Encarar uma viagem entre Montes Claros e Juiz de Fora não é fácil. Feita de carro, são cerca de 680 quilômetros e mais de nove horas queimando asfalto, provavelmente sem contar as paradas básicas para um lanche e o alívio no toalete. Pois a banda Taboo, radicada na cidade do norte de Minas Gerais, encarou a estrada para se apresentar nesta sexta-feira (20) no Maquinaria, em noite que ainda terá os locais da Legrand no palco. Para os interessados, a casa abre a partir das 22h.
Formada em 2014, a Taboo invade a cidade para promover seu primeiro EP, “Valência”, lançado este ano após alguns singles que chamaram a atenção da galera. O trabalho foi gravado no estúdio Ilha do Corvo, em Belo Horizonte, com produção de Leonardo Marques, o mesmo responsável por lapidar o trabalho de estreia como artista solo de Teago Oliveira, vocalista da Maglore. Com quatro músicas, o EP apresenta para o público um som que mescla o rock com influências de música brasileira em seus vários gêneros, e vai compor o repertório do show com canções do primeiro álbum oficial do grupo, que devem ser gravadas no final do ano. Além delas, a Taboo também apresenta uma releitura de “Desentoado”, do grupo Raízes, também de Montes Claros.
Tendo em sua formação Lucas Nobre (vocal e guitarra), Michelle Marques (guitarra), Matheus Leite (bateria) e John Longuinhos (contrabaixo), a banda se apresenta pela primeira vez em Juiz de Fora. O show foi conseguido através do network que Matheus busca manter com bandas que apresentem um trabalho parecido com o do quarteto, e aí surgiu a parceria com a Legrand. “Eles nos ajudaram bastante. Estamos ansiosos. Outras bandas que tocaram lá elogiaram o Maquinaria, e acreditamos que tem tudo para ser uma noite legal, com o público nos acolhendo”, elogia Matheus, acrescentando que esta será uma oportunidade de “explorar” a cidade, uma vez que passaram por Juiz de Fora apenas a caminho de outras paradas.
Influências e parcerias
Matheus destaca a recepção que “Valência” teve desde seu lançamento, em março, entre o público ligado no rock independente – situação que ele diz que o quarteto percebe nos locais onde tocou. Parte desse burburinho pode ser creditada, ainda, ao lançamento de dois videoclipes com músicas do EP, “Claridade, parte 2” e “Entre cortes e jornais”. A faixa-título do trabalho também deve ganhar uma versão a ser lançada na página da banda no YouTube.
Um dos motivos para o feedback positivo é a mistura que a Taboo faz com ritmos brasileiros, graças a influências variadas de seus integrantes. “Cada um da banda tem gostos diferentes. O Lucas ouve muita MPB, o John veio da escola dos Rolling Stones, e a Michelle gosta mais de rock alternativo”, diz Matheus. “Eu escutava muito indie e punk rock, minha escola foi mais essa. Mas de uns tempos pra cá só ouço artistas brasileiros, este ano devo ter ouvido dezenas ou centenas de discografias de artistas nacionais, pois vou pulando de um para outro.”
“Misturamos todas essas influências. Curtimos as coisas antigas, mas procuramos ficar ligados nas coisas novas e levar isso para frente, tanto nas referências quanto ao mostrar ao público que existem essas bandas”, acrescenta o baterista. E aí vale perguntar a respeito da carnavalesca “Pega esse tambor”, single lançado em 2018 com participação do bloco Raparigas do Bonfim, tradicional de Montes Claros.
“Essa ideia surgiu do Lucas. Ele chegou a trabalhar com o bloco e queria fazer uma música em que pudéssemos adotar esse ritmo ao nosso som. O trabalho ficou muito legal, e fizemos alguns shows na época com o Raparigas do Bonfim, foi uma ótima experiência. Esses elementos brasileiros estarão mais presentes no álbum que vamos gravar.”
Taboo e Legrand
Nesta sexta-feira (20), a partir das 22h (abertura da casa) no Maquinaria (Rua São Mateus 552). 3215-3251