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‘Star Wars’: O fim da jornada em um galáxia muito distante

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Rey (Daisy Ridley, no centro) é uma das figuras centrais de “Star Wars: A Ascensão Skywalker”, que encerra a terceira trilogia da série (Foto: Divulgação)

Há muito tempo atrás, em uma década relativamente distante, as configurações de blockbusters foram concluídas com a estreia de um filme bem diferente do que Hollywood e o público estavam acostumados. Misturando ficção científica, capa-e-espada, magia, jornada do herói, cultura japonesa, fantasia, faroeste, ação e aventura, “Star Wars” (então “Guerra nas estrelas” no Brasil) chegou aos cinemas dos Estados Unidos em maio de 1977 para mudar a cultura pop, o cinema, o merchandising e substituir a onda de cinema autoral que havia enterrado o star system dos estúdios.

Agora, pouco mais de 42 anos depois, a saga iniciada com um então misterioso “Episódio IV – Uma nova esperança” tem fim nesta quinta-feira (19) com “Star Wars: A Ascensão Skywalker”, o Episódio IX das três trilogias imaginadas por George Lucas, criador desse universo de aventura espacial e uma das três maiorias franquias da sétima arte – são quase US$ 10 bilhões de bilheteria com os nove filmes, mais os derivados.

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A produção chega com a missão de concluir a saga de personagens como Luke Skywalker (Mark Hammill), Leia Organa (Carrie Fisher, que morreu em 2016), Chewbacca, R2-D2, C-3PO e Lando Calrissian (Billy Dee Williams), sem esquecer dos que ficaram pelo caminho: Han Solo (Harrison Ford), Mestre Yoda, Obi-Wan Kenobi (Alec Guiness e Ewan McGregor), até mesmo o Almirante Akbar. Além da turma original, há os personagens da nova trilogia, responsáveis por substituir gradativamente os antigos heróis na luta contra o Mal e a tirania: Rey (Daisy Ridley), Poe Dameron (Oscar Isaac), Finn (John Boyega) e Rose Tico (Kelly Marie Tran), alguns dos membros jovens da Resistência contra o novo Supremo Líder da Primeira Ordem, Kylo Ren (Adam Driver).

Novo Líder Supremo da Primeira Ordem, Kylo Ren (Adam Driver) planeja destruir a Resistência em definitivo (Foto: Divulgação)

Trama guardada em ‘mistério’

Pouco se sabe da história do Episódio IX. A sinopse divulgada pela Disney é na linha “adivinhem aí”, as entrevistas de divulgação foram controladas, porém os trailers deram aquelas pistas que desagradam a quem gosta de chegar no escuro na sala escura – e que não vamos entregar aqui. O que é certo, todavia, é que a trama começa cerca de um ano depois dos eventos de “Os últimos Jedi” (2017). Depois de matar o Supremo Líder Snoke, Kylo Ren assumiu o posto vago disposto a dar fim ao que restou da Resistência, que está nos escombros desde o ataque devastador da Primeira Ordem e agora busca aliados pela galáxia. Rey conseguiu terminar (dentro do possível) seu treinamento Jedi com Luke Skywalker, que se uniu à Força depois de salvar os remanescentes da Resistência em Crait.

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Uma das questões mais aguardadas pelo público é o confronto final entre Rey e Kylo Ren, ambos nos lados opostos da Força mas, a princípio, tentados a se bandearem para as sombras e a luz, respectivamente. O filho de Han Solo e Leia, então, é o que tem o conflito mais profundo, pois ao mesmo tempo em que deseja honrar o legado do avô, Darth Vader, tem dúvidas sobre sua lealdade ao lado sombrio da Força. Quanto a Rey, ainda restam, principalmente, dúvidas quanto à sua origem, e se ela pode sucumbir ao lado sombrio da Força.

Também é aguardada pelos fãs a batalha decisiva entre a Resistência, em frangalhos, e a Primeira Ordem. Os destinos de Finn e Poe Dameron também são especulados, principalmente porque eles – mais Rey e Kylo Ren – poderiam ser os protagonistas de futuras histórias, uma vez que a “velha guarda” se despede no Episódio IX. A participação de Carrie Fisher é outro mistério, pois foi preciso usar as cenas não utilizadas em “Os últimos jedi” para inseri-la na trama, com o roteiro se adaptando ao que havia sido filmado.

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Ah, sim, temos ainda o misterioso título. O que seria a “Ascensão Skywalker”? Várias teorias têm sido discutidas pela internet. Uma delas aposta que seria a redenção de Kylo Ren, que enfim abandonaria o lado sombrio da Força e, em homenagem ao tio e à mãe, adotaria o sobrenome Skywalker. Outra linha acredita que Rey, seguindo o conselho de Luke, daria por encerrada a Ordem dos Cavaleiros Jedi e criaria uma nova; neste caso, ela daria início aos Skywalker, e daí o filme seria justamente a ascensão dessa nova linhagem de heróis.

Produção utilizou cenas gravadas por Carrie Fisher para “Os últimos Jedi” e que não entraram no longa; atriz morreu em 2016 (Foto: Divulgação)

Desconfiança dos fãs

Além da necessidade de um desfecho digno para a saga, “A Ascensão Skywalker” precisa lidar com os fãs da franquia, dos mais fiéis, apaixonados, críticos e com opiniões próprias da cultura pop. Ainda que lotem as salas de cinema, eles não têm medo de colocar a boca no trombone para reclamar. Foi assim, por exemplo, com o lançamento da trilogia que serviu de prequel para “Uma nova esperança”. “A ameaça fantasma” (o Episódio I, de 1999), recebeu duras críticas dos fanboys, e não apenas pela presença do esquecível Jar Jar Binks. “Ataque dos clones” (2002) e “A vingança dos Sith” (2005), por outro lado, sofreram principalmente por causa do ator Hayden Christensen, o escolhido para interpretar Anakin Skywalker – o futuro Darth Vader. Para muitos, a “primeira trilogia” pode ter ajudado a entender como se deu a queda da República, dos Jedis, e a ascensão do Império e dos Sith, mas no geral foi uma oportunidade perdida de realizar grandes filmes.

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A compra da Lucasfilm pela Disney, em 2012, só fez aumentar a desconfiança entre os fãs, que acreditavam que apenas George Lucas poderia contar os capítulos finais – e não adianta explicar que foi Lucas quem quis vender seu “brinquedo”. Quando foi anunciado que o elenco original voltaria para a derradeira trilogia sob a batuta de J.J. Abrams, parte das críticas diminuiu; o título “O despertar da Força” também ajudou. Mesmo com uma trama que revisitava em excesso o primeiro filme da série, o Episódio VII, lançado em 2015, é a maior bilheteria da franquia, ultrapassando os US$ 2 bilhões.

Mas fã é fã, e a Disney/Lucasfilm não teria vida fácil com o Episódio VIII. Se “Rogue One: Uma história Star Wars” foi elogiado pela maioria, “Os últimos Jedi” dividiu – e muito – as opiniões. Com direção de Rian Johnson, o longa faturou respeitáveis US$ 1,3 bilhão e teve polêmica a dar com pau, a ponto de alguns fanáticos criarem um abaixo-assinado para retirar o filme do cânone – isso mesmo, eles queriam que a Disney colocasse o longa como uma espécie de faz-de-conta. Entre os motivos, o Luke Skywalker que jogava o sabre de luz pelas costas e soltou um “tô nem aí pros Jedi” e até mesmo a pobre da Rose Tico, que virou alvo dos machistas nerds (sim, essa subespécie existe).

Como desgraça pouca é bobagem, houve tragédia para valer, com a morte de Carrie Fisher. Depois aconteceu o desligamento de Colin Trevorrow da direção do Episódio IX, o que forçou J.J. Abrams a assumir o posto. Por fim, o fracasso de “Han Solo”, que enterrou temporariamente as produções de filmes derivados.

De qualquer forma, a expectativa é que “A Ascensão Skywalker” seja um sucesso de crítica e bilheteria; quanto ao público, tudo é possível com os fanboys, haters e trolls. Como J.J. Abrams entende do ofício e é fã de “Star Wars”, a aposta é que o longa tenha uma história para emocionar os fãs. Quarenta e dois anos depois, a despedida merece e precisa ser em grande estilo.

 

Star Wars: A Ascensão Skywalker

UCI 2 (3D/leg): 14h (todos os dias), 20h30 (exceto ter). UCI 2 (3D/dub): 17h15 (exceto ter). UCI 3 (3D/dub): 13h (exceto qua), 19h20 (exceto ter). UCI 3 (3D/leg): 16h10 (todos os dias), 22h30 (exceto ter). UCI 4 (3D/dub): 15h30 (todos os dias), 18h30 (exceto ter). UCI 4 (3D/leg): 21h30 (exceto ter).
Santa Cruz 1 (dub): 15h10, 18h, 20h50 (exceto ter, qua).
Classificação: 12 anos

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