A Campanha de Popularização do Teatro e da Dança chega à sua semana derradeira, e entre as atrações estão dois espetáculos que serão apresentados pela primeira vez na cidade. Responsável pelas duas encenações, a Metrópole Produções Artísticas leva ao palco do Teatro Paschoal Carlos Magno as peças “Arco-íris de plástico”, no sábado (25), às 21h, e “Frau Amália Freud” no domingo (26), no mesmo horário. Será ainda a primeira vez que os trabalhos serão apresentados fora de Belo Horizonte, onde o grupo se formou.
Primeira das peças a chegar à cidade, “Arco-íris de plástico” ainda tem como atração o texto inédito e de autoria do juiz-forano Tarcízio Dalpra Jr. Segundo o diretor Pádua Teixeira, também responsável por “Frau Amália Freud”, este é o primeiro trabalho que realizam a partir de um texto de Tarcízio, que conheceu quando este fazia parte da Cia. Teatral Putz. “Nos tornamos amigos, e sempre tive o desejo de montar um trabalho dele. Pedi para me enviar alguns trabalhos, e gostei mais deste.”
A história tem três protagonistas, que podem ser definidos como um Cego, um Bobo e um Torto, trinca de figuras que, diferentes entre si, completam-se ao buscar as curas para seus problemas (um é cego, o outro apresenta transtornos mentais e o terceiro não tem movimentos nas duas pernas). “De acordo com um misto de profeta e religioso, um ‘homem de Deus’, há uma fábrica em outra cidade que pode dar aos três os que eles sonham: novos olhos, um cérebro e novas pernas, todas elas de plástico”, explica.
É assim que eles partem na sua jornada, feita em uma carroça, em que o Bobo – que o que tem de forte tem de dificuldade de raciocínio, pois só sabe contar até três – é guiado pelo Torto. “Lembra sob muitos aspectos ‘O Mágico de Oz’, com a diferença que eles são catadores de garrafas de plástico que as trocarão pelos seus novos órgãos. Vivemos numa época em que tudo é reciclado, parece feito de plástico. Porém, o mais importante é que o três se completam, e ao final da jornada podemos dizer que eles passaram por um processo de aproximação que os tornaram apenas um”, adianta.
O espetáculo estreou no final de 2017 após um período de mais de um ano de ensaios, pesquisas e laboratório, incluindo visitas ao Instituto São Rafael, em BH, que atende a deficientes visuais, e locais destinados ao atendimento e assistência a pessoas com transtornos mentais e pessoas portadoras de deficiência. “No momento que vivemos, contar a história dessas pessoas, de certa forma marginalizadas, é muito lúdico, poético, emocionante, que tocaria as pessoas pela sensibilidade dos personagens. Pretendemos muito viajar com a peça”, afirma Pádua, adiantando que antes de sair de Minas a peça já tem apresentações confirmadas em Ouro Preto, Nova Lima, Pará de Minas, Mariana e Minas Novas.
A mãe do ‘pai’
Outro espetáculo a ser apresentado pela Metrópole Produções Artísticas na Campanha, “Frau Amália Freud” estreou no início de 2017 e sai de Belo Horizonte pela primeira vez, trazendo na bagagem cinco indicações para os prêmios do Sinparc (Sindicato dos Produtores de Artes Cênicas de Minas Gerais): melhor direção, atriz (Beth Grandi), figurino, iluminação e trilha sonora. No monólogo escrito por Ísis Baião, quem ganha voz é Amália Freud, mãe de Sigmund Freud, considerado o pai da psicanálise.
“Trata-se de uma ficção baseada em fatos reais, porque sabemos muito da esposa e filhos do Freud, mas não existe uma biografia da mãe dele. A Ísis escreveu então esse texto, em que ela conversa com todos os personagens. É uma história incrível”, afirma o diretor, lembrando que a peça – além dos palcos do teatro – foi apresentada em três oportunidades este ano para alunos do curso de psicologia da UFMG, além de uma apresentação agendada para o próximo dia 30 em Teresina (PI) e outra em Paris (França), em maio de 2019, graças a um convite recebido pelo grupo.
ARCO-ÍRIS DE PLÁSTICO
Sábado (25), às 21h
FRAU AMÁLIA FREUD
Domingo (26), às 21h