Ele pode até não ser o seu personagem favorito, mas certamente não passa despercebido por você, seja qual for a sua idade. Estamos falando do rato mais famoso do mundo: o Mickey Mouse, icônico personagem criado por Walt Disney. Neste domingo (18 de novembro) completam-se 90 anos da primeira aparição pública do ratinho, um aniversário para lá de especial e que reserva comemorações no mundo todo.
A paixão pelo Mickey e por todo universo Disney motiva milhares de pessoas a visitarem, anualmente, os parques temáticos da organização: o tradicional complexo em Orlando, na Flórida, nos Estados Unidos; e as versões mais compactas, e igualmente encantadoras, como a Disneyland Paris, na França, e a Disneyland Tokyo, no Japão. Aqui em Juiz de Fora, o Mickey também faz a cabeça de muita gente. Fomos atrás dessas pessoas que, gentilmente, compartilharam com a reportagem histórias de afeto e de boas lembranças com o Mickey e, de quebra, com os demais personagens que fazem da Disney algo mágico e encantador.
Primeira aparição
A primeira aparição oficial de Mickey aconteceu em 18 de novembro de 1928, data em que foi lançada a animação “Steamboat Willie”, em que ele pilota um barco a vapor. Neste mesmo desenho, apareceu também sua companheira de vida, a Minnie. Com o passar dos anos, o casal de camundongos ganhou falas, novos amigos como o Pluto, o Pateta, o Pato Donald e a Margarida, ganhou cores e já esteve envolvido em várias histórias no cinema (curtas e longas-metragens), histórias em quadrinhos, videogames e estampa milhares de produtos licenciados que ganham traços, cores e contornos das suas famosas orelhas, mãos e, no caso da Minnie, o laço vermelho característico.
Benção do Mickey
Muitos dizem que cada ida à Disney proporciona uma experiência diferente. Para a publicitária Talita Magnolo, 27 anos, em sua sétima viagem a Orlando, ela foi namorando e voltou noiva. O pedido surpresa aconteceu, praticamente, com a benção do próprio Mickey Mouse. “Meu sonho era ser pedida em casamento na Disney, no meu lugar preferido no mundo. Cheguei a falar isso com o Max (o namorado, hoje, o noivo), mas ele foi me desacreditando da ideia. Disse que como eu já tinha falado, ia perder a graça. Eu cheguei mesmo a me conformar que isso não iria acontecer, pelo menos lá. Mas quando a gente estava no castelo, o pedido aconteceu. Eu realmente não esperava! Muita gente estava envolvida, nossa agente de viagem, um amigo nosso que mora nos EUA – que foi pra lá para filmar o acontecimento – e até a minha mãe. Foi muito mágico”, relembra ela.
O pedido de casamento aconteceu em abril deste ano, e o noivado foi oficializado em julho, com a presença dos familiares, dos amigos e, claro, do Mickey. Ele e sua parceira, a Minnie, aparecem em um lugar muito especial: como noivinhos no topo do bolo escolhido para a celebração. “Minha relação com o Mickey é a de carinho. Quando o vejo, sinto que ele transmite o que há de melhor no mundo. É um ratinho que te passa uma sensação de que tudo vai dar certo e que você pode acreditar na magia, não na magia da fada madrinha, mas naquela que está nos atos mais simbólicos e mais simples, aqueles de sentimento verdadeiro. É um idoso muito querido e amado por mim e por pessoas de todas as idades. Quando você está dentro do universo da Disney, você percebe que tudo é possível, inclusive os seus sonhos. E que essa magia é da gente, está dentro de nós, e faz a gente realizar as coisas”, conta.
Meu Mickey, minha vida
Nos últimos sete anos, a stylist Ana Cláudia Halfeld, 27 anos, cultiva um hábito curioso: colecionar todo e qualquer objeto do Mickey, sua grande paixão! São tantas peças que ela já perdeu as contas. Ana estima que tenha mais de 200 objetos, entre roupas, calçados, bolsas, adornos, utensílios de cozinha e até eletrodomésticos. “Minha paixão pelo Mickey começou quando eu era pequena. Conforme fui crescendo, fui me apegando mais à sua figura. Não sei dizer ao certo qual foi o primeiro produto que eu comprei, mas com esse ‘boom’ que o Mickey teve, ficou mais fácil colecionar e somar aos itens que já tinha. Tem marcas que fazem parceria com a Disney, e eu acabo entrando na onda, mas comprando itens do Mickey apenas”, conta Ana, que estampou na pele o seu amor pelo ratinho, em uma tatuagem no pulso. Do ponto de vista profissional, a stylist aponta que o Mickey tem se tornado uma figura unissex dentro da moda. “Ele contribui para a discussão de gênero, estando presente não só em peças masculinas como nas femininas. Antes havia a divisão: Mickey para os meninos e a Minnie para as meninas. Hoje isso não existe mais. Por isso acho que ele está mais atemporal do que nunca, mesmo completando 90 anos”, ressalta.
Já do ponto de vista sentimental, Ana conta que o simpático ratinho consegue transmitir a magia, enaltecendo a criança que cada um carrega dentro de si. “Sua figura agradável e bonita desperta o meu lado, digamos, fantasioso, mais leve, delicado e meigo”, pontua.
De mãe para filha
A simpatia pelo camundongo e sua namorada, a Minnie, está entre as coisas que a arquiteta Fernanda Rubatino, 32 anos, gosta de repassar para a filha, a pequena Larissa, de 2 anos. O que não falta na casa da família são bonecos da ratinha, que a menina ama de paixão. A mãe também não fica atrás. A admiração pelo Mickey é denunciada pelos detalhes do dia a dia, como em xícaras, chaveiros, jogo americano, entre outros itens da casa. “Quero transmitir a ela essa possibilidade de encantamento, de vivenciar esse espaço, que é mágico e lúdico”, conta Fernanda. A arquiteta esteve seis vezes na Disney, mas a última, no final do ano passado, foi a mais especial de todas: quando levou Larissa para conhecer, pessoalmente, todo este universo. “Ela estava com 1 ano e 5 meses e foi a ida mais diferente de todas, pois pude ver a reação dela ao olhar para o Mickey e todos os personagens. Ela acreditando que eles eram de verdade, e isso foi muito bacana”, conta ela.
Fernanda foi outras cinco vezes à Disney, a primeira na adolescência, aos 15 anos. “Ir à Disney é sempre diferente, ainda mais no meu caso, que fui em fases distintas. Na primeira, fiquei encantada e deslumbrada, afinal, era a minha primeira viagem para fora do país. Depois, já adulta, com o meu marido, com a minha mãe – ela foi pela primeira vez com 60 anos e superaproveitou a viagem -, e grávida da Larissa”. Como mãe, Fernanda quer transmitir à filha aquilo que ela teve de bom em sua infância, como o universo Disney. “Acredito que essa cultura pela Disney dá à criança a possibilidade de sonhar e acreditar, o que é fantástico, ainda mais na infância.”
Sonho de criança
Boa parte das crianças cresceu com os clássicos da Disney, sejam eles liderados pelos personagens principais – Mickey e sua turma -, pelas princesas ou pelas temáticas cinematográficas que arrebatam o nosso imaginário. E por estarem inseridas desde cedo neste universo, muitas alimentam o sonho de irem à Disney, sonho realizado ainda na adolescência, afinal, o que não faltam são agentes de viagem que organizam excursões para Orlando.
Os amigos Enzo Touma Nardelli, 18 anos, e Bernardo Campos Cadinelli, 16 anos, fizeram parte dessas turmas, inclusive foram juntos em uma viagem em 2016. “Foi a primeira vez que eu fui. Um sonho de criança. Foi uma experiência muito legal”, aponta Bernardo. Para Enzo, as duas idas à Disney proporcionaram experiências diferentes. “Acho que não tem idade para ir. A sensação de ver o castelo, os personagens, o Mickey e seus amigos, é a mesma quando você vê um ator famoso na rua”, afirma. Enzo e Bernardo gostam da turma do Mickey, em especial o Pluto e o Pateta, fiéis escudeiros do ratinho, mas reconhecem em cada um deles a importância que têm na vida de cada pessoa, independentemente da idade.