Carnaval do frevo

 

Já conhecido do público juiz-forano, o Capivara mostra no palco o espetáculo que passou pelo Muzik. O grupo, formado por Roger Resende, Ângelo Goulart, Lula Ricardo, Aldo Torres e Fernando Drummond, tem no repertório desde clássicos do gênero (“Vassourinha”, “Pombo Correio”), composições do quinteto (“Endiabradinha”, “Capivariando” e “Capivara endiabrada”), músicas do Parangolé Valvulado e marchinhas de artistas locais que tenham o frevo “na alma”, casos de “Peruca torta” (Flávio Ferraz) e “Boneca de louça” (Paulinho Cri Cri). “Nosso repertório é exclusivamente de frevos. Nossa intenção é criar uma trilha sonora do carnaval juiz-forano, e aí passamos a ter nossa trilha também”, afirma Roger.

A ligação de Roger Resende com o frevo vem desde a adolescência, quando ia para sua terra natal (São João Nepomuceno) durante o carnaval, e o gênero musical era tocado o ano todo. Quando enveredou para a música, o frevo sempre esteve presente na sua carreira, e a falta de um grupo do tipo na cidade o motivou a criar o Capivara Endiabrada.

Roger lembra que o gênero já esteve mais presente no carnaval brasileiro. “Cada ano havia um frevo de sucesso, como ‘Banho de cheiro’, da Elba Ramalho, ‘Pombo Correio’, do Moraes Moreira… mas o mercado ficou massacrado por um gênero musical ou dois. O carnaval é samba, frevo, maracatu, e tentam modificar a festa com outros gêneros que nada têm a ver. Isso pasteuriza, acaba com a irreverência, vão ficar cantando o cara que traiu a menina e vice-versa. Seria como chegar numa feira agropecuária com um bloco de carnaval”, critica.

O Capivara Endiabrada já tem outros compromissos para o carnaval, com apresentações, no dia 24, em Rio Pomba, e, dias 26 e 27, no Clube Trombeteiros em São João Nepomuceno. Roger ainda participa da roda de samba em homenagem a Ministrinho que acontece nesta quarta-feira no shopping Jardim Norte, que recebe a exposição em homenagem ao compositor que teve curadoria de Roger Resende. Como o fôlego não tem fim, ele participou no último domingo do Parangolé Valvulado.

“Tenho muitos elogios para o Corredor da Folia, mas Juiz de Fora tem um potencial muito maior. É uma cidade que teria que ter carnaval nos dias da folia. Temos 600 mil habitantes, você acha que mais de 50 mil viajam?”, sugere Roger.