1927
Os quatro fundam, em junho, a Companhia Central de Diversões. Raphael Arcuri, da Companhia Industrial e Construtora Pantaleone Arcuri, assinam o projeto do novo imóvel, mas o orçamento ultrapassa as finanças do grupo e o arquiteto se torna o quinto sócio do empreendimento.
1928
Italiano radicado em Juiz de Fora, o pintor Ângelo Bigi faz a ornamentação artística interna do prédio, com cenas mitológicas e um medalhão central com as efígies de grandes mestres da música.
1929
No dia 30 de março o Cine-Theatro Central abre suas portas, numa solenidade que contou com apresentação de orquestra e exibição do filme mudo “Esposa alheia”, em oito atos.
1930
A opereta “Cavalleria rusticana”, do italiano Mascagni torna-se o prefixo das sessões no teatro, em exibições ao vivo, no fosso. Antes disso, porém, na recepção aos espectadores, o grupo tocava no foyer. Anos mais tarde, o Central torna-se a primeira sala da cidade a oferecer o som, novidade tecnológica registrada em um disco de 16 polegadas.
1955
O Teatro Experimental de Ópera de Juiz de Fora é criado e faz do Central cenário de seus concertos líricos até início dos anos 1970.
1968 – Começa o I Festival de Música Popular Brasileira de Juiz de Fora, que ganhou outras cinco edições e chegou ao fim em 1973, marcando a história da música local e nacional.
1970
Leila Diniz apresenta o cultuado espetáculo “Tem banana na banda”, resgatando o teatro de revista. Dois anos depois a atriz, ícone da libertação sexual, morre num acidente aéreo.
1980
Inicia uma década crítica para a cultura nacional e as plateias se esvaziam no teatro, desafiando produtores a criarem um novo modelo de negócio.
1983
O prédio é tombado pela Prefeitura como patrimônio arquitetônico e histórico municipal. O gesto responde a um crescente movimento de revalorização do lugar e luta por sua proteção.
1994
A Universidade Federal de Juiz de Fora, com recursos do Ministério da Educação de Itamar Franco, compra o imóvel da Companhia Franco-Brasileira. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) tomba o prédio como patrimônio federal e é dada largada ao movimento pela revitalização do teatro.
1996
Um projeto é inscrito no programa de incentivo à cultura nacional para a captação de R$ 2 milhões para a reforma, que começa em janeira. A recuperação inclui troca de telhado, atualização das instalações elétricas, das poltronas e camarotes, instalação de equipamentos e mecânica cênica, além de recuperação de toda a pintura artística. Em 14 de novembro de 1996 o Cine-Theatro Central é oficialmente reinaugurado.
1997
Primeira vez o teatro recebe o Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga, em sua oitava edição. O evento organizado pelo Centro Cultural Pró-Música, hoje também pertencente à UFJF, que levou importantes concertos e óperas ao lugar.
2001
Disco duplo com repercussão internacional, “Esquinas”, de João Bosco é gravado no teatro.
2004
O primeiro DVD de visibilidade nacional e internacional é gravado no espaço: “Ser Minas tão Gerais”, do grupo Ponto de Partida com participação de Milton Nascimento e do coral Meninos de Araçuaí.
2016
O Corpo de Bombeiros determina o impedimento de acesso ao segundo e terceiro andares do teatro (que incluem balcão nobre, galeria e camarotes), alegando a necessidade de ajustes que garantam maior segurança ao local e possibilitem o recebimento do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB).
2019
Segundo andar do prédio recebe corrimãos e guarda-corpos, além de sinalizações e outros pequenos reparos, possibilitando sua reabertura para o show do cantor compositor Milton Nascimento. Obras permanecem no terceiro andar, visando a reabertura para a comemoração dos 90 anos da casa.
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