Site icon Tribuna de Minas

Show, teatro e exposições de Juiz de Fora na internet

PUBLICIDADE

Agora não tem jeito. Com o novo decreto da Prefeitura publicado na quarta-feira, proibindo eventos e o funcionamento de cinemas, casas noturnas e bares, com museus, teatros e centro culturais já fechados ao público para tentar diminuir a proliferação da Covid-19 entre a população, a opção é ficar em casa e tentar aproveitar do sofá (ou de sua poltrona preferida) o que gostaria de curtir ao vivo, mas não vai rolar por enquanto.

E isto é possível porque muitos dos artistas que se apresentariam pela cidade nos próximos dias estão, de alguma forma, na rede mundial de computadores. É possível ouvir aquele cantor, aquela banda, pelos serviços de streaming ou pelo YouTube – plataforma, aliás, em que o teatro marca presença. As redes sociais também podem ser a salvação para todos que passarão os próximos dias e semanas (meses, talvez?) sem ter exatamente para onde ir. Também rola de dar o rolê pelo museu sem colocar os pés para fora do sacrossanto lar.

PUBLICIDADE

Teatro pela Web

Diversos artistas ao redor do mundo, nas mais variadas expressões, têm usado a internet para não deixar os fãs na orfandade. Apresentações ao vivo por meio de lives na redes sociais são uma das opções, e em Juiz de Fora o teatro entrou na onda por meio do Corpo Coletivo. O grupo, com a Santa Corja e o Núcleo Prisma, apresentaria a peça “Oxigênio” de sábado a segunda-feira, no Espaço OAndarDeBaixo, dentro do projeto Coletivo Ozônio. Com a decisão de cancelar as apresentações por causa da ameaça da pandemia do coronavírus, eles decidiram usar as redes sociais para manter o público ligado no teatro.


“Estamos trabalhando com a ideia de transmitir pelas redes sociais alguns espetáculos nossos, como os solo, que são possíveis nesse formato e que podem ser feitos sem aglomeração de pessoas”, explica uma das integrantes do grupo, Carú Rezende. “A ideia é transmitir, na sexta-feira, ‘Casa dos Espelhos’, e no sábado, domingo e segunda as micropeças que fazem parte do espetáculo ‘INcômodos: teatro em casa’, cada uma em um dia. A transmissão será feita pela Live do Instagram, sempre às 21h. No próximo dia 27, quando se comemora o Dia Mundial do Teatro, estamos preparando uma ação especial on-line, caso até lá a situação de isolamento social permaneça.”

PUBLICIDADE

Além das encenações agendadas, o Corpo Coletivo tem aproveitado o espaço virtual para divulgar a dramaturgia de autores brasileiros, com a leitura de trechos de peças pelos Stories do perfil do grupo no Instagram. “É uma forma de apoiar uns aos outros e dar visibilidade aos trabalhos de artistas de teatro, que precisam tanto da presença para o acontecimento teatral”, ressalta Carú, que lembra que o canal da companhia no YouTube tem disponíveis alguns espetáculos do Corpo coletivo e teasers de trabalhos. “Foram todos gravados previamente, e podem ajudar a não nos sentirmos tão distantes da arte teatral.”

A atriz comenta ainda sobre ter que encarar essa nova realidade, algo tão distópico que sequer se imaginava há poucas semanas. “O Corpo Coletivo acredita que o teatro contemporâneo é atravessado pelo meio que vivemos e, como buscamos uma arte viva, estamos sempre abertos àquilo que o mundo nos oferece, transformando os acontecimentos em matéria-prima para obras regadas à poesia. E se na quarentena a gente não pode ter contato com o mais essencial do teatro – que é o encontro com o espectador -, podemos usar as tecnologias do mundo contemporâneo para desdobrar o teatro em outros meios. O teatro é potência e poesia em qualquer situação. Somos movidos pelo encontro humano e agora vamos experimentar nossa humanidade essencial no âmbito virtual.”

PUBLICIDADE

Essa realidade é vista por ela, ainda, como um momento muito delicado para as artes presenciais. “É de uma generosidade extrema a gente se apoiar, se unir nesse momento e dar visibilidade para aquilo que nos faz tão humanos, nos tira do lugar e nos faz perceber as necessidades do outro. A gente se reconhece no outro e percebe que não estamos sozinhos. A arte, independente do meio onde é veiculada, faz isso. Por isso, em momentos de crise como o de agora, onde fica ressaltada a fragilidade da vida, é tão bom se sentir perto de alguém.”

Dos palcos para a sala de TV

Um exemplo de show que pode ser curtido em casa é o da Martiataka, banda que tinha apresentação marcada para esta sexta na Arteria. O canal do grupo no YouTube tem videoclipes e apresentações ao vivo, incluindo a do DVD “Ao Vivo – Tá Alto Pra C@#$%&*!!!”, quase 200 minutos de toda a potência sonora do grupo. Também é possível conferir o som do Martiataka nas plataformas de streaming.

PUBLICIDADE

“Ter que cancelar shows realmente é bem ruim para a gente, tanto pela experiência de tocar ao vivo, que é algo fabuloso, quanto pela parte financeira nossa, das casas, a expectativa do público; é um impacto muito negativo no geral”, aponta o baixista Thiago “Jim” Salomão. O músico, entretanto, vê pelo menos um lado positivo: reviver – talvez até mesmo apresentar – a experiência de ouvir música em casa.

“Estava lendo um artigo do ‘Los Angeles Times’ sobre isso, como podemos retomar o hábito de ouvir um disco inteiro, largar o celular para isso. Nós, como músicos, somos fãs desse hábito de ouvir música com calma, álbuns inteiros, o que hoje não se faz muito; as pessoas ouvem faixas, as bandas lançam singles. Ouvir o disco é uma experiência boa, pois ali há um conceito, o artista escolhe a ordem das faixas, então se tem algo de positivo a tirar desse momento é a oportunidade de ouvir obras inteiras, assistir aos DVDs”, anima-se.

“O Martiataka está com tudo disponibilizado on-line, e estamos encorajando as pessoas a ouvirem, postando nas redes sociais, pedindo para a galera compartilhar. E mesmo que aquele 0,001 centavo do Spotify não signifique muita coisa, o importante para gente é saber que a música está rodando, as pessoas estão ouvindo. É o que podemos ter no momento.”

Mais gente na rede

Quem também se apresentaria na cidade nesta sexta, porém no Cine-Theatro Central, era o cantor e compositor Jão, que teve o show adiado para maio. A opção para quem tinha comprado o ingresso vai além do streaming: o canal do artista no YouTube oferece várias opções, incluindo registros de músicas ao vivo. É o mesmo caso do cantor Emmerson Nogueira, que tocaria sábado (21) no Cultural. Seu canal no YouTube tem várias versões ao vivo de hits internacionais e nacionais, como “Ordinary world” e “Apenas mais uma de amor”.

Já o cantor e compositor Milton Nascimento, que faria show no mesmo Central no próximo dia 28, está com dezenas de seus álbuns tanto nas plataformas de streaming quanto no YouTube. E quem não estava na agenda também pode deixar a galera com coisa para ouvir. A Alles Club, um dos principais nomes do cenário independente, tem versões ao vivo – incluindo a série “Graminha Session” – e videoclipes no YouTube, sem esquecer dos tocadores pagos de música.

Por falar em streaming, aliás, a lista de artistas locais nos serviços é imensa e nem cabe na matéria. Mas dá para citar alguns nomes – em atividade ou não – além dos já listados acima: Obey!, Mauloa, Luizinho Lopes, Dignatários do Inferno, Dubdogz, Ponto do Samba, Laura Jannuzzi, Poetisa Dissecada, RT Mallone, MC Xuxu, Sandra Portella, Tatá Chama & As Inflamáveis, Thiago Miranda, Soul Rueiro, Olympia Tennis Club, Matilda, Carol Serdeira, Roger Resende, Alessandra Crispin, Lúdica Música!, Gilbert Salles, Alquimia, BAAPZ, Basement Tracks. Alguns desses nomes, aliás, estão em duas playlists no Spotify: juiz de fora das rádios e O Samba de Juiz de Fora.

Quem deve ter novidade em breve no streaming é a dupla de irmãos do Dubdogz. O projeto de música eletrônica prepara um set com mais de dez músicas que ainda não foram lançadas. O anúncio foi feito no perfil do Dubdogz no Instagram.

Também é possível ir ao museu sem sair de casa. Um exemplo é o Museu de Arte Murilo Mendes, que disponibiliza em seu site fotos das exposições em cartaz no espaço. É uma forma de ter a arte tão longe e, ao mesmo tempo, tão perto.

Dubdogz

juiz de fora das rádios

O Samba de Juiz de Fora

Exit mobile version