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Festival de Forró de Ibitipoca começa nesta sexta, com shows on-line

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Nara Pinheiro e Marcio Guelber gravaram apresentação em duo e intimista do grupo Cambará (Foto: Natália Elmôr)

Depois de ter sido cancelado em 2020 por causa da pandemia, o Festival de Forró de Ibitipoca retorna este ano, mas, assim como tantos eventos, é tudo pela internet: a quarta edição do festival tem início nesta sexta-feira (18) com transmissão de shows, oficinas e outras atrações até o próximo domingo (20), tudo de graça pelo canal do evento no YouTube. A programação pode ser conferida em festivaldeforrodeibitpoca.com.br.
Para a edição deste ano, o festival organizado pela Nota Artesanal – com curadoria e direção artística de Nara Pinheiro e Marcio Guelber – tem o patrocínio da Secult (Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais) através da Lei Aldir Blanc, e, mesmo sem poder levar o público até Conceição de Ibitipoca, permanece com o mesmo objetivo desde sua criação, em 2016, ainda que temporariamente de forma virtual: ofertar a visibilidade da identidade plural de gêneros musicais como o forró, o xote, o baião, o calango, o arrasta-pé, o coco e o choro, além de seus desdobramentos através da dança, do cordel, das artes plásticas e do cinema.
“Como o festival acontece em junho e tudo estava incerto por causa da pandemia (ainda recente), não tivemos como fazer on-line em 2020”, explica Marcio Guelber. “Parta este ano, conseguimos viabilizar o evento ao sermos aprovados no edital da Lei Aldir Blanc. Para fazer essa edição on-line era preciso encontrar alguma forma de viabilizá-la financeiramente para pagar aos artistas. O festival gera empregos na região e traz artistas de várias partes do Brasil, e com essa verba conseguimos fomentar toda uma carreira produtiva, dos artistas aos estúdios onde foram gravados os shows.”

Quarteto Os Fulano, direto de João Pessoa, Paraíba (Foto: Ana Moraes)

Também havia por parte do casal a preocupação em não criar um hiato que se tornasse duradouro e definitivo. Marcio explica que ele, além de pianista, também é sanfoneiro, e que iniciou com Nara, em 2014, a pesquisa ligada ao forró antes de criarem o festival em 2016, que antes de 2020 só não havia acontecido em 2018 por causa do nascimento do segundo filho do casal, quando não encontraram um sócio para participar do projeto.
“Este é um festival que tem suas peculiaridades em relação a outros eventos do gênero, pois trazemos os concertos sanfônicos, que são apresentações solo de acordeão em que cada convidado faz uma performance intimista, mostrando as diferentes possibilidades do instrumento”, destaca. “Também temos o Cine Forró, com exibições de filmes e documentários dentro da temática de música popular no Centro de Visitantes do Parque Estadual do Ibitipoca, mas que não acontecerá este ano, assim como a ‘Roda de forró’ que realizamos no encerramento atrás da Igreja Matriz. Normalmente, a programação é espalhada por toda a vila.”

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Karol Maciel apresenta concerto sanfônico no próximo sábado (Foto: Luara Olívia)

Atrações variadas

O formato on-line do Festival de Forró de Ibitipoca pode não ter tantas atrações como normalmente acontece, mas mesmo assim o público não vai sofrer com falta de opções. A programação tem início todos os dias a partir das 17h, com as oficinas (introdução à xilogravura, dança e confecção de pífano, respectivamente, bastando se inscrever no canal do festival para participar), seguida pelo instante poético com Vitória Rodrigues, o concerto sanfônico e dois shows por noite.
“São todos artistas inéditos no festival, pois a cada ano procuramos sempre novos artistas. Os concertos sanfônicos serão feitos, respectivamente, pelo Felipe Costta, um artista paraibano que representa uma nova geração de grandes instrumentistas que vão além do forró; a Karol Maciel é uma excepcional artista nordestina que reside atualmente em São Paulo, e pela primeira vez teremos uma instrumentista mulher no concerto sanfônico; e no domingo teremos o Vitor Gonçalves, que gravou direto de Nova York. Ele é um músico que também é pianista e está mais envolvido numa formação jazzística”, lista, lembrando ainda dos shows com os grupos convidados, destacando a preocupação da organização em ter uma maior representatividade feminina na programação.
“Na sexta-feira teremos o Trio Mana Flor, de São Paulo, formado só por mulheres, e o grupo Na Base da Chinelada, que é do Ceará. No sábado se apresentam o nosso grupo, o Cambará, mas será um formato mais intimista, em duo, sem o restante da banda, e ainda Os Fulano, que é de João Pessoa (PB); e no domingo se apresentam o Forró de Pontuada, grupo carioca que é liderado pela Julia Vargas, cantora conhecida nacionalmente, e o Filpo e a Feira, grupo de São Paulo que vai marcara presença da rabeca, instrumento representativo da música nordestina.”

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