As compras involuntárias – aquele chocolate que acaba sendo levado quando a intenção era comprar apenas os pães – estão em pleno declínio. Na Padaria Manchester, a gerente administrativa Carolina Campos assiste dia após dia a frequência reduzir-se e a demanda por delivery ampliar-se. “Aumentou bastante. Nossa venda física caiu muito, mas o aplicativo tem tocado bastante. Por telefone é melhor, porque não temos entregadores próprios”, diz ela, que há cerca de um ano atende a região central e proximidades por serviço de aplicativo. “Até a parte de limpeza tem saído pelo aplicativo”, conta, citando itens como papel higiênico e desinfetante na lista de quem também compra pães.
“É outra experiência a do olho nu, mas tentamos levar o máximo de opções para as pessoas verem na tela do celular. Não consigo colocar tudo no delivery, porque requer uma atualização muito constante. Vendemos mais os produtos que já temos costume”, explica a gerente, lamentando o cenário. “Não tem como comparar essa demanda com a venda física. Com certeza vamos enfrentar uma perda muito grande”, diz, confiante de que a normalidade do futuro será a dos dias que passaram. “Acho que o futuro é o delivery, mas ainda não estamos nesse ponto de falar que o delivery vai substituir a venda física.”